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Dropkick Murphys: nunca pensei que juntar punk e música celta não fosse dar certo

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Fonte: Scream & Yell
Postado em 10 de janeiro de 2017

Pegue a música tradicional irlandesa, adicione a urgência do punk e, se faltar fermento, você pode usar um filme com uns quatro Oscars, quase cinco [Os Infiltrados]. Depois de nunca mais que 38 minutos de mistura, o resultado é uma música cujo melhor adjetivo é inusitado. Um dos poucos expoentes do Celtic Punk, a banda DROPKICK MURPHYS, de Quincy, arredores de Boston, Massachussets, nasceu no porão de uma barbearia e recebeu o nome de um centro de habilitação para alcoólatras, o Bellows Farm Sanatorium, mais conhecido como Dr. John 'Dropkick' Murphy's (este, um lutador profissional cujo golpe mais famoso era o dropkick). Nesta sexta-feira, 6, o sexteto formado por Ken Casey (baixo, tvocais), Matt Kelly (bateria, bodhrán, vocais de apoio), Al Barr (vocais), James Lynch (guitarra, vocais de apoio), Tim Brennan (sanfona, bandolin, bouzouki, teclado, piano, tin whistle, vocais de apoio e guitarra) e Jeff DaRosa (banjo, bandolim, bouzouki, guitarra, teclado, piano, gaita, tin whistle, vocais de apoio) lançou seu nono álbum, '11 Short Stories of Pain & Glory'. Conversamos com Matt Kelly sobre essa mistura inusitada. Ao meu espanto por serem uma banda tão grande em número de componentes e como fazem para andar por aí com tantos instrumentos diferentes, Matt reage com naturalidade. 'É assim que é. É quase nossa segunda natureza'. Sobre seus 'contos de dor e glória', Matt fala especialmente sobre dois: 'You Will Never Walk Alone', em que fala sobre pessoas dependentes de opiácios (e deixa escapar o quanto não gosta de PINK FLOYD - quer dizer que eles fizeram algo que dê pra escutar) e '4-15-13', sobre as bombas que explodiram na Maratona de Boston, em 2013, matando três pessoas e ferindo mais de 200, um dos maiores atentados em solo norte-americano depois do 11 de setembro. 'Nós perdemos a inocência hoje, no Dia dos Patriotas', diz a letra da canção, um dos pontos altos do álbum, mas também um de maior carga emocional. [N.R. Dia dos Patriotas, em inglês, Patriots' Day, é um dos mais importantes feriados estaduais de Massachussets e comemora o aniversário das batalhas de Lexington e Concord, algumas das primeiras da Guerra de Independência dos Estados Unidos]. Voltando ao assunto mistura inusitada, também questionamos Matt sobre que ingredientes jamais entrariam em seu bolo. Isso você vai saber ao ler a íntegra da entrevista logo abaixo.

Bruce Dickinson

[Foto oficial da banda. Créditos: Página oficial da banda sobre imagem original de KERRY BRETT]

Daniel Tavares: Em primeiro lugar, o que você pode nos dizer sobre '11 Short Stories of Pain & Glory'? Como você pode compará-lo com os trabalhos anteriores da banda?

Matt Kelly: É um grande, poderoso, álbum de sonoridade muscular. Eu acho que é o mais simples que fizemos em muito tempo, com uma boa espinha dorsal da rock atrelado a ele.

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[11 Short Stories of Pain & Glory, capa]

Daniel Tavares: 'You Will Never Walk Alone', é um hino esportivo, uma música que é famosa por ser cantada em estádios, principalmente em jogos de futebol do Liverpool, mas não exclusivamente. Esta canção também é ouvida em uma música de PINK FLOYD, 'Fearless'. Você disse recentemente que você escolheu esta música como o primeiro single do álbum para dar esperança às pessoas viciadas em opiáceos, certo? Você pode falar mais sobre isso e as razões que você teve para cantar esta canção?

Matt Kelly: Eu não sou um fã do PINK FLOYD, então eu não posso comentar sobre isso, exceto falar que eles devem finalmente ter feito algo escutável (haha)... [N.R. Na verdade, a canção é de 1971, do álbum 'Medley'].

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Bem na região de Nova Inglaterra dos EUA, especialmente na área de Boston, milhares de pessoas são viciadas em OxyContin, oxicodona e outros fármacos opióides ou opiáceos, normalmente prescritos pelos médicos. Eles são altamente viciantes, e também caros. Muitas vezes as pessoas ficam viciadas para eles por causa de uma lesão no trabalho ou esportes, e então, quando acaba a prescrição, eles se voltam para a heroína, que é provavelmente ¼ do custo de OxyContin.

A banda foi tocada por esta crise em nossas famílias, amigos e outras pessoas que conhecemos, e nós queríamos uma canção de esperança para aqueles que estão tentando alcançar a sobriedade e uma vida após o vício. As letras se encaixam perfeitamente, e nós sempre admiramos a música simplesmente por ser tão bem escrita.

Daniel Tavares: Outra música no novo álbum é '4-15-13' [N.R. 15 de abril de 2013, no formato de data usado nos Estados Unidos]. Eu li que presta homenagem às vítimas da bomba na Maratona de Boston. O que você poderia nos dizer sobre isso?

Matt Kelly: Esta é uma canção sobre como as pessoas de Boston, nós realmente perdemos nossa inocência através deste evento terrível. As letras são sobre pessoas comuns de todos os setores da vida que estão se dando bem fazendo o que fazem, quando esse desgraçado e covarde desastre nos atingiu. Sabíamos que tínhamos de escrever uma canção sobre isso, mas tínhamos que ter cuidado para sermos sensíveis às vítimas, vivas e mortas, e não para zombar de um dia tão grave e devastador.

