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Metal Brasileiro - Ritmos Brasileiros: um livro inovador

Por Marcos Garcia
Fonte: e-mail
Postado em 05 de maio de 2012

Bem, é fato conhecido de todos que o experiente guitarrista Alexandre de Orio, da banda de Death Metal CLAUSTROFOBIA, lançou em 2011 o livro ‘Metal Brasileiro – Ritmos Brasileiros Aplicados Na Guitarra Metal – Novos Caminhos Para Riffs De Guitarra’, e é apenas o Volume 1, que recebe a alcunha ‘Samba Metal’, pois o enfoque é justamente no uso de fraseados e elementos das vertentes do tão culturalmente enraizado ritmo de nosso país.

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O currículo acadêmico de Alexandre é algo de assombroso, quando tratamos de músicos de Metal: Bacharel em guitarra pela FAAM (Faculdade de Artes Alcântara Machado), ou seja, é graduado em Música, logo, não tem uma visão estreita sobre o assunto. Ainda é pós-graduado em Estruturação e Linguagem Musical e Docência Superior em Música, bem como estudou Improvisação no Jazz e História da Música Popular Brasileira na pós-graduação da UNICAMP.

Ainda por cima, ele faz parte do QUARTETO DE GUITARRAS KROMA, cujo primeiro álbum, ‘Kroma’, foi lançado em 2001, e o segundo está quase saindo do forno e terá as ilustres participações de Heraldo do Monte, Vera Figueiredo e Roger Moreira. E ainda participou do projeto ‘Mostra Guitarras do Brasil’, que reúne importantes nomes da história da guitarra no Brasil desde a década de 40, e nesse evento, coube ao Kroma representar a primeira década do século 21.

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Ou seja, Alexandre não é apenas mais um guitarrista, mas um músico com background como todos nós, sendo seu diferencial o estudo aprofundado na área, tendo uma visão ousada no que faz, e isso torna todo seu trabalho musical diverso, justamente porque as limitações do ardor metálico, muitas vezes, faz muitos fãs torcerem o nariz para o uso de fraseados, acordes e riffs com toques de ritmos fora do Metal, e muitos ainda quando está fora de uma vertente de sua preferência (ou doutrinação, já que o número de evangelistas no Metal cresce na mesma proporção dos evangelistas do cristianismo).

Ainda falando do livro, ele trás um CD, objetivando tanto um estudo rítmico e técnico, focando mais a mão direita (aquela com a qual guitarristas usam a palheta para tocar), para a execução de riffs, tendo também por intento auxiliar a criação nas seis cordas. Mas um baterista também pode aprender com o livro, já que os exemplos são acompanhados de partitura para bateristas.

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No teaser do livro, Alexandre aparece tocando um riff de Metal, mas com uma levada voltada ao Samba, e em seguida, toca o mesmo riff sobre uma levada de Metal, o que deixa claro que podemos usar recursos de outro gênero musical para enriquecer o Metal, e deixa-la ainda mais personalizada, mas sem que perca o peso e garra característicos do estilo. As partes de bateria foram gravadas tanto por Lael Medina (as de Samba), como por Caio D’Angelo, baterista do CLAUSTROFOBIA (que fez as partes de Metal).

A capa do livro foi feita Alex Spike, mesmo artista que fez a arte do último CD do CLAUSTROFOBIA, ‘Peste’. Outro aspecto bem legal é que o livro terá sua versão em inglês em breve, e que deve fazer um bom sucesso no exterior, já que lá, a experimentação musical não é vista como um tabu no meio metálico, como o é no Brasil, pois nosso país é, em todos os aspectos, herdeiro do conservadorismo colonial, aspecto de Portugal, pois o país europeu que nos colonizou a partir de 1530, aderiu com unhas e dentes à Contra-Reforma religiosa promovida pela Igreja Católica. E ele se faz presente até os dias de hoje, no radicalismo que permeia o Metal nacional, pois os fãs, doutrinados por alguns veteranos sobreviventes do radicalismo dos anos 80, continuam com ideias que mais atrapalham a cena, sejam fãs, músicos, promoters, ou qualquer outro segmento inserido no contexto do Heavy Metal, tanto que muitas vezes, somos questionados por esta fidelidade, e em algumas vezes, o questionamento é justo.

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Voltando a falar do livro, a didática permeia suas páginas, e o leitor tem os seguintes materiais de apoio em seu aprendizado à mão:

- CD com 64 faixas, contendo exemplos e exercícios escritos em partitura para bateria, guitarra e tablatura;

- Mais de 30 riffs de guitarra desenvolvidos sobre diferentes levadas de Samba, como Samba-Funk, Samba-de-Roda, Partido-Alto, Telecoteco, entre outros;

- Mais de 25 frases e células rítmicas importantes do samba, apresentadas em diferentes formas de execução na guitarra, vinculada a técnica de mão direita;

O livro ainda traz uma breve história de cada ritmo ou vertente do samba apresentado, mais uma música do CLAUSTROFOBIA, e o prefácio do livro foi feito por, nada mais, nada menos que Andreas Kisser (SEPULTURA), onde há uma citação importante, para mostrar o quanto ainda temos a aprender ao lidarmos com música:

‘A música é viva e mutante, é sempre bom ter os ouvidos atentos e a cabeça aberta. Os ritmos e melodias estão em toda a parte, pulsando, soando, esperando para serem explorados e manipulados em novas criações que vão surpreender aos ouvidos menos atentos.

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Crie música sem preconceitos.’

Ao caro leitor, espero que possa adquirir o livro, seja guitarrista, baixista (pois mesmo nós, que tocamos as quatro cordas com paixão, podemos aprender muito com ele), ou baterista, está aí uma ótima oportunidade para o aprendizado, e saibamos sempre que aprender é processo contínuo, não bastando somente a prática.

Segue abaixo o teaser do livro, para que todos possam apreciar.

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Assistir vídeo no YouTube

E para os interessados, o livro pode ser adquirido diretamente com Alexandre de Orio pelo e-mail [email protected], já que a distribuição em livrarias ainda não está acertada até o momento, e que terá sequência, pois este projeto, que envolve a paixão didática de Alexandre, que também leciona guitarra, ou seja, envolve a não só seu conhecimento acadêmico, sua paixão como músico, mas também a arte do ensino.

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Ou seja, é um livro para todos...

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Sobre Marcos Garcia

Marcos Garcia é Mestrando em Geofísica na área de Clima Espacial, Bacharel e Licenciado em Física, professor, escritor e apreciador de todas as subdivisões de Metal, tendo sempre carinho pelas bandas mais jovens e desconhecidas do público, e acredita no Underground como forma de cultura e educação alternativas. Ainda possui seu próprio blog, o Metal Samsara, e encara a vida pela máxima de Buda "esqueça o passado, não pense no futuro, concentre-se apenas no presente".
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