"Nomad", a jornada de Paul Di'Anno além do Maiden e do metal tradicional
Por Michel Sales
Postado em 29 de outubro de 2024
Nota: 8
Paul Di'Anno, falecido 21 de outubro de 2024, registrou uma discografia curta, mas definitiva no cenário metal, mesmo com seu estilo originalmente punk. E dentre seu legado, em 2000 Di'Anno lançou Nomad, marcando um momento importante na carreira solo do ex-vocalista do Iron Maiden.
Embora Di'Anno seja amplamente lembrado por seu trabalho com a Donzela de Ferro nos dois primeiros álbuns da banda, Nomad mostrou um lado diferente do artista, explorando uma fusão de estilos musicais que vão além do heavy metal tradicional.
O álbum destaca uma mistura de heavy metal, hard rock e elementos de rock mais melódico, com influências também evidentes do punk, que sempre estiveram presentes em seu estilo. Comparado ao som cru de sua época no Maiden e de seus trabalhos com bandas como Battlezone, Nomad tem uma produção mais polida e apresenta uma variedade maior de ritmos e atmosferas.
Dentre as faixas notáveis do álbum, estão: "Mad Man in the Attic", trazendo um som mais pesado e agressivo, muito característico do estilo de Di'Anno; "POV 2000", uma pegada mais moderna e groove, que mostra a habilidade de Di'Anno em adaptar sua voz a diferentes sonoridades; "War Machine", um clássico exemplo de metal direto, com riffs pesados e um vocal forte; "Dog Dead", que traz uma abordagem mais voltada para o hard rock, com linhas vocais marcantes.
Em Nomad, Di'Anno também trabalhou com músicos brasileiros (Aquiles Priester e Felipe Andreoli), o que deu uma nova dimensão à sua sonoridade. Esse intercâmbio cultural ajudou a criar uma fusão interessante de influências musicais.
Apesar de não ter tido o mesmo impacto comercial de seus trabalhos com o Iron Maiden, Nomad é apreciado pelos fãs de Di'Anno e do heavy metal underground, que veem o álbum como uma declaração de suas obras de independência e um testemunho de sua capacidade criando música relevante, mesmo décadas após seu auge inicial.
LEGADO
Paul Di'Anno foi um cantor britânico, nascido em Chingford, Londres, e fez parte da formação clássica do Iron Maiden no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, trazendo uma abordagem vocal mais crua e agressiva, que combinava bem com o estilo mais punk e heavy metal da banda na época.
Ele foi o vocalista dos dois primeiros álbuns de estúdio do Iron Maiden, Iron Maiden (1980) e Killers (1981). Esses álbuns ajudaram a estabelecer a banda no cenário do heavy metal, com sucessos como "Running Free", "Phantom of the Opera" e "Wrathchild".
O estilo vocal de Paul Di'Anno era mais rasgado e influenciado pelo punk rock, o que contrastava com o estilo mais melódico que Bruce Dickinson traria à banda mais tarde. Apesar de seu sucesso inicial, Di'Anno foi substituído em 1981 devido a problemas relacionados ao uso de drogas e álcool, além de diferenças criativas com o restante da banda. Após sua saída, Bruce Dickinson assumiu o posto de vocalista, levando o Iron Maiden a um novo nível de sucesso global.
Após deixar o Iron Maiden, Di'Anno avançou com outros projetos musicais, como as bandas Di'Anno e Battlezone, além de seguir carreira solo. Embora não tenha alcançado o mesmo nível de sucesso que o Iron Maiden, ele continuou ativo no mundo do metal, gravando álbuns e fazendo turnês.
Nos últimos anos, Di'Anno teve sérios problemas de saúde, incluindo complicações nos joelhos que o deixaram em uma cadeira de rodas por um tempo, mas ele continuou a se apresentar pelos palcos do mundo.
Di'Anno será eternamente lembrado com carinho pelos fãs do Iron Maiden, especialmente pela contribuição que fez para a fase inicial da banda, ajudando a moldar o som que os tornaria um dos maiores nomes do heavy metal.
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