O início de uma jornada através do prog do Opeth
Por Ricardo Bellucci
Postado em 13 de dezembro de 2024
Ouvir música é um ato místico, mágico, espiritual. Uma experiência quase religiosa, além, é claro, se ser uma jornada profundamente pessoal. A descoberta da sonoridade, porém ocorre às vezes meio que ao acaso, de forma aleatória, ou os mais espiritualizados diriam que por uma influência dos astros. Meu primeiro contato com o Opeth foi assim. Algumas bandas chegam aos poucos, vão nos conquistando de forma lenta, envolvendo com sua sonoridade e capacidade de emocionar. Isso ocorre com muitas pessoas. Comigo aconteceu de forma curiosa, peculiar até eu diria. Muito pouco eu sabia sobre o Opeth. Admito. Entrei em uma livraria (sim, elas ainda existem nas províncias perdidas da Terra Brasilis), e durante o religioso momento de garimpar obras, eis que me deparo com a biografia do Opeth, intitulada obviamente de Opeth: Do Death ao Prog, Como as Fases da Lua, dos italianíssimos Eugenio Crippa e Fillipo Pagani, pude observar, ao longo das mais de 500 páginas, com a história da surpreendente carreira desse grupo.
Bem, e como uma coisa leva a outra, vamos ao Youtube realizar uma "pequena pesquisa arqueológica" de campo. Nos primeiros resultados surge o vídeo de Windowpane. E lá vamos nós. O som melódico muito bem construído, com diversas texturas e camadas, em um tom leve, morno, mas carregado de sensibilidade me chamou a atenção, logo de cara. A letra introspectiva, uma verdadeira obra poética, combina, soberbamente com a melodia, sobrepondo uma camada a mais de textura complexa a sonoridade já exposta. Para completa, a voz de Mikael Akerfeldt é um caso a parte. Tanto nas versões ao vivo como de estúdio, a profundidade espiritual é gigantesca. Toca fundo, principalmente nos dias mais sombrios que experimento às vezes. É com encontrar um refúgio nos dias tensos. Um mergulho no espiritual.
Paixão à primeira vista. O resto foi consequência ao passear pelas faixas do clássico damnation. Sugiro aos amantes da arte do rock e do metal que possam degustar, ao menos, uma vez em suas vidas, a sonoridade única do Opeth.
Versão ao vivo (Live at Shepherd's Bush Empire, London):
Versão de estúdio:
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