Bruce Dickinson e o balão que mantém sua sanidade em um ambiente tóxico
Por Bruce William
Postado em 21 de abril de 2024
Durante participação no podcast Appetite For Distortion, foi perguntado para Bruce Dickinson se há diferentes facetas de sua personalidade que ele aplica aos diversos projetos em que se envolve, ou se tudo faz parte da mesma pessoa. Segue a longa resposta do vocalista, em transcrição feita pelo Blabbermouth.
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"Não, tudo sai do mesmo caldeirão, como qualquer pessoa. Se eu fosse fazer uma analogia, seria como se você me tirasse da geladeira e eu estivesse gelado e depois você me colocasse no fogão e me aquecesse até uma certa temperatura e concluísse: 'Ah, sim, parece que agora está na temperatura para o Maiden'. Então você coloca uma concha na tigela e este é o mundo do Maiden. Ao final, você retorna o Maiden para o caldeirão e ele volta para o estado normal, meio morno, chato, comum, que sou eu quando não estou correndo por aí fazendo coisas".
Temendo parecer confusa a resposta, Bruce explica: "Eu gosto de imagens, analogias e coisas assim. Eu explico muitas coisas desse jeito, que é como eu escrevo músicas e coisas do tipo. Então eu gosto de dizer que a maneira como eu abordo um show em um clube, e depois um teatro, e depois uma arena, e depois algum mega estádio onde você nem consegue ver a última pessoa na plateia porque eles estão tão longe - como você projeta sua personalidade, se quiser, sobre essas diferentes distâncias? E eu digo, bem, é meio como ter um balão de festa que é você, então você é o balãozinho de festa murchinho, mas você entra em um clube e vai - você não precisa inflar muito o balão para tocar o fundo do clube, porque todo mundo pode te ver"
Prossegue o cantor: "E você infla um pouco mais para o teatro, e então a arena é, tipo, 'Ah, um pouco mais de esforço acontecendo ali'. E então o grande é o grande festival, e você não percebe o quanto inflou esse balão gigante até sair no final e estar absolutamente exausto. E você pensa, 'Por que isso?' Porque você estava exalando toda essa energia para tentar preencher esse espaço vasto. Mas o problema com tudo isso é que agora você está andando por aí com um balão do tamanho do Texas em volta da sua cabeça. Então você precisa de alguma forma [tirar o ar do balão], e o balão simplesmente murcha. E você precisa fazer isso depois do show, porque se você não fizer isso, não conseguirá passar por nenhuma porta no mundo ocidental. Porque o seu balão está muito grande".
"Todo mundo tem um balãozinho e todo mundo é capaz de inflá-lo", explica Dickinson. "Apenas meu trabalho é fazer isso em um grau ridículo. E então eu trato esse balão quase como se fosse uma terceira pessoa. Eu fico tipo, 'Ok. O grande balão está lá fora, mas esse não é realmente um estado para existir no mundo real.' Então eu tento desinflar no final do show e ficar quieto e apenas correr para algum lugar escuro e me esconder. Mas é assim que eu lido com isso, e é assim que espero manter algo parecido com sanidade em um ambiente que pode ser muito tóxico para as pessoas".
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