Roger sobre cenário dos anos 80: "Antes era todo mundo se ajudando, depois virou competição"
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de abril de 2025
Durante participação no podcast Ticaracati Cast, o vocalista e guitarrista Roger Moreira, líder do Ultraje a Rigor, falou abertamente sobre o cenário do rock nacional dos anos 1980 — e não poupou críticas à postura do RPM, uma das bandas mais populares da época.
Roger relembrou o espírito colaborativo que unia os grupos em ascensão no início da década. Segundo ele, era comum um músico participar do show do outro, em clima de camaradagem, "dando canja" e promovendo uma espécie de união informal entre as bandas. Mas isso mudou drasticamente quando o RPM explodiu com o disco "Rádio Pirata ao Vivo", de 1986, e passou a adotar o que ele classificou como um comportamento "rockstar demais".
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"O RPM furou muito a bolha", afirmou Roger. "Eles chegaram num nível de fazer show em estádio, enquanto nós, Titãs, Paralamas, ainda estávamos em casas de show. E com isso veio essa coisa de se achar melhor, de falar mal dos outros. Uma lógica de capitalismo selvagem."
Para Roger, esse individualismo, somado à profissionalização acelerada do grupo, rompeu o espírito de coletividade do movimento. "Antes era todo mundo se ajudando. Depois virou competição. E isso foi ruim para o rock", disse.
Roger e o jabá
O músico também criticou o mercado e o sistema de divulgação das rádios, ressaltando como o famoso "jabá" — pagamento informal para que músicas fossem executadas — moldou a cena musical da época. "A gravadora vinha e dizia: ‘toca essa música’. E o programador dizia que era ruim. Aí vinham com brindes, camisetas, bonés. Virou negócio." Segundo ele, a rádio era usada, enquanto as gravadoras e artistas lucravam com os shows.
Ainda segundo Roger, o sucesso do RPM ajudou a consolidar a ideia de que bastava citar três nomes para resumir todo o rock brasileiro: "Legião, Titãs, Paralamas. Ficou fácil demais falar isso. E teve muita banda boa que acabou esquecida."
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