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[Foto A.M. Sandler]

Daniel Tavares: Sobre a música que vocês fazem. É muito original, mas era também uma mistura impensável antes que vocês a fizessem. Quem pensaria que a música celta e o punk rock combinariam bem? Mas combina. Você já pensou que não fosse dar certo?

Matt Kelly: Sim, certamente não é uma coisa típica! Mas, novamente, grandes bandas como o CLASH, o RUTS, o SPECIALS, o STIFF LITTLE FINGERS pegaram o punk rock, o reggae ou ska e os misturaram! Isso parece absurdo, mas funciona. Eu acho que as semelhanças entre as razões para a existência do reggae (pelo menos do estilo roots) e da música folclórica irlandesa são as mesmas - uma válvula de escape da tensão para as pessoas passando por sofrimento... e é só... FUNCIONA...

Bruce Dickinson

Eu nunca pensei que não iria dar certo. A primeira canção que a banda escreveu, 'Barroom Hero', é um testamento ao fato de que o punk rock e a música irlandesa podem trabalhar bem em conjunto...

Daniel Tavares: Você pode listar suas principais influências de cada lado? Celtic e punk?

Matt Kelly: Para a música celta, se eu tivesse que listar grupos e artistas, eu diria: os POGUES, os CHIFTAINS, os CLANCY BROTHERS, os FUREYS, a BOTHY BAND, os WOLFETONES, PADDY REILLY, DICK GAUGHAN, CHRISTY MOORE, Hmmmm ... .. de cabeça agora é o que eu tenho.
Para as bandas de Punk, os POGUES (novamente), THE CLASH, SEX PISTOLS, MACC LADS, o JAM, STIFF LITTLE FINGERS, os RAMONES, COCKNEY REJECTS, COCK SPARRER, o 4-SKINS, o NIPPLE ERECTORS / NIPS, ADOLESCENTS, SLAPSHOT, GANGREEN, JERRY'S KIDS, o FU, o FREEZE... mais e mais e mais e mais ....

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[Blood, clipe oficial]

Daniel Tavares: Existe alguma banda ou estilo que você realmente não gosta, que nunca veríamos nenhum traço em seu som?

Matt Kelly: Pessoalmente? Música country e hip-hop são bastante terríveis na minha opinião. Eu poderia certamente passar sem ambos os estilos e faria o meu melhor para manter o nosso som livre de ambos.

Daniel Tavares: Vocês são uma banda de seis membros. Normalmente, vemos bandas de punk rock com três ou quatro membros. Tendo tantas pessoas na banda, surgem algumas dificuldades. Como vocês fazem para viajar? E os instrumentos que vocês usam para tocar (alguns deles, bodhrán, bouzouki, eu tive até que pesquisar na Wikipedia) ... Resumindo, como você lida com tantas pessoas e este material incomum em uma banda de punk rock?

Matt Kelly: Somos uma banda de seis a sete músicos desde 2000, então nos acostumamos com isso. Realmente não é tão difícil. Poderíamos ser uma banda de ska com mais de dez membros, então seis a sete não é tão ruim. Ao longo dos anos, encontramos instrumentos melhores e mais resistentes para viajar. Muitas vezes, apenas os despachamos no avião, ou os levamos com a gente como bagagem de mão. Eu não viajo com um bodhrán, mas não ele não ocupa tanto espaço a ponto de ser um grande problema se eu o levasse.

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Musicalmente, é apenas o que funciona para gente, por isso é realmente algo que nos soa quase trivial.

Daniel Tavares: Vocês tiveram uma música na trilha sonora do filme 'Os Infiltrados' [N.R. The Departed, Martin Scorsese, 2016], 'I'm Shipping Up to Boston'. Você gostou do filme? Você considera que essa música fez vocês e sua música mais conhecidos em todo o mundo?

Matt Kelly: Eu achei o filme bom. Certamente foi uma visão caricata hilariante de Boston, embora tivesse uma boa história que muitas pessoas realmente pareceram comprar ... de forma alguma foi tão ruim quanto algo como o embaraçoso como os 'Santos Justiceiros [N.R. The Boondock Saints, Troy Duffy, 1999]. Certamente, fez o público em geral em Boston conscientes de nós. Antes disso estávamos bastante mais undergound - então, para melhor ou pior, a banda se tornou um nome familiar aqui. Acho que demorou um pouco mais para que ele tivesse um efeito mundial, combinado com muitos outros fatores.

[I'm Shipping Up To Boston, trilha sonora de Os Infiltrados]

Daniel Tavares: Sempre faço esta pergunta a todos os meus entrevistados. O que você sabe sobre a música brasileira? Existe algum artista ou banda que você gosta ou até mesmo teve alguma influência em sua música ou em sua vida?

Matt Kelly: Eu realmente estou familiarizado apenas com algumas dos anos 80. Bandas Oi!/carecas como VÍRUS 27 e GAROTOS PODRES e bandas como BELFAST com quem tocamos em São Paulo.

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[Paying My Way, clipe oficial]

Daniel Tavares: Por fim, você tem planos para tocar no Brasil e qual mensagem você enviaria a todos os fãs brasileiros de DROPKICK MURPHYS?

Matt Kelly: Sim, eu acho que estamos tentando organizar mais turnês sul-americanas para este outono ou próxima primavera. A todos os nossos fãs: nós apreciamos 100% o seu apoio e sabemos que não seríamos nada sem os nossos leais fãs. Vocês nos deram dois shows incríveis na última vez que tocamos em seu belo país, e mal podemos esperar para voltar!

Atenciosamente,

-Matt Kelly, Dropkick Murphys

[Show completo no Hellfest, 2016]

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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