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Final Prophecy: nova fase com determinação

Por Leonardo M. Brauna
Postado em 28 de setembro de 2013

Uma das bandas mais promissoras do cenário cearense dá mais um passo para a conquista do sucesso. FINAL PROPHECY, que vem batalhando desde 2009, já é conhecida pela sua desenvoltura em palco que faz compensar cada ingresso pago para seus shows. Performances magistrais de seus membros JOÃO JÚNIOR (vocal), MÁRIO LIMA e JOEL SOUSA (guitarras), DONE SOUSA (baixo) e o novamente recém-chegado GLAUCO LUIZ (bateria) fazem dessa banda, uma das mais solicitadas pelo público Headbanger de sua região. Eu bati um papo "emocionante" com os cinco rapazes onde eles relatam toda a sua luta, os motivos que os levaram a fazer shows como ‘banda tributo’ e a transição para algo mais focado na linha autoral – falaram também sobre a importância de se cultivar o companheirismo e o cooperativismo na cena das cidades, enfim, dentre outras coisas uma verdadeira aula de superação.

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Fotos: Facebook

A FINAL PROPHECY por muito tempo foi um grupo que fazia ‘covers’ de bandas como IRON MAIDEN, HELLOWEEN e ANGRA. Recentemente venceu um festival que foi dividido por etapas de eliminação e que participaram dezenas de outros artistas cover. Contem-nos como foi essa vitória.

João Júnior: Em primeiro lugar gostaria, em nome da banda, de agradecer a você, Leonardo, pela oportunidade de realizar essa entrevista e apresentar aos leitores do WHIPLASH .net a banda FINAL PROPHECY!!! Bem, vencemos um evento chamado ‘Coverama’ que contou com 32 bandas covers de diferentes estilos. Foram várias fases, o público votou nas bandas no dia do evento e dessa maneira, conseguimos chegar até a final com outras oito. Em 2012 participamos como cover de HELLOWEEN e ficamos em quarto lugar, esse ano conseguimos vencer com muito esforço!!! A premiação do evento consiste num valor específico e na gravação de um álbum, por isso desde o ano passado resolvemos nos inscrever e participar, pois desde 2010 tínhamos composições próprias já prontas e sendo executadas nos shows. A participação nesse evento nos dois anos seguidos fez com que pegássemos ao longo do tempo um repertório de muitas músicas do HELLOWEEN e do IRON MAIDEN, duas bandas que nos servem de influências e que, portanto, nos fazia sentir bem ao executá-las, dessa maneira muitos dos nossos shows continham músicas das duas e também do ANGRA, outra das nossas preferidas.

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Glauco Luiz: No entanto, as autorais sempre apareceram como em 2012, nos shows que fizemos no GRAB (N.R.: Grêmio Recreativo do bairro Antonio Bezerra, Fortaleza) quando tocamos no show do BYWAR, onde quatro músicas nossas foram executadas, no ‘Ceará in Rock’, edição feita na cidade de Maracanaú e no ‘Ceará in Rock’ ocorrido em Mulungu durante o carnaval, onde tocamos ao lado de bandas como SCUD e TORTURE SQUAD. Nesses dois últimos, bem como no show que abrimos para o SERGUEI, executamos prioritariamente as autorais que tinham sido compostas até então.

Mario Lima: Um outro show memorável, onde tocamos cinco das nossas e alguns covers foi em Mossoró (RN) numa casa de show chamada ‘DoSol’, também em 2012. Fomos muito bem recebidos pelo ‘Marcondes Paula’, idealizador do evento, que nos assegurou que o público era bastante caloroso e quando fomos ao espaço destinado ao evento percebemos isso na prática. A galera sabe como curtir bem um show de Heavy Metal!!!

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Essa fase foi marcada pelo sucesso de público em todas as suas apresentações, mas agora a banda resolveu ‘priorizar’ o trabalho autoral. Como vocês pretendem manter os mesmos seguidores com esse outro avanço?

