Anathema: Danny Cavanagh fala sobre novo álbum
Por Marcelo R.
Fonte: This is not a scene
Postado em 05 de junho de 2014
Como é sabido, o ANATHEMA está na iminência de lançar um novo álbum de estúdio, intitulado "Distant Satellites". A banda já divulgou a capa, a set-list, bem como disponibilizou, oficialmente, algumas músicas novas, além de trechos de outras.
Especialmente por conta da proximidade do aguardado lançamento, a banda tem concedido diversas entrevistas abordando, sobretudo, o novo álbum, o processo de criação, de produção, de gravação e assuntos afetos.
Recentemente, foram postadas aqui no Whiplash.net duas traduções (parciais) de recentes entrevistas concedidas pelo Vincent Cavanagh, vocalista/guitarrista da banda.
Agora é a vez de ouvir a opinião e as impressões de Danny Cavanagh em relação ao novo álbum.
O músico multi-instrumentista, e um dos fundadores da banda, recentemente conversou com o site "This is not a scene" e abordou temas relacionados ao "Distant Satellites".
A tradução de parte dessa entrevista pode ser conferida abaixo:
ENTREVISTADOR: [O álbum] "Weather Systems" foi incrivelmente aclamado pela crítica e é visto por muitos como um dos melhores álbuns do ANATHEMA. Isso pôs alguma pressão sobre você e sobre o resto da banda enquanto vocês compunham e criavam o novo álbum?
DANNY: Na verdade, não. Eu estava realmente confiante com o caminho que nós estávamos seguindo e com as ideias das composições que fluíam. Eu me sentiria muito pressionado se nós não tivéssemos as melodias, mas nós tínhamos um monte delas, felizmente. A partir do momento em que a canção "Lost [Song]", partes 1, 2 e 3 foi finalizada, eu fiquei tranquilo. Isso aconteceu em março de 2013.
ENTREVISTADOR: "Distant Satellites" é praticamente definido como sendo a culminância da evolução musical e do crescimento do ANATHEMA ao longo dos anos. Você poderia explicar isso?
DANNY: Ele [o álbum "Distant Satellites"] reúne todos os elementos que nós colocamos em nossa música ao longo dos anos, tais como partes com guitarras e piano, além de elementos orquestrais. Evidentemente, os vocais e as harmonias também representam uma grande parte do nosso som. Nós achamos que nós ainda não exploramos tudo o que é possível em nosso som, então as influências eletrônicas são uma boa mudança de direcionamento. A faixa título, em especial, é um bom exemplo do que o novo álbum é. "Distant Satellites" contém todos os marcos característicos do ANATHEMA e mais, em minha opinião. Mas é claro que nós não estamos interessados em fazer outro álbum como "Weather Systems". Sob este prisma, escolher "Distant Satellites" como a faixa título foi uma decisão consciente.
ENTREVISTADOR: O álbum ["Distant Satellites"] é descrito na biografia como sendo "mais comedido/moderado" e "simplificado". Você poderia explicar sob qual prisma isso pode ser encarado?
DANNY: "Distant Satellites" não possui tantas camadas quanto "Weather Systems". Aquele álbum possuía um monte de coisas. O mesmo aconteceu com "We’re Here Because We’re Here". Nosso novo álbum possui muito menos camadas. Por exemplo, o início de "Lost [Song], Part 3" é composto apenas de bateria, baixo, elementos eletrônicos e piano, e só. Posteriormente, as guitarras e os timbres de música ambiente entram. Ela não possui tantas camadas, apenas soa grande. Há menos [elementos] sendo executados do que você possa imaginar.
ENTREVISTADOR: O que eu realmente gosto são as gradações elétricas/eletrônicas que a faixa título e a canção "You’re Not Alone" possuem. Quem as concebeu?
DANNY: Alguns membros da banda são grandes fãs de música eletrônica e, se eles pudessem, teriam feito um álbum inteiro eletrônico do ANATHEMA. Entretanto, isso não seria certo para nós como banda, porque nós gostamos de fazer misturas com tudo. Eles estão no direito deles de fazer um álbum daquele jeito se eles quiserem, mas isso não ocorrerá sob o nome do ANATHEMA. Os elementos eletrônicos sempre serão uma parte do nosso som, tal como as guitarras. Da mesma forma que nós não faríamos um álbum inteiro apenas com guitarras, nós também não faríamos um álbum inteiro apenas com elementos eletrônicos.
