David Gilmour explica que vendeu o catálogo do Pink Floyd, "mas não os direitos de publicação"
Por André Garcia
Postado em 11 de novembro de 2024
Nos últimos anos virou uma febre entre os gigantes do rock venderem seu catálogo musical para gigantes da indústria musical, como a Sony. Para esse time já entrou o Queen, Kiss, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Genesis/Phil Collins… e, mais recentemente, o Pink Floyd.
Até nisso os Beatles foram pioneiros, aliás — tanto por terem criado a editora Nothern Songs para gerir seus direitos de publicação nos anos 60 quanto por terem tido seu catálogo adquirido por terceiros (mais especificamente Michael Jackson).
Em recente entrevista para Los Angeles Times Gilmour esclareceu esse assunto:
"Não [fico preocupado com a forma como a música vai ser usada]. [O que fizemos como o Pink Floyd] é história, está tudo no passado. Isso foi pelas futuras gerações. Sou um idoso, passei os últimos 40 e tantos anos tentando lutar limpo contra as forças da preguiça e da ganância [na indústria musical] para fazer o melhor uso possível do nosso material. Só que agora eu desisti dessa luta."
"Recebi meu adiantamento [...] que é um adiantamento do que eu ganharia nos próximos anos de qualquer jeito [então não foi por dinheiro]. Foi pelas discussões, as brigas e as idiotices que aconteceram nos últimos 40 anos entre aquelas quatro equipes de representantes legais diferentes e seus próprios empresários: a isso foi uma maravilha dar adeus. Além disso, eu não vendi os direitos de publicação — o que é totalmente outra história."
Em síntese, David Gilmour vendeu a propriedade intelectual das músicas do Pink Floyd e o controle sobre o uso delas em filmes, comerciais e etc; mas ele não os direitos de publicação, e ainda recebe royalties por elas. Ou seja, foi a forma que ele encontrou de se livrar da parte ruim e ficar só com a parte boa.
"É preciso ter um acordo quanto ao licenciamento de uso e essas coisas. [A Sony] comprou os álbuns e as gravações [do Pink Floyd] e pode fazer o que quiser com elas. Se tocar em um comercial eu não dou a mínima."
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