É como colocar um motor novo num carro velho, diz Max sobre regravações de álbuns do Sepultura
Por Bruce William
Postado em 15 de dezembro de 2024
Durante participação no podcast Everblack Max Cavalera comparou o processo de regravação dos álbuns "Morbid Visions" e "Bestial Devastation" a restaurar um carro antigo e dar a ele um motor novo e potente. "Essas músicas estavam como que presas ao tempo e nós meio que trouxemos elas de volta com as regravações, tipo se você tivesse um carro velho e quebrado na sua garagem e o entregasse nas mãos de um mecânico fodão e ele colocasse um motor novo e forte. Então você sabe que ainda é o carro velho, mas ele agora tem toda essa potência", disse Max.
Para ele, os álbuns originais têm um charme único por representarem a época em que foram criados, mas as limitações técnicas da gravação inicial deixaram a sonoridade abaixo do potencial. Com as regravações, Max e Iggor conseguiram dar nova vida às músicas, preservando sua essência, mas com maior clareza e potência nos riffs e arranjos.
O vocalista destacou que o trabalho foi feito com respeito à história e aos fãs, buscando melhorar o material sem desviar-se do original. Ele e Iggor seguiram um método orgânico, gravando ao vivo, juntos em um estúdio, como nos velhos tempos. A produção ficou nas mãos de Arthur Rizk, escolhido por sua experiência com bandas contemporâneas e pela habilidade de criar uma atmosfera clássica sem soar artificial.
Segundo Max, a química entre ele e Iggor foi fundamental para o resultado: "Colocamos um microfone no meio da sala e simplesmente tocamos. Essa é a mágica de [sermos] irmãos." As regravações também incluíram o álbum "Schizophrenia", que Max considera um marco do Death/Thrash Metal e o "elo perdido" na discografia inicial da banda. Ele destacou como o disco uniu elementos dos dois estilos, criando uma mistura única que consolidou o som do Sepultura.
Apesar do ceticismo inicial sobre regravações, Max acredita que este foi o caminho certo. "Muitos dizem que regravar é uma má ideia, mas se for para fazer, esse é o jeito certo." Ele reforçou que o objetivo nunca foi substituir os originais, mas sim amplificar seu impacto e revelar detalhes musicais que antes estavam escondidos. A resposta dos fãs, segundo Max, validou a decisão: "Todo mundo perdeu a cabeça com o resultado, e eu me apaixonei de novo por essas músicas."
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