Júnior: Como falamos anteriormente, as autorais já estavam sendo executadas. Um grande divisor de águas na história da FINAL PROPHECY, foram os eventos que tocamos do projeto MIRC (Movimento Independente Rock e Cultura) desde 2011. Esse projeto congrega bandas da periferia e região metropolitana, quase todas de caráter autoral. Os eventos do MIRC têm um excelente público e isso nos ajudou a divulgar nosso trabalho. Dessa maneira, os shows que fizemos trazia uma ou outra música cover, mas no geral o repertório era formado pelas autorais. No GRAB tocamos um tributo ao HELLOWEEN, pois era na fase em que estávamos no Coverama 2012, mesmo assim insistimos em executar duas músicas autorais que foram bem recebidas. Muita gente começou a apoiar-nos desde os primeiros eventos que tocamos nossas autorias no MIRC e no GRAB... acho que as pessoas que sabem do nosso esforço continuarão nos apoiando e muitas dessas pessoas sempre nos motivaram a priorizar as autorais, inclusive alguns nos criticando por fazer tributos, mas essas críticas são aquelas do tipo construtivas e estamos assimilando tudo isso, sei que vem de pessoas que querem nos ver crescendo!!!

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Mário: Como o Júnior falou, sempre fizemos o possível para mesclar asmúsicas nos shows, até mesmo no começo quando tínhamos apenas três autorais. De alguma maneira, muitas das pessoas que nos acompanham acabaram conhecendo as nossas criações, seja nos shows, seja nas redes sociais... muitos nos criticaram por tocar covers... mas acredito que o começo da maioria das bandas é assim... faremos todo o possível para congregar as pessoas que gostam da FINAL PROPHECY em torno das autorais.

Pelo que a banda vem fazendo em palco já dá pra notar, obviamente, as suas influências, mas agora com ênfase na criação própria o que os fãs podem esperar do som além do que já vem mostrado?

Joel Sousa: Como os caras falaram antes, boa parte da nossa influência vem do IRON MAIDEN, HELLOWEEN E ANGRA... mas cada um aqui tem suas preferências, logo cada membro traz para a banda um pouco de cada coisa...desde o ‘Hard Rock’ até sons mais ‘Power Metal’ como SHAMAN, STRATOVARIUS, HANGAR, DR. SIN, GAMMARAY, BLIND GUARDIAN, até mesmo METALLICA, MEGADETH e coisas mais pesadas que figuram entre as bandas onde um ou outro do grupo gosta de ouvir....

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Done Sousa: No geral, as nossas músicas trazem um pouco da união entre peso e melodia, influências regionais e da música erudita e claro a vontade de fazer um Heavy Metal com a nossa cara... portanto, as músicas trazem uma cara e uma configuração muito próprias... cada uma tem sua constituição... então não estamos preocupados em enquadrar nosso som sob rótulo nenhum, seja de ‘Power Metal’, ‘Heavy Metal clássico’ etc... nosso som é simplesmente ‘Heavy Metal’ com uma identidade própria...

Júnior: Esse é sempre um assunto bastante discutido na banda. Pensamos bastante nas músicas quando estamos compondo... paramos, conversamos, mudamos, repensamos... até mesmo nas letras, que são feitas quase todas por mim, procuramos discutir e rever...pensar naquilo que tem haver com a sonoridade da música... uma letra que dê sentido ou que case de alguma maneira com as harmonias e melodias... não é tão simples quanto parece tentar construir essa relação entre as letras e a sonoridade... tem um ‘feeling’ meio inexplicável, às vezes os temas acabam refletindo um momento pelo qual estamos passando, seja um conflito, uma intriga ou até mesmo algo bom... de repente um livro que eu li, um filme que eu assisti, um evento histórico que acompanhei acabam figurando entre bons temas para as letras... uma das músicas mais recentes foi feita em 2012 no calor das movimentações no norte da África, a chamada Primavera Árabe, a música foi batizada de ‘Spring of Destination’ e traz alguns elementos da música árabe e uma letra que faz referência à bravura dos povos dos países em que esses movimentos populares ocorreram.