ENTREVISTADOR: Você poderia nos inteirar acerca do processo criativo e do processo de gravação de "Distant Satellites"?
DANNY: Claro! Nós iniciamos a fase de composições e de gravação de "demos" em março de 2013, e continuamos gravando "demos" por aproximadamente 06 meses. Após, nós fizemos uma outra sessão com Vincent Cavanagh e John Douglas em novembro de 2013 por 05 dias para decidir quais músicas seriam cortadas. Nós entramos no estúdio no dia 02 de dezembro do ano passado para gravar o álbum. Nós tiramos um tempo de folga próximo ao Natal e terminamos tudo em março deste ano. E é isso. [A gravação] do álbum foi mais ou menos uma questão de juntar tudo no estúdio. As melodias e a motivação estavam todas ali. As letras foram majoritariamente feitas no próprio lugar [no estúdio] e as canções foram criadas muito rapidamente. A rapidez com que as coisas aconteceram deve-se, especialmente, graças ao nosso produtor Christer-Andre Cederberg. Todas as notas passam por ele.
ENTREVISTADOR: Todo álbum do ANATHEMA leva o ouvinte a uma jornada por uma pletora de diferentes emoções. Como você faz para criar música dessa forma? Há momentos em que você precisa se destacar/separar da música porque certas emoções e memórias se aproximam [de você]?
DANNY: Quando você está tocando ao vivo, tudo gira mais em torno do sentimento e da conexão com a energia do público. Não tem tanto a ver com a mensagem de uma música. Essa parte acontece quando você está escrevendo uma canção ou uma letra. Eu sinto isso quando estou gravando um álbum ou quando eu estou ouvindo um álbum, logo após terminar de gravá-lo. Quando você está tocando ao vivo, você está num mundo completamente diferente e eu foco em permanecer naquele momento. As coisas podem se tornar emotivas em sessões acústicas, mas quando elas [as músicas] são compostas e gravadas, eu consigo me distanciar delas. Os momentos mais profundos para mim acontecem durante a composição e o processo criativo.
[...]
ENTREVISTADOR: Desde o lançamento de "We’re Here Because We’re Here", a banda está numa fase realmente muito boa, tanto criativamente quanto na questão da popularidade. Quais são os fatores que contribuem para que as coisas estejam indo tão bem, a seu ver?
DANNY: A qualidade das canções e dos álbuns melhorou um pouco ao longo dos anos, e o trabalho duro e sério da banda é um fator determinante nisso, assim como estar numa boa gravadora é algo bom também. Mais ou menos nessa ordem. "Judgement" vendeu muitas cópias na época, mas realmente não é problema meu saber o que vende ou o que não vende. Eu não sou um vendedor ou um comerciante. Eu sou um artista, eu faço música e eu trago as melodias, a música e a mensagem. Esse é o meu trabalho. O que faz vender [mais] é algo em que eu realmente não estou interessado. Não é a minha função. Eu não estou interessado em vender nada ou me vender para isso. Tudo gira em torno do trabalho, das pessoas da banda, do amor, da família e do divertimento. A música é, provavelmente, o que vem em primeiro lugar para mim. O que é externo a isso, é externo. Eu nunca fui um empresário e também não finjo ser um.
ENTREVISTADOR: O ANATHEMA possui uma base de fãs incrivelmente devota. Qual a origem disso? É a honestidade da música que "fala" com tantas pessoas?
DANNY: Você já respondeu à pergunta. Nossa música é sempre honesta e verdadeira e nós não contamos histórias. Tudo é autobiográfico. Eu acho que as pessoas percebem toda a honestidade [da música]. Tem tudo a ver com as canções, e as melodias, e os vocais. Tudo o que as pessoas gostam em uma banda, em primeiro lugar.
[...]
A entrevista completa (em inglês) pode ser conferida através do seguinte link:
http://www.thisisnotascene.com/2014/daniel-cavanagh-of-anathema-talks-to-thisisnotascene/
Finalmente, quem quiser acompanhar novidades, resenhas e outras informações do ANATHEMA, pode acessar a página do ANATHEMA BRASIL no Facebook, através do seguinte link:
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