A incrível história da capa de "Só no Forevis" do Raimundos, segundo designer responsável
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de outubro de 2023
"Só no Forevis" é o quinto álbum de estúdio da banda de rock brasileira Raimundos, lançado em 27 de maio de 1999. Este álbum se destacou como o de maior vendagem da banda e marcou o encerramento da era com o vocalista Rodolfo Abrantes.
O título é uma homenagem aos bordões do humorista Mussum dos Trapalhões, já que "forevis" é um sinônimo para "furébis" ou "nádegas," e Mussum faleceu em 1994. Em uma entrevista ao Corredor 5, Luiz Stein, o designer responsável pela capa do álbum, compartilhou histórias sobre como o trabalho foi realizado.
"A história é uma das mais geniais do planeta. Bom, eles já tinham essa ideia de fazer algo como um grupo de pagode, inclusive o nome tem tudo a ver com isso. Vestimos eles como se fossem um grupo de pagode, tiramos a foto com essa vibe de Rodolfo, né? Rodolfo era um cara genial, não tanto hoje em dia, mas na época ele era. Se você reparar, eu tenho o LP e dá para ver melhor as partes do corpo dele, são aumentadas, ampliadas. Olha o tamanho da mão do Rodolfo, vê o pé... na capa do LP dava para ver isso. Foi feito para o LP também. Eu tenho o LP aqui, e é tudo meio deformado.
A ideia de ser algo surreal, tirar da realidade, foi deles. A capa ficou assim, e eles sugeriram a enfermeira e a PM na contracapa. Isso aqui foi genial. Nós chamamos um monte de garotas para um concurso. Eles iam escolher as garotas para as fotos da contracapa. Eu mostrei para elas como deveriam ficar, com a bunda para trás, e depois saíam. Os Raimundos foram responsáveis por isso. Foi um espetáculo que, hoje em dia, provavelmente geraria milhares de protestos".
Curiosidades sobre Raimundos
Nos anos 1990, o Raimundos destacava-se como uma das maiores bandas de rock do Brasil, e parte significativa desse sucesso era atribuída à parceria com o produtor Tom Capone, especialmente no icônico álbum "Só no Forevis".
Em uma entrevista ao Corredor 5, Marcelo Maia, que colaborava com Tom na Warner nessa época, compartilhou uma história curiosa relacionada às rádios que começaram a solicitar versões das músicas da banda com menos guitarra como condição para tocar os hits.
"Parto do princípio de que o que tem excelência chega na reta final vitorioso. O Tom Capone tinha essa excelência no que fazia. Tem uma história maravilhosa que só soube depois. No caso do Raimundos, eles faziam discos maravilhosos. O primeiro que o Tom produziu deles fez com que o público entendesse o que o Rodolfo cantava. Foi o ‘Só no Forevis’. Os primeiros você não entende! [risos]. Aquele álbum é 100% Tom Capone. Eu participava das reuniões e via as rádios pedindo para tirar a guitarra. As rádios de rock estavam acabando. A guitarra ficou abominada pelas rádios brasileiras. Mas tirar a guitarra dos Raimundos era um assassinato, né?
Tinha que estar lá e precisava dessa versão. Aí, a banda mandou uma fita escrita assim: ‘Mulher de Fases Remix PM’. Essa era a guia de rótulo. Entrou em todas as rádios populares. Abriu portas e o Raimundos dobrou de tamanho. Outros remixes PM foram feitos. Ninguém sabia o que significava essa sigla. Sabe o que era? Remix Pau Mole! [risos]. O Tom Capone inventou essa sigla para se defender quando precisava fazer novas mixes para as rádios".
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