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Em todo o Brasil, talvez no mundo todo, o assunto ‘cover/autoral’ causa grandes conflitos. Como vocês tratam essa situação? Alguma vez já sofreram hostilidades por parte de outros músicos?

Júnior: Infelizmente, na nossa cena o espaço para o cover é sempre, de alguma maneira, mais valorizado. Daí participarmos do MIRC que abriu como ninguém, as portas para as nossas autorais... fomos ganhando mais espaço e quando éramos chamados aos eventos para tocar covers sempre inseríamos as autorais. Mas... por qual motivo nos submetíamos ao cover? Entramos nos círculos da cena, para depois podermos nos mover dentro dele... na minha opinião, sempre vai ter conflito... o pior e o que mais me entristece são as hostilidades por parte de alguns... tanto os que não respeitam o trabalho autoral, como os que não respeitam o trabalho cover... não vejo as coisas como mutuamente excludentes... acho que são formas de trabalho distintas e devem ser respeitadas enquanto tal. Sempre que eu posso vou aos eventos, sejam os covers, sejam os autorais, conheço muita gente da cena e respeito a todos independente do estilo ou se é cover ou não... minha filosofia musical é de que devemos apoiar os trabalhos e as pessoas que ralam muito para desenvolvê-los... já sofremos na pele com as hostilidades sim... pessoas que falam que somos mera banda cover etc... acho que cada banda passa pelo seu processo de evolução, estamos passando pelo nosso... não é porque tocamos num festival de bandas cover com o intuito de ganhar uma premiação que somos puramente uma banda que ‘interpreta’...é hora de mostrar o trabalho autoral em meio a uma gravação!!! Sabemos das dificuldades e vamos batalhar para superar todas elas!!!

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Glauco: Num Estado como o Ceará, onde bandas de Rock de um modo geral têm integrantes que trabalham em outras áreas que não necessariamente a música, a dificuldade de levantar uma grana para gravar uma simples demo é imensa... sofremos isso na pele... a nossa entrada num evento de disputas de covers foi uma tentativa de chegar a isso por um outro caminho.

Mário: O fato de pararmos em algum momento de tocar (ou tocar com menos intensidade) as autorais para pegar os covers foi um sacrifício que fizemos em prol do próprio trabalho autoral... já houve momentos em que fizemos show de tributo num dia com cachê e etc.... e no dia seguinte estávamos tocando as autorais em um outro evento, mas nesse segundo, sem dúvida a satisfação era imensamente maior, pois estávamos executando nossas próprias músicas!!! Não se trata de se vender para o trabalho cover e sim de utilizar isso como um meio, um caminho para o objetivo maior que é o autoral... essa é a nossa finalidade, o autoral!!!

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Joel: Não tenho oposição aos covers, mas acho que para quem quer mostrar um trabalho próprio o cover deve ser uma fase e estamos fazendo por onde passar dessa fase... isso não exclui a possibilidade de executar algum cover em meio ao show ou de, quem sabe, prestar um tributo a uma banda.... o que não pode é deixar isso predominar sobre o trabalho autoral. Eu mesmo atualmente tenho um projeto cover do MEGADETH junto com o DONE SOUSA, nosso baixista.

