Jethro Tull: Ian Anderson critica Motörhead e Mötley Crüe pelo uso "bobo" de trema
Por André Garcia
Postado em 23 de junho de 2023
Ian Anderson, que usou tremas no título do novo álbum do Jethro Tull "RökFlöte" (2023), criticou o uso do acento pelo Motörhead e Mötley Crüe como "indevido" e "bobo", para parecer "durões".
Após duas décadas sem lançar álbuns de estúdio, nos últimos anos, após a pandemia, o Jethro Tull finalmente acabou com a agonia de seus fãs com "The Zealot Gene" (2022) e "RökFlöte".
Conforme publicado pela Blabbermouth, em entrevista para a Rock, Paper, Swords!, o vocalista falou sobre seu trabalho mais recente. Entre outras coisas, ele criticou bandas de rock pelo uso meramente estilístico de trema.
"Não há nada de errado em ter interesse pela história e tentar racionalizá-la, conhecê-la, compreendê-la; desde que você não comece a se vestir de maneira que pareça que está de alguma forma apoiando momentos sombrios da história. E o uso indevido do trema, suponho que fosse apenas uma fascinação por algo que não necessariamente é sombrio. Quero dizer, o trema faz parte da ortografia — e não só dos alemães, também aparece no islandês, por exemplo. Pode haver uma conexão. Mas acho que brincar com isso no nome da sua banda e incluir um trema só porque faz você parecer que é durão — o que creio ser única explicação para o caso dessas duas bandas [Motörhead e Mötley Crüe — é no mínimo bobo. Bobo no sentido Monty Python."
"Se você vai usar [trema]", prosseguiu, "pelo amor de Deus, use corretamente e adequadamente no idioma que você está falando. 'Rök' no islandês antigo significa 'destino', e 'Flöte' é a pronúncia e a ortografia alemã do instrumento que toco. Absolutamente correto. E eu escolhi fazer isso não buscando criar caso, mas uma comparação. Portanto, eu prontamente aponto as outras pessoas que foram meio bobas fazendo isso."
No último mês de abril, Anderson falou à Radio Bob, da Alemanha, sobre a pronúncia e o conceito de "RökFlöte".
"Bem, eu provavelmente preferiria manter a pronúncia típica das línguas germânicas. Mas também é a pronúncia em islandês, a partir do qual obtive algumas ideias no álbum, baseadas na Edda Poética da antiga literatura islandesa. E também na primeira tentativa de escrever a mitologia e as crenças do antigo mundo nórdico do paganismo, e assim por diante. Então surgiu, antes mesmo de eu começar a trabalhar no álbum, com um título provisório de 'Rock Flute', em inglês, porque eu pensei: 'Vou fazer um álbum de rock e terá muita flauta nele.'"
"[...] De forma fantasiosa, decidi que talvez o título devesse se tornar não 'Rock', mas 'Rök', que em islandês antigo significa 'destino', e 'Flöte', que é a pronúncia e a ortografia em alemão e outras línguas germânicas para flauta, o instrumento que toco. Então foi isso que aconteceu. E mudei o título no topo da minha página de anotações para refletir isso e fiz muitas pesquisas sobre a identidade, personagens e papéis dos deuses nórdicos com o objetivo de escrever sobre eles de uma forma não humorística, mas descontraída, para descrever seus personagens e personalidades", concluiu.
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