Conheça a banda do primo do Dio que fez turnê com o Angra: "Criamos algo épico"
Por Gustavo Maiato
Postado em 30 de novembro de 2024
A banda de dark melodic metal Witherfall, baseada em Los Angeles, continua a surpreender os fãs com seu quarto álbum, "Sounds of the Forgotten". Formada em 2013, a banda une elementos de thrash, death e rock clássico em composições complexas e melancólicas. Liderada pelo vocalista Joseph Michael, primo do lendário Ronnie James Dio, e pelo guitarrista Jake Dreyer, ex-integrante de Iced Earth, o grupo conquistou reconhecimento mundial, incluindo turnê com a banda brasileira Angra.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Gustavo Maiato, do Whiplash, Joseph e Jake compartilharam detalhes sobre o novo álbum, a experiência com Angra e a conexão única com o público brasileiro.
Durante a pandemia, o Witherfall enfrentou desafios profundos que influenciaram diretamente o novo trabalho. Para Joseph, o período trouxe uma lição importante: "Se você sobrevive, pode superar qualquer coisa." Segundo Jake, as dificuldades também impulsionaram o processo criativo: "Aquela fase foi sombria e frustrante. Tudo isso se reflete no álbum. No final, tratava-se de encontrar pessoas em quem confiar."
Com faixas que transitam entre agressividade e melancolia, "Sounds of the Forgotten" explora temas de desilusão e perseverança. A faixa de abertura, "They Will Let You Down", destaca-se pelo refrão com órgão de igreja e influências progressivas. Segundo Joseph, "o álbum é uma jornada de emoções. Apesar das letras negativas, o tema principal é seguir em frente."
As capas dos álbuns da banda seguem um padrão marcante, sempre com uma figura humana em destaque cercada por uma cor predominante. Para Jake, essa identidade visual é essencial: "Nós damos liberdade ao artista, mas sugerimos a paleta de cores. Este álbum sempre teve uma sensação de roxo, que traduzimos visualmente." A arte ficou a cargo de Blake Armstrong, conhecido por trabalhos com Megadeth e In Flames.
Durante a turnê com o Angra, o Witherfall consolidou uma relação próxima com o público brasileiro. Jake relembra com entusiasmo: "Os fãs brasileiros mostraram uma paixão enorme pela nossa música. Seria incrível fazer uma turnê pelo país."
Joseph, por sua vez, foi direto ao ponto: "Everton, você está lendo isso?" A menção ao responsável por um dos primeiros fã-clubes brasileiros demonstra o carinho da banda pelo público nacional.
Comumente apontados como sucessores espirituais do Nevermore, Jake e Joseph reconhecem as semelhanças, mas destacam sua identidade própria. "Amamos Nevermore, mas não queremos ser clones. Temos muitas influências que nos tornam únicos," afirma Jake. Joseph acrescenta: "Admiramos Warrel Dane e Jeff Loomis, mas somos diferentes em essência."
O álbum foi gravado em três estúdios, incluindo o Big Blue North, na cidade natal de Joseph, em Utica, Nova York. Equipado com um órgão Hammond B3 e um piano Bösendorfer, o local contribuiu para o som refinado e cinematográfico de faixas como "Ceremony of Fire". Segundo Joseph, o ambiente foi essencial: "Foi quase um golpe de sorte encontrar um estúdio assim na minha cidade natal. Ele tinha tudo o que precisávamos para criar algo épico."
Além da produção meticulosa, a banda também enfrentou momentos inusitados durante as gravações. Em um dos videoclipes, que contou com fogueiras e efeitos visuais impressionantes, Joseph revelou que quase foram presos: "Arrastar um corpo falso e acender uma fogueira de 12 pés na praia em Los Angeles não é exatamente recomendado."
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