Tom Morello faz apelo para que headbangers se unam para agir e mudar o mundo
Por Bruce William
Postado em 01 de julho de 2024
Durante uma coletiva de imprensa na edição de 2024 do Hellfest, realizado em Clisson na França, o guitarrista, compositor e ativista político Tom Morello comentou que ele passou sua carreira em bandas como Rage Against The Machine e Audioslave não apenas fazendo música, mas também fazendo a diferença na vida dos outros. A transcrição é do Blabbermouth, que também exibe o vídeo original, registrada pela Loud TV.
"Ao longo de 21 álbuns, há realmente uma mensagem que é um fio condutor em toda a minha música, e essa é que o mundo não vai mudar sozinho. Depende de você. E por você, eu literalmente quero dizer vocês que estão aí assistindo; é assim que o mundo muda. E às vezes parece que é um problema monolítico que nunca conseguiremos superar e que o mundo não pode ser mudado ou que as piores pessoas estão no comando, e muitas vezes estão. Mas vocês não são testemunhas da história; vocês são agentes da história. A história não é algo que aconteceu; é algo que você faz. Sempre que houve uma mudança progressiva radical, até mesmo revolucionária e positiva para melhor, ela veio de pessoas que não são diferentes de ninguém nesta sala ou de qualquer público para o qual você escreve ou para o qual seus vídeos são feitos. Uma vez que você percebe que tem as mãos no volante da história e deste planeta, e se você quiser torná-lo um lugar mais pacífico, mais justo, mais equitativo, mais antirracista, mais ambientalmente saudável, não há ninguém para culpar se isso não acontecer além de você, por não se levantar".
Após repetidamente dizer que a mudança social sempre foi sua principal motivação para fazer música, Morello também falou sobre onde encontra inspiração para compor em um mundo cada vez mais dividido: "Em qualquer momento histórico, você está no lugar onde vive e no lugar de onde veio. É isso. Então algumas pessoas dizem: 'Vocês fizeram discos do Rage há trinta anos, e agora olhem para o estado horrível do mundo'. Mas imagine como seria se não tivéssemos feito esses discos. A cada momento você faz o que pode, quando pode, onde pode. É assim que eu vejo. E o arco da história é longo, e há tempos muito, muito desafiadores agora certamente no meu país, e eu sei que aqui também. E, em parte, literalmente o destino do planeta está em jogo nas próximas décadas. Então é hora dos headbangers se organizarem".
Explicando depois que muitas vezes se sente sobrecarregado por tudo que acontece no mundo, citando desde questões climáticas até o conflito em Gaza, mas que ele sempre segue em frente transmitindo sua mensagem através de sua música, Tom rebateu a afirmação de um repórter que não há mais esperança para a humanidade em meio a uma avalanche de crises globais, envolvendo guerras, doenças e pessoas passando fome: "Bem, antes de tudo, eu discordo de você que não há esperança. Eu diria, no entanto, para não ficar tão... a única opção que eu poderia sugerir é não fique tão preocupado em ser puro de forma que isso o impeça de agir. Se você bebe uma Pepsi, você não vai para o inferno porque apoiou alguma corporação. O que é importante fazer, a mudança vem de baixo - mudanças reais e significativas vem de baixo, sempre foi assim. As pessoas se organizam, e o mundo muda. Estes são tempos realmente difíceis em que estamos. O planeta já passou por tempos difíceis antes - às vezes tão ou mais graves do que este. E quando o mundo saiu do lado certo da história foi porque pessoas como você, mesmo em tempos quando poderiam se desesperar, não se desesperaram. É assim que o mundo muda".
Por fim, Tom conclui: "Este é um momento histórico terrível, mas não é um momento histórico único. E da maneira como eu vejo, estou preso a ser um guitarrista. Estou amaldiçoado. É minha vocação. Eu não escolhi isso; isso que me escolheu. Então agora tenho que encontrar uma maneira de dominar este hobby estranho que peguei como adolescente e tentar mudar o maldito mundo com isso. E não é fácil, mas onde quer que você esteja e qualquer que seja seu trabalho, qualquer que seja sua vida, seja enfrentando uma autoridade ilegítima em sua casa, seu local de trabalho, sua escola, seu país, ou o que for, como eu disse antes, a história não é algo que acontece, é algo que nós fazemos. Então eu encorajaria você e seus ouvintes, ou o que for, a não se desesperarem - a agirem".
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