O que havia por trás das fortes críticas à religião que o Sepultura fazia no início?
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de fevereiro de 2023
No começo da carreira do Sepultura, discos como "Morbid Visions" traziam fortes críticas contra a religião. Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, o ex-guitarrista Jairo Guedz explicou o motivo dessa abordagem.
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A diferença básica entre aquela época e hoje é a maturidade. Naquela época, falávamos contra a religião porque era uma forma de agredir. Era a rebeldia. Tínhamos dois caminhos na época. Ou falar sobre religião ou sobre política. Fazíamos isso de forma meio infantil e sem maturidade. Era mais pela agressividade mesmo, mas não deixava de ser verdadeiro. Era uma rebeldia inerente com nossa idade e realidade. Hoje, o The Troops of Doom trata desse assunto porque interessa a todos da banda. Eu, Marcelo e o Alex somos os mais focados em fazer as letras. Hoje, enxergamos isso de uma maneira mais amadurecida.
Não sei qual a religião do Alexandre, nosso baterista, mas todos nós somos de família cristã e católica. Agora, o Alex tem ligação grande com o candomblé. Ele tem essa pegada de Iemanjá. Não sei se ele vai em terreiro e tal. O Marcelo fala muito pouco de religião, mas acho que ele não é ateu. Eu sou o único ateu da banda, até onde sei. Desde a adolescência, sou assim e sempre busco onde eu estaria errado para encontrar um deus. Minha esperança de que eu esteja errado sempre foi muito grande. Queria estar errado, mas infelizmente não acredito que estou errado. Sou ateu e não participo de nenhum tipo de religião.
Nós, no The Troops of Doom, fazemos arte. Toda estética visual e lírica precisa ser rebuscada. É uma fantasia. Alguém me perguntou um tempo atrás por que só falamos do diabo e do inferno. Eu falei que é porque não tenho estômago para falar do ser humano. Não tenho coragem de fazer a capa de um disco nosso com uma cena de crianças na África passando fome até morrer. Para mim, é forte demais. Prefiro falar de uma coisa que para mim é uma fantasia e que posso usar como metáfora para outras coisas. Essa rebeldia que tenho com a religião e a necessidade de mostrar algo agressivo para combater o lado ruim da religião precisa ser feita dessa forma. Usando o diabo, satã, inferno, fogo etc. Mas isso é muito mais fácil do que usar as coisas que nós seres humanos fazemos", disse.

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