O amigo de Ozzy Osbourne que, para ele, representava "o cara definitivo do metal"
Por Bruce William
Postado em 24 de julho de 2025
Motörhead nunca foi uma banda que se preocupou com rótulos. Desde sempre, Lemmy Kilmister deixou claro que não se considerava parte do heavy metal - para ele, o que fazia era puro rock and roll, com o volume no máximo e atitude direta. Ainda assim, é difícil imaginar a história do metal sem o nome de Lemmy ali, fincado como um alicerce.
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Ozzy Osbourne, que conheceu Lemmy de perto, não hesitou em reconhecer esse peso. "Lemmy Kilmister foi uma parte muito importante disso tudo. Na minha opinião, ele era o cara definitivo do metal. Viveu blues, metanfetamina e cervejas fortes. E era um grande amigo meu. Sinto muita falta dele", afirmou Ozzy, em fala resgatada pela Far Out. A frase diz mais sobre o sentimento do que sobre qualquer definição de gênero musical.
Essa admiração ia além da postura e do estilo de vida. Ozzy sempre respeitou Lemmy como compositor, algo que muitos não percebem à primeira vista. Conhecido por riffs acelerados e vocais roucos, o líder do Motörhead também sabia criar letras emotivas e honestas, como mostrou ao escrever "Mama I'm Coming Home", sucesso do disco "No More Tears" (1991) de Ozzy.

A parceria entre os dois também gerou outras faixas como "Hellraiser" e "Desire". Mas foi em "Mama I'm Coming Home" que Lemmy deixou evidente sua capacidade de construir uma balada marcante, mesmo vindo do universo mais áspero do rock. Essa sensibilidade, tão contrastante com sua imagem, só aumentou o respeito que Ozzy já tinha por ele.
Para muitos, Lemmy era apenas sinônimo de velocidade e distorção. Mas bastava ouvir com mais atenção faixas como "Whorehouse Blues" ou até os momentos mais cadenciados de discos como "1916" para perceber que havia mais camadas ali. Como Ozzy disse, ele colocava alma em tudo o que fazia, e talvez seja isso que o tornava tão singular.
Mesmo com toda a reverência que Ozzy recebeu ao longo da vida, ele próprio reconhecia que muito do que se tornou só foi possível porque caras como Lemmy testaram os limites e abriram caminhos novos. E se hoje Lemmy e Ozzy já não estão entre nós, o legado que construíram lado a lado continua presente no coração do metal. Juntos, eles ajudaram a moldar não apenas o som, mas também a atitude de toda uma geração. Eles tiveram uma vida sem filtros, sem concessões, vivendo intensamente cada acorde e cada verso. A amizade entre os dois ia além dos palcos e entrevistas: era uma conexão real entre duas figuras que entendiam o peso e a liberdade de serem quem eram. E é justamente essa autenticidade que mantém suas presenças vivas, mesmo depois de terem partido.

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