Motörhead: A resposta de Lemmy Kilmister à acusação de que ele se vendeu
Por André Garcia
Postado em 19 de janeiro de 2023
Ao longo do mais de meio século de história do rock, podemos citar muitos casos de bandas personificadas em um de seus membros: Jim Morrison/The Doors, Lou Reed/Velvet Underground, Frank Zappa/Mothers of Invention, Alice Cooper/Alice Cooper… À frente do Motörhead, Lemmy Kilmister levou isso ao volume 11 — Lemmy era o Motörhead e o Motörhead era Lemmy; e quem discordar está errado!
Em 2005, o baixista deu uma entrevista para Sam Dunn, disponível no YouTube, parte do documentário Headbanger's Journey. Com muita sinceridade e pouca sutileza, como sempre, entre outras coisas, ele respondeu à acusação de ter se vendido.
Sam Dunn: Você tem opiniões forte sobre a acusação de ter se vendido e se tornado comercial.
Lemmy Kilmister: Comercial é uma palavra engraçada para se usar como um insulto, porque ser comercial significa apenas que mais pessoas compraram sua música — que é o que você tenta fazer, com que o maior número de gente ouça sua música. É para isso que você trabalha. Quem diz "Eu não quero fama e fortuna" é um hipócrita do c*ralho, estou pouco me f*dendo. Isso é uma besteira. Se você quer que ninguém ouça sua música, fica em casa, sem problema. Mas não suba no palco para se mostrar e venha me dizer que não quer isso.
SD: Uma tendência estranha do metal atualmente é querer não ser comercial.
LK: É esnobismo invertido que se fala. É como a revolução comunista, todo mundo que tinha dinheiro temia que eles estavam vindo. Não era verdade, não é assim que funciona. Toda generalização é burra. Então, se você diz que alguém se vendeu, talvez ele tenha apenas dado sorte, e você não consegue lidar com isso por causa de seu esnobismo invertido. Você não suporta que a banda não seja mais o seu bebê. Só você e mais cinco pessoas a conheciam antes.
Você fala [sobre a banda] para mim, fala para as pessoas. Você a escolheu, então escolhe quem merece conhecer ela. Se ela faz sucesso mundial, a brincadeira acaba. Tinha um moleque que, assim que assinamos um contrato, antes mesmo de fazer qualquer sucesso, parou de ir a nossos shows. Só por ter um contrato. Para que diabos você pensa que estamos fazendo essa p*rra [risos]? Para ser anônimo e morrer na miséria? Não! Não foi para isso que eu entrei no rock n roll não.
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