"Isso representa o que é o metal"; o clássico do gênero que foi gravado sem baixo
Por Bruce William
Postado em 22 de setembro de 2025
Quando o Judas Priest lançou "Painkiller" em 1990, não se tratava apenas de mais um disco na carreira da banda. Era a estreia do baterista Scott Travis, o primeiro americano a integrar o grupo, e também o último trabalho de estúdio com Rob Halford antes de sua saída em 1992 para seguir em carreira solo. A faixa-título apresentou ao mundo a figura mitológica do "Painkiller", enviado para destruir o mal e salvar a humanidade, explica a Songfacts.
O álbum deveria ter saído ainda na primavera de 1990, mas foi adiado porque o grupo precisou enfrentar um processo judicial nos Estados Unidos. A acusação era de que a banda teria inserido mensagens subliminares em "Stained Class" (1978), influenciando dois jovens a tentarem o suicídio. Depois de um julgamento exaustivo, o Judas Priest foi inocentado, mas o episódio marcou a época.

Apesar da polêmica, "Painkiller" foi recebido com entusiasmo. O disco levou a banda de volta ao topo e se tornou referência do gênero, embalando uma turnê vitoriosa. Mas internamente, Halford começava a sentir os limites criativos: para compor fora da banda, teria de deixá-la, o que aconteceu alguns anos depois. Em 1996, foi substituído por Tim "Ripper" Owens, até retornar definitivamente em 2003.
Para Rob Halford, no entanto, nada se compara à canção que dá nome ao álbum. Em 2013, ele declarou à Kerrang!: "Acho que é uma afirmação maravilhosa. Isso representa o que é o metal - é tudo o que uma faixa de metal deve ter. Todo mundo está tocando a mil por hora, mas a melodia ainda aparece. E quando você vê 30 mil headbangers cantando 'He is the Painkiller' em um festival, é uma sensação incrível. Se tornou uma música muito importante para o Priest, e para o metal também, eu acho."
Um detalhe curioso é que Ian Hill, baixista desde a formação original, não participou das gravações. Doente na época, foi substituído nos bastidores por Don Airey, tecladista que já havia tocado com Ozzy Osbourne e Rainbow e que, anos depois, entraria no Deep Purple. Em entrevista de 2020, Airey contou: "Todas as partes de baixo sou eu tocando no Minimoog. É Moog bass no álbum todo, embora o baixo do Ian tenha sido misturado em algumas partes. Mas como ele não estava bem, acabei fazendo tudo e eles mantiveram assim."
Airey chegou a ser contratado apenas para os teclados, mas como a banda buscava um som mais pesado, suas contribuições ficaram restritas a "A Touch of Evil". Sobre o baixo, não restam dúvidas: "Eles estavam tão preocupados com isso que nem me deram crédito no álbum, acho. Me pagaram, o que é o que importa",, revelou.
"Painkiller" consolidou-se como um hino absoluto do heavy metal. Rápido, agressivo e vibrante, o clássico elevou o Judas Priest a um novo patamar de intensidade, definindo um padrão sonoro para a década seguinte. A faixa não apenas reafirmou a força da banda, como provou que mesmo uma ausência inesperada - a do baixista Ian Hill nas gravações - não seria capaz de enfraquecer sua grandiosidade. Pelo contrário: o resultado final soou tão poderoso que até hoje é lembrado como a síntese do gênero, um daqueles raros momentos em que uma música consegue traduzir, sozinha, tudo o que o metal representa.
NOTA DO EDITOR: Ficou curioso para saber como soa um Moog Bass?
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