O álbum do Metallica que mais tem a ver com o Black Sabbath na visão de Geezer Butler
Por João Renato Alves
Postado em 27 de julho de 2025
Apesar de alguns fãs terem torcido o nariz para "Metallica", popularmente conhecido como "Black Album", o disco de 1991 foi a porta de entrada de muita gente para as áreas mais pesadas do rock. A ponto de um herói de James Hetfield e companhia ter reconhecido a qualidade e encontrado similaridades com a banda que o fez lenda.
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Em entrevista de 1992 à revista Guitar for the Practicing Musician, resgatada pelo livro "Heavy Metal: A História Completa", de Ian Christie, Geezer Butler falou sobre o trabalho homônimo dos líderes do Big Four. O instrumentista não poupou elogios em seu depoimento.
"É um dos melhores discos que já ouvi, um clássico. Esse é o tipo de música que realmente gosto de escutar – algo pesado, mas com melodia ao mesmo tempo. Ainda tem a mesma pegada do Black Sabbath."
O citado James ganhou uma exaltação pessoal por sua performance. "Não é radical demais a ponto de parecer que o vocalista está vomitando. Eu gosto de ouvir canções de verdade, bons riffs, boas linhas vocais e boas letras. Sou das antigas, na verdade, mas isso ainda funciona."

Ao Loudwire Nights, em 2023, Geezer voltou a destacar o álbum. "Achei os riffs ótimos, riffs incríveis. Eu sempre pensei 'Caramba, eu queria ter escrito isso!' São riffs realmente bons e algo com que eu podia me identificar. Não consegui me identificar muito com as coisas anteriores deles. Quero dizer, muitas pessoas acham que as coisas antigas são o verdadeiro Metallica, mas não me agradavam muito. Mas quando o 'Black Album' saiu, senti que era mais atraente para o meu gosto."
O parceiro musical de Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Bill Ward finalizou com um detalhes surpreendente. "É um dos poucos álbuns de metal que eu conseguia ouvir do começo ao fim. Eu curtia muito ouvir. São pouquíssimos os álbuns de qualquer gênero que consigo ouvir desde a primeira faixa até a última. O 'Black Album' é um daqueles discos que consigo ouvir inteiro, e fico bem impressionado com isso."

Quinto trabalho de inéditas da carreira do grupo, "Metallica" mostrava a banda explorando novas sonoridades, dando início à parceria com o produtor canadense Bob Rock. Pela primeira vez os músicos usaram três tipos de afinações diferentes: a tradicional em mi, mi bemol e ré.
A atmosfera mais dark e reflexiva das músicas não era apenas uma mudança de abordagem superficial. Além do amadurecimento natural que a idade traz, três dos quatro integrantes passaram por divórcios no período – James Hetfield era a exceção.
Ao contrário do que faziam até então, Hetfield e Lars Ulrich incluíram Kirk Hammett e Jason Newsted no processo de desenvolvimento das canções, visando dar um clima mais próximo do que faziam ao vivo.

"Metallica" vendeu até hoje cerca de 32 milhões de cópias em todo o mundo, sendo o disco mais comercializado das últimas três décadas em qualquer gênero musical.
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