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Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de maio de 2025
Para muitos, Elvis Presley é sinônimo de rock and roll – além de ser o rei do gênero. Mas para Ray Charles, um dos maiores nomes da música norte-americana, essa coroa sempre esteve mal colocada. Em diversas ocasiões, Charles questionou o título de "Rei do Rock" atribuído a Presley e denunciou o apagamento das raízes negras do gênero.
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Em entrevista à NBC (via Far Out), em 1994, o cantor foi direto: "O que Elvis fez foi fazer com que os populistas — normalmente, quando dizem ‘populistas’, querem dizer pessoas brancas — começassem a ouvir músicas que normalmente ignorariam." Para Charles, Presley foi beneficiado por ser um jovem branco tocando música negra em um país ainda profundamente racista.
"Elvis apareceu na hora certa. Era um garoto branco que podia fazer rock and roll, rhythm and blues, o que quiser chamar, e as meninas desmaiavam por ele. Nat King Cole causava comoção entre mulheres brancas e era expulso de cidades como no Alabama."
O pianista criticava principalmente o fato de que Presley alcançou fama e fortuna interpretando músicas que vinham sendo criadas e lapidadas há décadas por artistas negros, como Willie Mae Thornton — que gravou Hound Dog antes de Elvis — e tantos outros que nunca tiveram o mesmo espaço na mídia.
"Negros já estavam rebolando há séculos. Tudo que o Elvis fez foi copiar isso. Ele estava fazendo nossa música. Então, por que eu deveria me empolgar com isso?", disse Charles.
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