Júnior: Eu também faço parte da banda TOTAL ECLIPSE, tributo ao IRON MAIDEN. Executamos álbuns completos do MAIDEN e gosto muito de fazer isso, pois sou grande fã da banda britânica. Participo também de um cover do EUROPE chamado NIGHTROCKS, eu curto bastante o som dos suecos, embora não seja de Heavy Metal, ela tem um vocalista muito virtuoso. Gosto muito dos companheiros dessas duas bandas e aprendo muito com eles. Esses trabalhos me fazem muito bem, me fizeram tocar com pessoas da cena que eu sempre admirei como o TALES GROO e o RENATO FILTRO, ambos da DARKSIDE, o PAULO BESSA e o RODRIGO MAGNANI ex-membros, também, da DARKSIDE, uma das bandas cearenses que mais me influenciou!!! Esses trabalhos me fizeram conhecer melhor minha voz, meus limites, minhas aptidões e inaptidões.

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No dia 02 de fevereiro em uma apresentação no ‘Bar Rock 80’ vocês apresentaram as "primeiras" canções próprias, ‘Lord Have Mercy’ e ‘Against the Storm’. Depois destas quantas mais já estão prontas?

Joel: Na verdade essas duas músicas e outra chamada ‘Lost in the Wonderland’, que também já foi executada no rock 80 em um show anterior a esse que você citou, foram as três primeiras músicas que nós compomos ainda em 2010. De lá pra cá terminamos mais músicas, são elas: ‘Ready to Fly’, ‘Spring of Destination’, ‘Titans Rage’ e ‘Wings of Freedom’.

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Mário: Totalizamos então sete músicas autorais prontas, entretanto temos mais oito músicas a serem trabalhadas e finalizadas.

Júnior: É provável que nessa gravação que estamos preparando saiam oito músicas e uma faixa de introdução.

Glauco Luiz esteve fora da banda e por muito tempo o baterista BOSCO LACERDA o substituiu. Agora com a saída de BOSCO o grupo segue novamente com GLAUCO. Como surgiu essa ideia de voltar atrás?

Glauco: Nos fins de 2012 e início de 2013 eu estava vivendo um momento relativamente difícil. Estava esperando o nascimento da minha filha. É notável que um momento como esses nos cerca de preocupações e atenções que fazem com que nosso foco se desvie da banda e se centre na vida particular e na família. A ânsia de preparar as músicas autorais para a gravação junto com a minha necessidade de dar mais atenção para a família acabaram fazendo com que aquele momento se tornasse atribulado e a minha permanência na banda ficasse comprometida.

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Júnior: A saída do GLAUCO da banda foi algo que ocorreu de forma dialogada, embora envolta a alguns pequenos desentendimentos que nunca comprometeram a nossa amizade com ele, de modo que nosso primeiro show com o BOSCO LACERDA no ‘Rock 80’ contou com a participação de GLAUCO em três músicas, sendo uma delas autoral. A volta dele para a banda não foi algo planejado... ele voltou três dias antes da final do ‘Coverama’, que por sinal era algo que não sabíamos mais se iríamos disputar... foi uma fase meio tensa... não chegamos a conversar abertamente sobre um novo baterista para aquele momento... O próprio GLAUCO, que já estava tocando com a banda KNIGHTS chegou para o grupo e se ofereceu para tocar naquele show... dessa maneira, após vencermos o Coverama nos reunimos para ver como as coisas ficariam e ele voltou a se firmar na FINAL PROPHECY.

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Mário: A saída do BOSCO da banda foi algo que também nos trouxe certas tensões. Mas as razões que levaram à sua retirada também tiveram ligação com questões pessoais dele e que de alguma maneira estavam fazendo a banda sair do foco estabelecido para o mês de julho, que seria a gravação. Entretanto, o BOSCO muito nos ajudou. Além de grande baterista é um excelente cara!!! A banda deve muito a ele!!!

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Dos anos oitenta para os anos noventa existiu uma ‘trinca de ouro’ de vocalistas do Heavy Metal cearense, SILVIO BEOWULF (BEOWULF), AURÉLIO FONTELES (SLEEPING AWAKE, ex-DARKSIDE) e o saudoso RIBAMAR (REVENGER). Hoje JOÃO JÚNIO e ROBSON ALVES (ORÁCULO) parecem dar seguimento a esse legado. Que outro vocalista vocês indicariam para completar a nova trinca?

