O único disco dos Beatles que Rick Wakeman gosta - e nem é por causa dos quatro
Por Bruce William
Postado em 16 de junho de 2025
Rick Wakeman sempre foi do tipo de músico que prefere criar suas próprias regras. Quem acompanha sua trajetória no Yes, nos trabalhos solo ou em colaborações com gente do quilate de David Bowie, sabe bem que ele nunca seguiu fórmulas pré-estabelecidas, já existentes. Por isso mesmo, não é de se esperar que ele trate qualquer banda, por maior que seja, como intocável.
Os Beatles, na visão dele, não fogem à regra. Wakeman reconhece a força do quarteto, mas deixou claro que só um disco realmente mexeu com ele, e nem foi pelos quatro rapazes de Liverpool, mas sim pelo produtor que amarrou tudo de forma visionária: George Martin.


Em fala dita durante entrevista à revista Goldmine e repostada na Far Out, Wakeman contou sem rodeios: "Para ser honesto, é o único álbum dos Beatles que me pegou. George Martin levou as músicas para outro nível... pura genialidade de conceito". Para ele, o mérito não era apenas da banda, mas também do produtor, que costurou tudo de forma coesa e inovadora.

Na época do lançamento de "Sgt. Pepper", Wakeman ainda estava dando seus primeiros passos em estúdio; pouco depois gravaria teclados em "Space Oddity", de David Bowie. Mas aquele disco dos Beatles ficou como referência de até onde uma banda de rock podia ousar sem perder o público.
Não por acaso, anos depois, Wakeman mergulhou de cabeça nos próprios discos conceituais, como "The Six Wives of Henry VIII", "Journey to the Centre of the Earth" e "The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table". Obras que, cada uma a seu modo, bebem da mesma ideia de costurar faixas em torno de um grande tema.
Mesmo que seu estilo fosse muito mais sinfônico e extravagante que o rock pop dos Beatles, Wakeman costuma dizer que deve parte dessa liberdade a "Sgt. Pepper". O álbum abriu caminhos para músicos tratarem o rock como uma tela em branco, misturando instrumentos, efeitos e histórias sem medo de exagerar.

Para quem ouve hoje, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" pode parecer apenas mais um clássico entre tantos. Mas, na cabeça de Wakeman, ele segue como prova de que a música popular pode ser tão grandiosa quanto uma ópera. E que, às vezes, basta um bom produtor para transformar boas canções em algo maior que a soma das partes.
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