A ideia genial de Andreas Kisser para dar nova vida aos ensaios chatos do Sepultura
Por Gustavo Maiato
Postado em 31 de julho de 2023
O álbum "Dante XXI", do Sepultura, foi lançado em 2006 e é o último a contar com Iggor Cavalera na banda. Em entrevista ao Sonoros, Andreas Kisser contou que o clima na época já não estava legal até que uma sugestão sua virou esse jogo.
"Me ajudou muito ver como o cinema vê a música. Minha primeira trilha foi na época do ‘Roots’. Foi o filme ‘No Coração dos Deuses’, com o Antônio Fagundes. Foi legal demais, mas foram temas. Sempre trabalhei como trilheiro profissional. Fiz coisas com o Eduardo Queiroz para os dois filmes do Tony Bellotto. O diretor é um ditador! A lei é ele. Esse limite achei interessante. Ele passa referências e você vai vendo com o roteiro. A cena tem 1 minutos, aí você tem que escrever. Não tem liberdade, é um desafio.
Trouxe essa experiência para o Sepultura quando fizemos o ‘Dante XXI’. Foi um disco baseado na ‘Divina Comédia’. O Iggor já estava saindo da banda e os ensaios eram chatos demais. Ficávamos 10 minutos, escrevíamos um riff e íamos embora. Ninguém aguentava ficar! Eu precisava inventar algo para termos um estímulo. Não ia para lugar nenhum. Então, pensei esse lance do cinema. O Iggor sabia do que eu estava falando. Sugeri ‘Laranja Mecânica’ e o Derrick sugeriu ‘A Divina Comédia’. Isso salvou a banda. Deu um estímulo. Escrevíamos pensando nas passagens. Isso virou um cinema na nossa cabeça. Achamos a direção".
A saída de Iggor Cavalera do Sepultura
Em entrevista para a Blabbermouth na época de sua saída, Iggor explicou um pouco mais o que levou a essa decisão. A transcrição foi de Thiago Coutinho.
Eu só não me sentia bem mais — como sair em turnê e ficar fora de casa. Foram diversos sentimentos diferentes que eu sentia, não foi nada em especial que fez esses sentimentos ruins aparecerem. Foi apenas comigo, eu me sentia aparte na coisa toda — só não queria estar mais lá, não queria continuar em turnê — todas essas coisas. Mesmo tocando, para mim, era como... quando tocar chega ao ponto de que eu não estava... não sei... sabe, sentindo aquele fogo interno, ou algo assim, foi quando percebi que eu tinha que fazer alguma coisa", disse.
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