Phil Collins fala sobre sua favorita do Genesis, que foi barrada por Peter Gabriel
Por Bruce William
Postado em 01 de abril de 2025
Mesmo com uma carreira solo de sucesso, Phil Collins continuou ativo no Genesis ao longo dos anos 80. Quando "Invisible Touch" alcançou o primeiro lugar na Billboard, marcou a primeira vez na história do ranking que um integrante de uma banda chegou ao topo como artista solo e depois foi sucedido pelo próprio grupo. A música é o único número 1 do Genesis nos Estados Unidos, embora a banda tenha acumulado 17 faixas no Top 40 americano, revela a Songfacts. No Reino Unido, seu país de origem, "Invisible Touch" não chegou ao topo.


A canção surgiu de forma inesperada, durante as sessões do álbum de mesmo nome de 1985. Collins contou ao The Guardian que estavam improvisando no estúdio quando Mike Rutherford tocou um riff com eco. Na hora, ele teve o estalo: "Ela parece ter um toque invisível - yeah! Isso veio à minha cabeça completamente formado". Segundo ele, era comum que as músicas surgissem dessa forma: "A gente chegava no estúdio todos os dias e simplesmente começava a tocar."

Phil explicou que o processo criativo da banda era livre, quase como jazz. "Tenho certeza de que as pessoas têm todo tipo de ideia sobre como escrevemos essas músicas que elas amam ou odeiam, mas na verdade nosso processo de composição era parecido com o do jazz. A gente improvisava. Não tínhamos medo de fazer barulhos ruins. Nos conhecíamos bem: se eu começasse a cantar besteira, ninguém diria 'que diabos você está fazendo?'. Ainda assim, havia uma boa porcentagem de besteira."
Sobre a letra, ele revelou que se inspirou em pessoas que causam impacto emocional, mesmo que de forma nociva. "Eu escrevi a letra sobre uma pessoa - e conheci algumas assim - que entra debaixo da sua pele. Você sabe que ela vai te bagunçar, mas não consegue resistir." Phil também disse que havia influência de Prince e Sheila E. na batida da música, especialmente da canção "The Glamorous Life."

A banda não tinha grandes expectativas de que o single se tornaria um sucesso. "A gente não sabia se a música seria um sucesso. Foi só uma questão de pensar: 'Bom, eu gosto disso, talvez muitas outras pessoas também gostem'." Ainda assim, a faixa se destacou rapidamente, muito graças ao videoclipe descontraído exibido na MTV. Nele, os integrantes se filmam com câmeras manuais e fazem brincadeiras, com Phil Collins cantando com uma baqueta no lugar do microfone. A ideia era quebrar a imagem séria que o público tinha da banda.

Apesar do sucesso da faixa, o álbum como um todo não foi bem recebido por parte da crítica. "A música foi bem recebida, mas o álbum 'Invisible Touch' recebeu algumas críticas negativas. A gente se escondia em uma vala sempre que lançava um novo disco: já estávamos na ativa há mais de 20 anos, e em 1985 todo mundo já tinha decidido se gostava da gente ou não." E, coincidentemente, no mesmo período, Peter Gabriel, ex-vocalista do Genesis, chegou ao topo das paradas com "Sledgehammer", pouco antes de "Invisible Touch". Collins brincou: "Li recentemente que o Peter Gabriel tirou a gente do primeiro lugar com 'Sledgehammer'. Na época, a gente não sabia disso. Se soubéssemos, provavelmente teríamos mandado um telegrama dizendo: 'Parabéns, seu bastardo'."

Mais de vinte anos após sua formação, o Genesis lotava estádios na turnê do álbum, em 1986 e 1987. Mesmo com as críticas, a banda viveu ali um de seus grandes momentos, relembra Collins. "Foi um verão lindo e quente. Quando entramos no palco, pensei: 'É disso que se trata. Não tem como melhorar.' E eu estava certo."
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