Júnior: Essa pergunta é bastante difícil... em primeiro lugar porque não me considero ainda um vocalista para figurar entre excelentes vozes como a do AURÉLIO, do RIBAMAR e do grande SILVIO (pessoa que inclusive, devo dizer, sou tributário... devo muito a ele pelo apoio, pelas dicas, pela amizade... e por me ajudar a por as ideias no lugar em momentos difíceis da vida de vocalista e na vida pessoal). Ao ver o SILVIO cantando, fazendo as excelentes participações que ele vem fazendo com as bandas da nossa cena me pergunto se um dia chegarei a ter a experiência que ele tem. O cara canta muito!!! Que o diga as ‘jams’ que fizemos com ele cantando ‘Carry On’ do ANGRA entre outras tantas músicas que o mesmo interpreta!!! Particularmente, eu o indicaria para completar essa trinca!!!! Ele seria na tríade recente a permanência da anterior, muito mais que uma mera sobrevivência ele seria uma voz quase atemporal!!! Gostaria mesmo é de ver a BEOWULF em ação novamente, na verdade muitos estão esperando por isso. Não sei se mereço estar nesse triunvirato, mas o SILVIO e o ROBSON ALVES com certeza!!! O ROBSON é outro grande nome das vozes de Metal de Fortaleza. No último show que vi da ORÁCULO me impressionei com a capacidade que ele tem, mesmo com anos de estrada segurou a onda de forma fenomenal em um show de duas horas!!! Ele e o Sílvio cantam mais do que muitos caras jovens por ai e acho que além de cantarem muito prevalece a humildade que os caracteriza, algo que infelizmente muitos não tem!!!

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Done: Além do SILVIO e do ROBSON, podemos destacar que nossa cena tem vários excelentes vocalistas de Heavy Metal, entre eles citaria o RUDAK MENDONÇA (ex-vocalista da KNIGHTS), HALISSON FAUSTINO (também ex-KNIGHTS), ALEX EYRAS (ex-DONZELA, DARKSIDE), MARCELO FALCÃO da DARKSIDE (uma das grandes representantes do Metal cearense) e da MAJESTY (cover do BLIND GUARDIAN), ELIAS BARBARIAN (DOSE LETHAL, TRAILBLAZERS), RILVAS SILVA (ALLIANCE, PROWLER)... não faltam grandes nomes... temos uma boa safra de vocalistas atualmente e isso é bom porque fortalece a cena nesse estilo!!!

Hoje a produção independente tomou o mercado fonográfico e com isso as bandas ficaram com mais liberdade de gravação. Sem o ‘pitaco’ e exigências de gravadoras ou produtores os grupos podem escolher o estúdio e fechar com distribuidores, porém tudo requer muita negociação. Como vocês vêem essa nova "tendência" para o artista Underground?

Mário: A produção independente pode ser uma boa saída para as bandas Undergrounds da cena do Metal, isso requer menos grana para gerar um trabalho bem consistente e que mostre a que a banda veio, porém tenho a percepção de que ainda existe um imenso abismo entre uma gravação profissional e uma caseira. Um fator positivo é a liberdade que a banda tem de criar e perpetuar sua identidade musical sem a interferência de um produtor. Esse mesmo fator pode ser negativo, pois existem bandas que gravam qualquer coisa e acham que está bom, dessa maneira lançam de qualquer jeito, de forma apressada e percebem depois de um tempo que foi feito de forma precipitada. Às vezes o palpite de um produtor pode ser decisivo para a boa mixagem, para ressaltar determinados pontos positivos que a banda por algum motivo não explorou de maneira adequada, para uma divulgação mais ampla e satisfatória.

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Qual a previsão para o primeiro álbum? Vocês já escolheram com quem vão trabalhar?

