A lenda que David Bowie quis regravar e não deu certo: "Eu odiava ele como artista solo"
Por Gustavo Maiato
Postado em 07 de junho de 2025
David Bowie estava em busca de novas direções em 1973, ainda moldando a sonoridade que o levaria à fase soul do disco "Young Americans" (1975). Durante esse período, decidiu regravar "It’s Hard to Be a Saint in the City", faixa do então estreante Bruce Springsteen, lançado naquele mesmo ano no álbum "Greetings from Asbury Park, N.J.". A versão, no entanto, nunca chegou ao disco – por um motivo inusitado: foi rejeitada pelo próprio autor.
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A revelação veio anos depois, em entrevista do produtor Tony Visconti à revista Uncut (via Far Out), em 2016. Segundo ele, Bowie havia finalizado a gravação, mas convidou Springsteen para ouvir pessoalmente. O encontro não correu bem. "David levou Bruce para uma conversa reservada", contou Visconti. "Depois disso, Bruce se despediu de forma educada, mas nunca mais trabalhamos na faixa." Bowie teria, inclusive, declarado que não estava satisfeito com o resultado: "Lembro de ter ficado inseguro de mostrar, não gostei do que fiz".
A ocasião marcou também o primeiro contato entre dois artistas de perfis muito distintos. "Eu odiava ele como artista solo", disse Bowie em entrevista à jornalista Scott Isler. "Quando vinha com aquele estilo Bob Dylan, era constrangedor. Mas quando a banda entrava, ele se transformava. Era maravilhoso." A falta de sintonia foi mútua. "A gente não se entendeu. Ele pensava: ‘quem é esse cara esquisito?’ E eu pensava: ‘o que digo para alguém normal?’ Foi um verdadeiro impasse", relembrou.
A versão de Bowie para "It’s Hard to Be a Saint in the City" só veria a luz 16 anos depois, em 1989, no box Sound + Vision. E apesar do desconforto daquela noite, a admiração permaneceu. Em show em Pittsburgh, pouco após a morte de Bowie em 2016, Springsteen homenageou o cantor. "Muita gente não sabe, mas ele gravou nossa música lá no começo, em 1973. Peguei um ônibus para encontrá-lo na Filadélfia. Ele nos apoiava. Estamos pensando nele esta noite." Em seguida, tocou uma versão energética de "Rebel Rebel", celebrando aquele que, apesar das diferenças, nunca deixou de ser um admirador sincero.
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