O estilo musical que demorou a explodir por causa dos Beatles, segundo João Barone
Por Gustavo Maiato
Postado em 09 de outubro de 2024
Nos anos 1970, o reggae já era popular entre os jamaicanos que imigraram para Londres no fim dos anos 1950, no pós-guerra, mas sua visibilidade era limitada. Segundo João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, o principal obstáculo para o crescimento do reggae foi o grande destaque que os Beatles e outras bandas britânicas tinham na época, ofuscando outras vertentes musicais. O assunto surgiu durante entrevista ao Music Thunder Vision.
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"Esses imigrantes chegaram para trabalhar na reconstrução de Londres após a guerra. Eles já faziam reggae e outras variantes musicais, mas isso não era muito visível por causa dos preconceitos sociais e, claro, porque os Beatles ofuscavam tudo naquela época. Já existia uma cena musical jamaicana forte, mas só mais tarde, com o movimento punk, isso foi redescoberto. As bandas punk trouxeram o ska de volta para o público, que não tinha ideia do que era essa mistura rítmica", explicou.
A influência do reggae no som dos Paralamas do Sucesso
Segundo o site Groovingmood, com base em um post no Instagram dos Paralamas do Sucesso, vários discos de reggae influenciaram a banda, especialmente no álbum Selvagem, lançado em 1986. Esse trabalho, que traz uma fusão de rock alternativo e MPB com fortes elementos jamaicanos, como ska, dub e reggae, é um marco na discografia da banda.
O álbum conta com 10 faixas, entre elas os destaques "A Novidade", "Melô do Marinheiro", "Alagados" e "Marujo Dub", refletindo diretamente essas influências caribenhas e africanas. Herbert Vianna, vocalista e guitarrista, montou em 1985 uma lista de discos que ajudaram a moldar o som de Selvagem. Entre os álbuns mencionados, estão obras de lendas do reggae e sons africanos, que serviram de inspiração para a sonoridade plural do disco.
Confira a lista de influências, feita por Vianna:
Survival – Bob Marley
Special – Jimmy Cliff
Anthem – Black Uhuru
Bass Culture – Linton Kwesi Johnson
The Rhythmatist – Stewart Copeland
African Beat – Sunny Ade
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