Bernie Taupin elege a "canção mais perfeita" que já fez com Elton John
Por André Garcia
Postado em 02 de julho de 2023
Elton John e Bernie Taupin compuseram algumas das mais populares músicas do século passado. Mas uma em específico para Bernie foi a que chegou mais perto de ser "a canção perfeita".
Ao longo de sua brilhante e prolífica carreira, Elton John teve como principal parceiro Bernie — que esteve para ele quase como Paul McCartney esteve para John Lennon. É de sua autoria a letra de muitos dos maiores clássicos do pianista. Juntos desde a segunda metade dos anos 60, já colaboraram em mais de 30 álbuns — seis deles apenas entre 1970 e 73!
Em entrevista para a CBC Radio, Taupin revelou qual é a música mais perfeita que eles fizeram: "Você provavelmente nem aguenta mais ouvir de tanto que já ouviu, mas 'Candle in the Wind' eu acredito que provavelmente foi o mais próximo que chegamos da canção perfeita". Segundo ele, Elton se conectou à letra instantaneamente, e compôs a música em "um batimento cardíaco", encontrando um "casamento perfeito entre letra e melodia".
No documentário Classic Albums sobre a gravação do "Goodbye Yellow Brick Road" (1973), ele comentou que aquela música era sobre "a ideia da fama (ou juventude) de uma pessoa ser ceifada no auge de sua vida. Ela poderia ser sobre James Dean, Montgomery Clift, Jim Morrison… É sobre como nós glamorizamos a morte, como ela imortaliza as pessoas."
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em diversas ocasiões ele desabafou sobre a interpretação equivocada daquela letra, entretanto: "Acho que a maior concepção errada sobre 'Candle In The Wind' é que eu era um fanático desvairado por Marilyn Monroe, o que realmente está longe da verdade. Não é que eu não tivesse respeito por ela. É só que a música poderia ser facilmente sobre James Dean, Jim Morrison, Kurt Cobain… Poderia ser até sobre Sylvia Plath ou Virginia Woolf. Quero dizer, basicamente, qualquer belo autor, ator, atriz ou músico que morreu muito jovem, deixando aquela imagem icônica de um Dorian Gray — eles simplesmente pararam de envelhecer. É uma beleza congelada no tempo."
Em entrevista para a Rolling Stone em 2014, Ben tornou a negar que fosse fanático por Marilyn Monroe como tantos diziam que ele era: "Ela definitivamente não era alguém que eu admirava muito quando era criança, nem nada disso. Ela era apenas uma metáfora para a fama, para a morte prematura, e para as pessoas que exageram nos excessos e acabam morrendo jovens.
"Candle in the Wind" foi lançada originalmente em 1973 no álbum "Goodbye Yellow Brick Road", e no ano seguinte como single, tendo no lado b outro grande hit: "Bennie and the Jets". Em 1986, ela foi relançada em versão ao vivo, com a qual o pianista concorreu ao Grammy de Melhor Performance Vocal de Pop Masculino. Nos anos 90, com a trágica morte de Lady Di, a Princesa Diana, a música foi relançada como "Candle in the Wind 1997". Essa versão, regravada e com uma letra diferente, chegou ao topo das paradas não só no Reino Unido como em outros países também.
Dessa forma, "Candle in the Wind" acabou muito vinculada a Marilyn Monroe e Lady Di. Desafeto de Elton John, Keith Richards aproveitou isso para o alfinetar dizendo que "suas letras estão limitadas a músicas sobre loiras mortas".
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