As desventuras em série que fizeram Marco Mendoza decidir sair do Black Star Riders
Por Gustavo Maiato
Postado em 01 de fevereiro de 2025
Marco Mendoza tem uma trajetória marcada por sua versatilidade e talento no baixo, tocando com grandes nomes do rock. Entre seus projetos mais importantes, está sua passagem pelo Black Star Riders, banda que nasceu a partir de uma nova formação do Thin Lizzy. Em entrevista ao jornalista Gustavo Maiato, ele explicou os motivos que o levaram a deixar o grupo logo após a primeira turnê.
Tudo começou quando Mendoza foi convidado para integrar uma nova formação do Thin Lizzy, ao lado de Brian Downey (bateria), Darren Wharton (teclados) e Scott Gorham (guitarra). Ele descreveu a experiência como um privilégio: "Você pode imaginar a honra de entrar na banda, aprender as partes de baixo de Phil [Lynott] e fazer alguns vocais de apoio. Foi muito divertido."
A formação sofreu mudanças ao longo do tempo. John Sykes, que havia sido um dos responsáveis pelo retorno da banda, acabou saindo do projeto. Segundo Mendoza, as coisas começaram a se desarticular, e o grupo decidiu dar um tempo.
Anos depois, o baixista recebeu um novo convite para reviver o Thin Lizzy, agora com Ricky Warwick nos vocais e Vivian Campbell na guitarra. Mendoza aceitou e viajou para Londres para os primeiros ensaios. Ele relembra que tudo soava muito bem e que se sentia honrado por representar o legado da banda, mesmo sabendo que a ausência de Phil Lynott gerava algumas críticas. "Eu entendo que algumas pessoas não se sentiam confortáveis sem o Phil, mas posso dizer que fizemos justiça à música e estávamos representando o legado que ele deixou."
Com o tempo, a ideia de gravar um álbum de inéditas surgiu, mas a saída de Brian Downey desestabilizou o projeto. Darren Wharton também decidiu sair, e a banda precisou reformular sua formação. Foi então que o grupo decidiu adotar um novo nome, dando origem ao Black Star Riders. "A gravadora decidiu seguir em frente com um novo nome para celebrar o legado de Phil, e assim nasceu o Black Star Riders, do qual fiz parte. No entanto, não se sentia certo para mim."
Para Mendoza, a banda deveria ter continuado como uma homenagem ao Thin Lizzy, mas acabou se tornando "apenas mais uma banda". Mesmo respeitando o talento dos músicos envolvidos, ele começou a perder o interesse no projeto.
Durante uma turnê com Mötley Crüe e Kiss na Austrália, Mendoza conheceu membros dos Dead Daisies, banda que estava ganhando destaque na época. Além disso, recebeu propostas de Neal Schon (Journey) e Dolores O’Riordan (The Cranberries). A oportunidade de fazer parte de algo novo e empolgante pesou em sua decisão. "Decidi seguir por esse caminho porque parecia ter uma base sólida. Todos iríamos fazer parte de algo novo, fresco e emocionante."
Antes de sair do Black Star Riders, Mendoza garantiu que a banda encontrasse um substituto à altura. Robbie Crane assumiu o baixo, e Mendoza seguiu sua carreira, que viria a incluir trabalhos com David Coverdale, Ted Nugent e diversos outros artistas renomados.
Mendoza explicou que, nos dias de hoje, manter uma banda com a mesma formação por muitos anos se tornou algo raro. Ele citou bandas como Aerosmith e Def Leppard como algumas das poucas exceções. "Muitas coisas acontecem nos bastidores que as pessoas não entendem. Os dias de ter uma banda com a mesma formação são quase inexistentes hoje em dia."
O baixista vê sua trajetória com gratidão e ainda se surpreende com as oportunidades que teve ao longo da carreira. "Ainda sou um grande fã de música e ver que 90% das bandas com as quais trabalhei são artistas que eu admirava de longe é incrível. Receber uma ligação deles faz você se sentir como se estivesse fazendo algo certo. É muito legal."
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