O álbum do Iron Maiden considerado por Bruce Dickinson fraco e por Steve Harris forte
Por André Garcia
Postado em 18 de janeiro de 2025
Membros da banda e fãs geralmente enxergam um mesmo álbum de forma bem diferente. É possível os fãs terem como favorito um álbum que a própria banda esnobe. É possível também o contrário: a banda considerar um trabalho o seu melhor, e os fãs o esnobarem.
Membros diferentes de uma mesma banda podem ter impressões bem diferentes de um mesmo disco. Um exemplo disso é o oitavo do Iron Maiden "No Prayer for the Dying" (1990) — primeiro com Janick Gers no lugar de Adrian Smith.
Bruce Dickinson jamais escondeu sua insatisfação com esse trabalho, e em entrevista de 2023 para a Brave Words declarou:
"'No Prayer For The Dying' foi um álbum pelo qual tenho que compartilhar a [...] culpa por possivelmente ser o pior álbum do Maiden em termos de qualidade sonora (superado apenas pelo primeiro)."
"Todos nós entramos em uma espécie de delírio coletivo e gravamos em um antigo estúdio móvel dos Rolling Stones, em um celeiro no meio do inverno. Em um acesso de entusiasmo, pensamos 'Nossa, como somos modernos por gravar natureza, num lugar agrícola!' Aí a gente ficava correndo pra lá e pra cá com chapéu de palha fazendo solos de guitarra e essas coisas. Acabou que o álbum ficou simplesmente terrível. A qualidade sonora é péssima."
A tal vibe agrícula mencionada por Dickinson pode ser vista do clipe de "Holy Smoke" (que parece ter sido gravado de brincadeira pela banda com uma câmera amadora [e se der mole foi bem isso mesmo]. Ele, foi, aliás, dirigido pelo próprio Steve Harris.
Em entrevista para a Rolling Stone de 2019 Steve Harris defendeu o álbum desse papo de ser o mais fraco da banda:
"As pessoas não devem ficar dando atenção para o fato de a gente não tocar músicas de um determinado álbum. Para mim, tem umas músicas muito fortes nesse álbum [o 'No Prayer for the Dying']. Para mim, tem ótimas músicas em um ou dois desses álbuns considerados os mais fracos que os outros. Eu ficaria feliz em tocar ao vivo a maioria das músicas do 'No Prayer'. Para mim, é um álbum muito forte."
Na minha opinião, a música mais forte do "No Prayer" é "Tailgunner", que soava melhor ao vivo do que soou em estúdio.
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