Por que RPM nunca lançou seu próprio "Acústico MTV", segundo Paulo Ricardo
Por Gustavo Maiato
Postado em 01 de outubro de 2024
Em uma entrevista ao canal MPB Bossa, Paulo Ricardo, ex-vocalista e líder da banda RPM, revelou por que o grupo nunca lançou um "Acústico MTV" durante o auge dos projetos desplugados nos anos 90 e 2000, quando diversos artistas brasileiros se destacaram nesse formato. Para o cantor, a essência eletrônica do RPM sempre foi um obstáculo para esse tipo de projeto.
"Eu evitava os acústicos na época da MTV. Na verdade, naquela época a banda já não existia mais, eu estava solo", explicou Paulo Ricardo, referindo-se ao período de hiato do RPM entre os anos 90 e 2000. Ele complementou destacando que sempre enxergou a obra do RPM como algo intrinsecamente ligado à música eletrônica, com a chegada de sintetizadores, sequenciadores, computadores e baterias eletrônicas. "Fizemos até o primeiro remix do Brasil, ‘Louras Geladas’", relembra.
O vocalista destacou que a cultura eletrônica e o surgimento dos DJs nos anos 80 foram cruciais para moldar o som do RPM. Ele chegou a comparar essa evolução com o atual Tomorrowland, que representa o crescimento dessa cena. "Às vezes, esses eventos chegam a ser até maiores que o próprio rock", disse.
Paulo Ricardo admitiu que não se via adaptando sucessos como "Olhar 43" ou "Revoluções por Minuto" para o formato acústico. "Elas não eram acústicas, eram modernas, eletrônicas. Deixei essa ideia de lado", revelou. Ainda assim, em 2005, ele se aventurou em um projeto mais intimista ao lançar o CD e DVD Acoustic Live. "Foi uma maneira de realizar um sonho antigo, que era cantar as músicas que eu cresci ouvindo em inglês".
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