Black Sabbath era "a pior" banda para você abrir shows, segundo os Ramones: "Era perigoso!"
Por André Garcia
Postado em 12 de julho de 2025
O mundo da música é sustentado por gravações lançadas como álbuns, mas é ao vivo sobre o palco diante de milhares de pessoas que a magia do rock realmente acontece. Muitos músicos até comparam a uma droga os momentos de êxtase de tocar para uma multidão de fãs que cantam suas músicas, te aplaudem e gritam seu nome.
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Só que a vida sobre um palco nem sempre é um mar de rosas. Quando a coisa fica feia, sobre o palco diante de um microfone é o pior lugar para se estar. Não foram poucas as vezes em que shows terminaram em tumulto e quebradeira, em que a banda chegou a correr risco de ser ferida ou até mesmo alguém acabar sendo morto.
Segundo o livro Na Estrada com os Ramones, de Monte Melnick e Frank Meyer (agradecimentos a Raphael New Avengers pelo exemplar), se você queria passar por uma experiência assustadora como essa era fácil: bastava abrir show para o Black Sabbath.
Johnny Ramone relembrou
"A gente estava indo de van para um show em San Bernardino com o Black Sabbath, e o letreiro dizia 'OS REIS DO HEAVY METAL VS OS REIS DO PUNK'. Eu pensei 'Meu Deus… estamos ferrados!' E não deu outra. Apareceu um monte de gangue de motoqueiros e fazendeiros jogando garrafas de whisky na gente."

"O promotor fez parecer que era uma batalha de bandas", acrescentou Joey Ramone. "Lá em San Bernardino tem um monte de caipira motociclista, e o Black Sabbath tinha um bando de seguidores extremistas. Eram fãs bem fiéis, tipo os dos Ramones, só que nosso público era menor na época. Começamos a tocar e o pessoal segurando garrafas de whisky ficavam fazendo movimentos ameaçando jogar na gente. Estávamos tocando fazia uns 20 minutos quando começaram a jogar de tudo na gente: garrafa, vela de ignição, carburador de carro… Até poderíamos ter desviado daquilo tudo, mas dissemos 'Que se f*da!' e saímos do palco."
Monte, roadie manager da banda em toda sua carreira (e autor do livro) arrematou: "Tocar com o Black Sabbath era perigoso. O público deles não queria nem saber da gente. E eles andavam armados! Naquela época o pessoal não era revistado na entrada, e o público era o pior. Era o surgimento do heavy metal e as casas de show não tinham seguranças nem detectores de metal. O pessoal entrava com garrafas e pedras e ficava jogando nas bandas de abertura. Era assustador! Era muito ruim…"

Ironicamente, com o passar do tempo os fãs dos Ramones criaram o hábito de dar o mesmo tratamento a quem não caía nas graças deles. Como foi o caso de CJ quando substituiu Dee Dee.
Sobre sua estreia com os Ramones, em show realizado na Inglaterra, CJ relembrou: "Eu subi no palco olhei para a plateia, vi as pessoas, e imediatamente foi uma chuva de cuspe, moeda, garrafa, sapato… uma incessante cascata de tudo que era m*rda voando no palco o tempo todo. Se fosse uma pessoa que não soubesse o que esperar, ou que não fosse obstinada, teria sido um momento bem intimidador. Mas eu adorei! Eu fui até a beira do palco, cuspi de volta, mostrei o dedo… gritavam coisas para mim entre as músicas, eu agarrava a virilha para eles e dizia 'Eu comi a bunda da rainha!'…"

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