Joel: Estamos finalizando um processo de pré-produção para entrar definitivamente em estúdio. A nossa previsão inicial é que no começo de 2014 estejamos com o nosso material pronto, lançando e fazendo os primeiros shows de divulgação.

Mário: Vamos trabalhar com o ‘André Noronha’ que gravou ‘Only tia Gertruds is Real’ da banda GSTRUDS. A gravação deles ficou muito boa!!! Vemos ele como um dos caras que melhor sabe trabalhar com bandas de Heavy Metal aqui no Ceará.

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A cena metálica cearense está de parabéns por trabalhos como o da FINAL PROPHECY e o Brasil agradece por mais esse representante de peso e criatividade. O espaço está aberto para as últimas considerações.

Júnior: A banda gostaria de agradecer novamente a você pela oportunidade de divulgar nosso trabalho através da sua entrevista e te parabenizar pelas matérias que você tem feito para o WHIPLASH.net, que muito ajudam a divulgar os trabalhos das bandas cearenses e a nossa cena de uma maneira geral. Agradecemos a todos que tem nos apoiado ao longo da nossa jornada, desde 2009 quando a banda começou, até os dias de hoje. Um agradecimento especial a todos os que se mantiveram firmes do nosso lado, sobretudo ao grande SILVIO BEOWULF (grande mestre dos vocais, mentor, cara humilde, profundo conhecedor da cena do Metal nacional, apoiador e mais que amigo, um irmão da banda), ao TALES GROO guitarrista da DARKSIDE (grande guerreiro do Metal cearense, amigo que sempre ajuda a dar uma força para a banda desde que pudemos tocar juntos nos eventos por ai afora), ao ‘Doge Lucas’ do Bar Rock 80, espaço privilegiado das noites roqueiras de Fortaleza!!! Um especial abraço e agradecimento ao nosso fã clube, ‘Gust of Fruition’ que sempre nos ajudou e aos administradores da Page ‘DivulgaFP’ do Facebook. Sem essa galera não teríamos conseguido vencer muitos obstáculos!!! Bem, não obstante todos os percalços e dificuldades, a banda FINAL PROPHECY vem trabalhando de forma séria e buscando espaço em meio à cena do Heavy Metal de Maracanaú e de Fortaleza. Almejamos poder expandir ao máximo as nossas possibilidades, fazer contatos e parcerias, inclusive com outras bandas da nossa cena. Esperamos fazer com que mais gente conheça nosso som, nosso trabalho e claro os membros da nossa banda, se tornam mais que público da banda, se tornem amigos da banda. Acho que a sociabilidade nos eventos também é algo importante!!! Não basta chegar nos shows só na hora de tocar e nem só chegar, tocar e ir pra casa, é legal ver as outras bandas tocando, trocar contatos, fazer amizades... ir aos festivais e prestigiar os trabalhos dos outros é fundamental para podermos repensar o nosso próprio trabalho e apoiar a cena, fazer ela crescer!!! Sinto que às vezes falta um pouco mais de união entre as bandas, parece que alguns estão mais preocupados em ver os outros tocando somente para criticar. Eu particularmente não acho isso legal, isso não engrandece nem o dito crítico e nem o criticado... o pior de tudo: isso não engrandece a cena, ela apenas perde com esses conflitos descabidos. Posso até não gostar de um estilo, mas nem por isso vou boicotar, criticar... todos têm trabalhos e devem ser respeitados!!! Espaço tem para todos,é preciso que alguns percebam que a cena não deveria ser um lugar de disputas e sim de apoios recíprocos, redes de contatos etc. Um grande abraço a todos os leitores da WHIPLASH.net!!!

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Sobre Leonardo M. Brauna

Leonardo M. Brauna é cearense de Maracanaú e desde adolescente vive a cultura do Rock/Metal. Além do Whiplash, o redator escreve para a revista Roadie Crew e é assessor de imprensa da Roadie Metal. A sua dedicação se define na busca constante por boas novidades e tesouros ainda obscuros.
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