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Black Sabbath: escrito por ex-roadies, livro tem de casos inusitados até a saída de Ozzy

Por Mário Pescada
Postado em 02 de agosto de 2021

Nota: 8

"The Thrill Of It All" (2021), livro escrito por David Tangye e Graham Wright, hoje dois pacatos senhores, é a versão atualizada lançada por aqui pela Editora Denfire de "How Black Was Our Sabbath: An Unauthorised View From The Crew" (2005), inédito no Brasil. Além de membros da Sabbath Road Crew, eles acabaram se tornando amigos pessoais e confidentes dos músicos do BLACK SABBATH logo nos seus primórdios. Viveram, viram e ouviram dezenas de situações inusitadas, engraçadas, tensas. Após a separação da banda, David se tornou assistente pessoal de Ozzy, inclusive organizando audições para contratação de músicos para seus discos solo "Blizzard Of Ozz" (1980) e "Diary Of A Madman" (1981), enquanto Graham foi, de assistente de bateria de Bill Ward, para roadie e ajudante de UFO, TINA TURNER, ROLLING STONES e SCORPIONS.

Bruce Dickinson

O livro inicia cobrindo a vida dos quatro jovens suburbanos da então industrial e pouca atrativa Birmingham: Ozzy com seus empregos ruins, Bill Ward entregador de carvão, Geezer Butler que trabalhava em um departamento de contabilidade e Tony Iommi, que, como muitos já sabem, ganhava a vida na metalurgia, onde sofreria o acidente que causou a perda da ponta de alguns dedos da mão direita.

Algumas páginas depois, uma cobertura detalhada e muito bem-vinda pela árvore genealógica Sabbhática, desde o MYTHOLOGY com Iommi e Ward, o RARE BREED com Geezer nas seis cordas e Ozzy "Zig" nos vocais, o POLKA TULK BLUES BAND, que contou com dois guitarristas e um saxofonista, o embrião EARTH que enfim se torna o BLACK SABBATH, estreando sua imortal formação no longínquo 30 de agosto de 1969...

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O enredo segue pelos lançamentos de cada disco, com foco no que acontecia com seus membros mais como pessoas do que músicos, o que nos faz conhecer melhor a personalidade de cada um: o piadista Ozzy; o cuidador da banda e equipe Bill Ward, o recluso e misterioso Geezer Butler e o estudioso e dedicado Tony Iommi.

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Os autores narram dezenas de situações desconhecidas pelo público, afinal, foram vividos na intimidade do grupo, longe dos holofotes: tem seita satânica que rogou feitiço sobre a banda (por isso os crucifixos no pescoço), o caso de uma groupie e seu show ventríloquo que é impagável (e impublicável aqui), Ozzy querendo usar uma televisão ligada para pescar e quase morrendo eletrocutado, o atrito com o YES (exceto com o gente boa Rick Wakeman) e o novato grupo KISS, as pegadinhas internas que chegavam a extrapolar o bom senso, o Chalé da Atrocidade, refúgio bucólico de Ozzy e sua então esposa Thelma que recebia a visita de fãs, do vizinho beberrão John Bonham (LED ZEPPELIN) e até de um monge budista vegano, pego no flagra devorando um sanduíche de bacon aos gritos de Ozzy de "Vegetariano o caralho!" e muitas outras histórias impagáveis. Sim, Ozzy é o personagem mor das mais absurdas situações possíveis - não que as envolvendo os demais membros possam ser consideradas "normais", mas, quem leu sua biografia "Eu Sou Ozzy" (2009), já pode ter uma ideia do que estou falando.

David e Graham contam como a vida do grupo não foi só diversão, longe disso, tiveram que dar duro até atingir o sucesso: muitas e longas viagens exprimidos em uma van, shows mal pagos, competição com outras bandas que pipocavam na cena inglesa, a pressão por novos lançamentos (de 1970 a 1978 foram 8 discos!), tudo isso potencializado com cocaína e álcool em doses cavalares, saudades de casa e família, relacionamentos desmoronando, atritos cada vez maiores entre Ozzy e Iommi, etc. O SABBATH precisava parar para respirar, mas os compromissos eram tantos...

Os capítulos finais detalham muito bem o fim do grupo com a formação clássica. Em Los Angeles, a mansão Bel-Air Road - apelidada depois para Bel-End Road - foi alugada para as gravações de "Never Say Die!" (1978). As coisas até começaram bem, mas logo a distância entre Ozzy e os demais, sobretudo Iommi, se tornou grande demais: enquanto Ozzy se sentia menosprezado pelas suas ideias musicais, Iommi sentia da parte dele falta de compromisso e contribuição criativa. A demissão de Ozzy, revelada em minúcias, é de prender o fôlego.

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O fim da era Ozzy, Ward, Buttler e Iommi é também o fim de uma época nunca mais atingida por nenhuma banda de metal. Foram oito discos marcantes, fundamentais ao heavy, thrash, death, black, doom, stoner metal, etc. Tudo que veio depois bebeu dessa fonte e tudo que virá sempre terá um traço de BLACK SABBATH no seu DNA. Ponto.

O livro é muito interessante, muito rico de detalhes e fatos. Senti só a falta da contribuição de um jornalista para dar mais liga na descrição de alguns casos, ajudando a descrever melhor - alguns, mesmo interessantes, foram descritos de uma forma muito direta, poderiam ter sido mais explorados.

Bruce Dickinson

"The Thrill Of It All" (2021) é em papel couchè 115g. Traz raríssimas fotos de flyers, da banda ao vivo nos seus primórdios, momentos de descontração com a equipe, nos bastidores, etc. Acompanha um pequeno adesivo e pôster 21 x 15 cm do então EARTH, já como quarteto em 15/03/69, uma raridade, com Bill Ward e Tony Iommi irreconhecíveis.

O livro pode ser adquiro pelo e-mail [email protected] ou através do site da Editora Denfire.

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Sobre Mário Pescada

Mineiro, leitor compulsivo, ouvinte de todas as vertentes do rock - do blues ao grindcore. Valoriza mais a honestidade e entrega em cima do palco do que a técnica. Guarda os flyers dos shows que vai como se fossem relíquias.
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