Geezer Butler conta como sua desilusão com o catolicismo influenciou o Black Sabbath
Por André Garcia
Postado em 27 de maio de 2023
Quando surgiu, o Black Sabbath chamou atenção por seu som pesado sem precedentes, amplamente considerado o marco zero do heavy metal. Além disso, suas letras abordavam temas considerados proibidos pelo cristianismo, o que não tardou a ser associado a coisas como bruxaria, magia negra, satanismo e pacto com o diabo.
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No entanto, assim como Ozzy Osbourne, Geezer Butler, principal compositor da banda, teve uma criação católica. Em entrevista para a Metal Edge, ele contou como sua desilusão com a religião afetou liricamente o Black Sabbath.
Como sua desilusão com a religião te impactou quando era pequeno?
O curioso é que fiquei feliz por ter tido uma criação religiosa, porque inicialmente aquilo me guiou. Aquilo me deu um caminho a seguir quando criança, mas à medida que fui ficando mais velho, percebi que tinha muita hipocrisia envolvida, coisas que uma criança não percebe. Conforme fui crescendo, costumava ir aos eventos, e a maioria das pessoas dizia 'Estamos aqui só esperando os bares abrirem'. Depois uma das freiras começou a me insultar, e fui me desencantando com aquilo tudo. Acho que podemos dizer que eu cresci para fora daquilo.
Como aquilo te influenciou como compositor no Black Sabbath?
Eu sempre tive interesse pelo ocultismo e religião — não só a minha, mas todas as religiões e as coisas associadas a elas. Sendo criado como um católico fervoroso, foi interessante descobrir que havia tantas religiões diferentes por aí. Cada pessoa podia me influenciar profundamente de diversas maneiras. Creio ter crescido para além daquilo, o que me permitiu ser mais expressivo em relação a tudo aquilo.
Que tipo de rejeição o Sabbath recebeu por ter escrito aquelas letras?
Não foi tão ruim quanto você pode pensar. Foi só quando fomos para a América que tivemos problemas — nunca ouvimos ninguém dizer nada quando estávamos na Europa. Na época, as pessoas na Europa não eram muito religiosas e não pareciam acreditar — pelo menos, não muito fortemente — nesse tipo de coisa. Então, fiquei chocado quando chegamos à América e as pessoas ainda acreditavam no diabo e todas aquelas bobagens [risos].
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