A banda clássica cheia de rockstars que surgiu cheia de expectativas e Regis Tadeu odeia
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de agosto de 2025
Quando foi anunciada, em 1981, a formação do Asia parecia um sonho para qualquer fã de rock progressivo. John Wetton (King Crimson, UK), Steve Howe (Yes), Carl Palmer (Emerson, Lake & Palmer) e Geoff Downes (The Buggles, Yes) uniram forças num supergrupo que prometia unir técnica, virtuosismo e melodias marcantes. O projeto nasceu sob altas expectativas — mas, para críticos como Regis Tadeu, o resultado não apenas decepcionou, como se tornou um exemplo do desgaste do progressivo diante das pressões comerciais dos anos 1980.
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Durante uma live em seu canal no YouTube, Regis foi direto ao comentar o impacto do primeiro disco da banda, lançado em 1982: "Corroboro a impressão do Vitão Bonesso. O primeiro álbum do Asia foi uma frustração imensa. Comprei o disco importado, babando com aquela capa. Cheguei a cortar e cheirar o vinil! E o conteúdo… uma decepção."
O comentário de Tadeu está longe de ser isolado. O próprio Vitão Bonesso lembrou que, na época, a expectativa era de um som grandioso, que misturasse a complexidade de suas bandas de origem. "Quando anunciaram o Asia, eu tive uma ereção momentânea. Falei: 'Meu Deus, o que vai ser isso?'"

Mas o que veio a seguir, segundo os dois, foi um disco mais acessível, com apelo pop, longe das longas suítes progressivas e da densidade musical dos anos 1970. Com hits como "Heat of the Moment", "Only Time Will Tell" e "Wildest Dreams", o álbum autointitulado alcançou enorme sucesso comercial — mas, para parte da crítica, simbolizou a rendição artística às pressões da indústria.
Regis Tadeu e o rock progressivo
Regis contextualiza a decepção ao lembrar que o rock progressivo vivia um momento de retração comercial. Com a ascensão do punk rock na segunda metade dos anos 1970, movimentos como o Yes, Genesis e ELP precisaram repensar seus formatos. "O punk, com sua simplicidade e rebeldia, achatou o egocentrismo do progressivo. As bandas tiveram que baixar a bola."

Bandas consagradas passaram a compactar suas músicas e investir em refrões diretos e estruturas mais convencionais. O próprio Yes, por exemplo, após o malfadado "Tormato" (1978), renasceu com o álbum "90125" (1983), já sem Jon Anderson e Rick Wakeman, e alcançou sucesso massivo com uma abordagem mais pop. "Se por um lado os músicos se sentiram ofendidos por terem que mudar o som que os tornaram famosos, por outro, a conta bancária agradeceu", ironiza Régis.
Confira a live completa abaixo.

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