A morte anunciada dos discos físicos
Por Michel Sales
Postado em 09 de setembro de 2025
Para quem respira música — especialmente Rock and Roll e suas vertentes —, o cenário atual é quase um soco no estômago. Plataformas digitais lotadas de anúncios e singles soltos substituindo álbuns inteiros soam como uma traição para o público old school, já quase órfão da produção nacional de DVDs, CDs e LPs.


O mercado fonográfico, antes vibrante, parece ter perdido completamente o rumo. Colecionadores de verdade, que valorizam obras físicas e encartes bem-produzidos, assistem ao desaparecimento gradual até dos aparelhos de som com bandeja para CD — um sintoma claro de como a modernidade atropela tudo o que carrega história e substância.
E não são apenas os fãs que sentem o golpe. Músicos renomados, como Timo Tolkki (ex-Stratovarius), já deixaram claro: gravar álbuns completos não vale mais a pena, porque simplesmente não vendem. O jeito tem sido soltar singles nas plataformas, apenas para manter as turnês vivas com uma pitada de novidade. É pragmatismo puro, mas soa como capitulação.

A verdade incômoda é que a chamada "morte do Rock" não vem de falta de talento ou paixão, mas da modernidade esmagando conceitos, transformando álbuns em arquivos e reduzindo a experiência musical a playlists descartáveis. Para quem ainda acredita no poder do som analógico, resta revisitar o passado com criatividade — e lutar para que a chama não se apague sob o rolo compressor do tempo.

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