A banda americana mais experiente que abriu para o Angra e ensinou Rafael Bittencourt
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de julho de 2023
O Virgin Steele é uma banda de heavy metal dos Estados Unidos, cuja formação se iniciou em 1981, quando o guitarrista Jack Starr e o vocalista David DeFeis se uniram. Ao longo de sua carreira, lançaram uma série de álbuns aclamados, que ajudaram a cimentar sua posição no cenário musical.
Em episódio do Amplifica, Rafael Bittencourt contou como aprendeu muito com eles quando a banda foi a abertura da turnê do Angra pela Europa no início dos anos 1990.
"Eu comecei a fazer músicas com uns 17 anos. Aí depois chegou o Andre Matos. Finalizamos um monte de música e soltamos o primeiro álbum, que foi o ‘Angels Cry’. Mas eu demorei ainda muito para entender as coisas. Tudo me parecia mais complicado porque não tínhamos tanto acesso à informação como hoje. Por exemplo, a gente aqui já tá falando para um monte de gente, podemos estar instruindo de alguma forma. Você digita no Google ‘como editar música, como lançar música, como gravar’, tem curso de tudo.
Na minha época não tinha isso. Então eu lembro que eu fui aprender melhor numa turnê que nós fizemos com uma banda chamada Virgin Steele, uma banda americana que fazia shows lá pela Europa. Eles estavam abrindo para o Angra, mas eles eram muito mais experientes que nós, e nós fizemos muita amizade. Eu me lembro de eu e o Kiko, a gente depois do show, viajando de ônibus pela Europa com eles.
Íamos conversando com os caras de madrugada, perguntando, perguntando, perguntando. E eu me lembro até de gravar, eu gravei algumas conversas com os caras com um gravadorzinho. Porque é muito confuso quando a gente não sabe. Eu bati muita cabeça até entender", disse.
A carreira de Rafael Bittencourt no Angra
Após esse período inicial de aprendizado, a carreira de Rafael Bittencourt decolou no Angra. Hoje em dia, ele é o único membro da formação original que permanece no line-up. Em entrevista ao Plugado Podcast, ele comentou sobre algumas frustrações na sua trajetória. A transcrição foi de Gustavo Maiato.
"Qualquer um consegue absorver nossa música, é uma informação simples, mas não é todo mundo que se interessa. Tem uma questão de interesse aí. Tem gente que não liga, tem outros interesses e beleza. É um pouco elitizada, infelizmente. Essa é minha grande frustração. Minha música acabou sendo segmentada demais. Queria que fosse algo mais popular, que todo mundo gostasse das histórias e das músicas. Realmente é o que eu queria.
O tempo todo nos policiamos em relação ao nosso som, porque se deixar a gente pira e nem nosso público vai entender. A todo momento, tentamos ajustar para não ser só uma viagem maluca da nossa cabeça. E também não ser uma coisa muito focada só na exploração dos elementos musicais, formação de acordes, técnicas e tudo mais. Tem muito do público que acha que somos isso", explicou.
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