Por que Kerry King não convidou Gary Holt para sua nova banda? O mesmo explica
Por Gustavo Maiato
Postado em 09 de maio de 2025
Desde que o Slayer se aposentou dos palcos em 2019, os fãs se perguntam qual seria o próximo passo de Kerry King. A resposta veio no ano passado com o lançamento de "From Hell I Rise", álbum que marca a estreia da banda solo do guitarrista — com sonoridade pesada, letras afiadas e o DNA thrash que o consagrou. Mas uma ausência notável chamou atenção: Gary Holt, que dividiu os palcos com King na fase final do Slayer, não está no time.
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Em entrevista à Rolling Stone Brasil (via Ultimate Guitar), King explicou que a escolha de não incluir Holt foi intencional. "Paul e eu trabalhamos muito bem juntos", disse sobre o baterista Paul Bostaph, único ex-integrante do Slayer recrutado para o novo projeto. "Se vou levar algo do Slayer, é ele. Nós temos um respeito e uma sintonia incríveis."
Kerry conta que a parceria com Bostaph vem de longa data e que os dois têm uma comunicação musical quase telepática: "Ele entende o que estou dizendo mesmo quando eu nem falo inglês direito. Uso termos inventados, e ele saca na hora. A gente grava uma demo em cinco minutos."

Sobre Gary Holt, King foi direto: "Gary é meu amigo. Cheguei a falar com ele, sim. Mas, conforme o tempo passou, percebi que quanto mais peças do quebra-cabeça do Slayer eu usasse, mais munição daria para as pessoas falarem m*rda de mim."
O mesmo pensamento guiou a decisão de não trabalhar novamente com o produtor Terry Date, responsável pelo último disco do Slayer, "Repentless" (2015). "Amo o Terry, mas precisei seguir em frente. O Josh Wilbur fez um trabalho incrível nesse disco."
King, no entanto, manteve boa parte da equipe técnica do Slayer nos bastidores. "São pessoas que conheço, sei que vão fazer o trabalho direito e manter tudo afinado. Isso é essencial para o bom funcionamento da banda."

Com Mark Osegueda (Death Angel) nos vocais, Kyle Sanders (Hellyeah) no baixo e Phil Demmel (Vio-Lence, ex-Machine Head) na guitarra, o grupo foi montado para refletir com fidelidade a identidade musical de King. "Eu só sei escrever do meu jeito. É o que eu sou. Não quero fazer rock 'n' roll ou qualquer outra coisa. Se disserem que esse disco soa como Slayer, pra mim é um baita elogio."
Para os fãs que sonhavam com uma nova encarnação do Slayer, "From Hell I Rise" é, segundo o próprio Kerry King, o mais próximo que se pode chegar disso — sem dar margem para comparações forçadas. "Me ver fora do Slayer é estranho. Eu queria que o Slayer ainda existisse. Mas essa é a única forma que encontrei de manter aquilo vivo."

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