Max Cavalera explica por que regravou primeiros trabalhos do Sepultura
Por Mateus Ribeiro
Postado em 14 de janeiro de 2025
Os irmãos Cavalera regravaram o EP "Bestial Devastation", "Morbid Visions" e "Schizophrenia", primeiros trabalhos do Sepultura. As releituras foram lançadas, respectivamente, em julho de 2023 e junho de 2024.
Max Cavalera falou sobre as regravações durante entrevista concedida ao Heavy Interviews. O guitarrista/vocalista explicou (via Blabbermouth) por quais razões decidiu revisitar as obras iniciais da banda que ele fundou ao lado de seu irmão, o baterista Iggor.
"Foi uma espécie de chance de fazer tudo de novo, mas melhor. Não exatamente consertar os erros, porque acho que os erros foram legais, mas fazer o material soar melhor. Tivemos a chance de ter uma guitarra melhor, um som de bateria melhor, um estúdio melhor, cercados por pessoas com experiência no Metal, que sabem como gravar essas coisas.
Nenhuma dessas coisas estava disponível quando gravamos esses discos no Brasil. Estávamos por conta própria. Os engenheiros de som não sabiam o que fazer e era como se fosse terra de ninguém gravar esses discos no Brasil. Assim, tivemos a chance de refazê-los da maneira que imaginávamos que soariam."
Na sequência, Max contou que as novas versões assinadas por ele e por seu irmão mantém a raiva do material original. Ele também afirmou que os fãs gostaram dos trabalhos.
"Mesmo quando éramos jovens, esperávamos obter o som que obtivemos nas regravações; era isso que estávamos buscando em primeiro lugar. Portanto, é muito legal termos a chance de fazer isso. Muitas bandas não têm essa chance, não tentam ou tentam e fracassam. Essas bandas não mantêm a energia e a raiva do original. Nós mantivemos tudo isso sob controle. Fizemos questão de manter a raiva (...). Então, acho que é por isso que muitas pessoas adoram as regravações, cara. Os fãs adoram as regravações, e elas são muito bem recebidas em todo o mundo."
Adiante, Max afirmou que as regravações celebram o seu passado musical. O frontman disse:
"Agora eu tenho a chance de revisitar, como uma pessoa mais velha, e ainda ter o mesmo prazer com esses álbuns que eu tinha quando era criança. É uma sensação incrível. Você pode fazer isso. Sinto-me muito afortunado, eu e meu irmão, por podermos celebrar nosso passado por meio desses álbuns e poder tocá-los ao vivo para as pessoas. É uma sensação incrível."
Um dos responsáveis por inserir o Brasil no mapa do Metal, Max deixou o Sepultura em 1996, durante a tour de divulgação de "Roots". Seu irmão seguiu o mesmo caminho dez anos depois.
Andreas Kisser, guitarrista que permanece no Sepultura até os dias atuais, aparentemente não gostou das regravações. "É uma escolha estranha que eles fizeram. Acho que o valor artístico é zero", disparou o músico.
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