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Lacerated And Carbonized: baterista fala sobre momento da banda

Por Vitor Franceschini
Fonte: Arte Metal
Postado em 24 de julho de 2013

Apesar de ter gravado um ótimo primeiro álbum como "Homicidal Rapture" em 2011, os cariocas do Lacerated and Carbonized atingiram um nível elevadíssimo com seu mais recente trabalho "The Core Of Disruption". Aliando técnica, brutalidade e variação no Death Metal, o segundo disco do quarteto vem obtendo as melhores críticas possíveis da mídia especializada e os colocam como um dos principais nomes do estilo na atualidade. Falamos com o baterista Victor Mendonça sobre esse momento da banda, além dos detalhes do novo disco e um pouco mais. Completam esse time Jonathan Cruz (vocal), Caio Mendonça (guitarra) e Paulo Doc (baixo).

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É notório que desde a primeira demo "Chainsaw Deflesher" (2007) vocês evoluíram gradativamente, fazendo um ótimo álbum como "Homicidal Rapture" (2011). Enfim, todos os trabalhos da banda obtiveram ótima repercussão. Houve pressão em gravar "The Core Of Disruption"?

Victor Mendonça: Em primeiro lugar, obrigado Vitor & Blog Arte Metal pelo espaço e apoio! A demo "Chainsaw Deflesher", nosso primeiro passo, foi muito bem recebida pela mídia especializada e cumpriu seu papel em apresentar o LAC para todos. Com "Homicidal Rapture" abrimos novas portas, realizando uma extensa turnê pela América do Sul para promovê-lo. Não houve necessariamente uma pressão para gravar "The Core Of Disruption", mas nós somos exigentes com nossa música. Não lançaríamos um material sem que estivéssemos 100% satisfeitos com todas as faixas. Sendo assim, o mínimo que um fã do LAC pode esperar é um trabalho matador a cada lançamento!

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Aliás, o novo trabalho é o ápice da banda? Como foi o processo de composição do álbum?

Victor: "The Core Of Disruption" não é o ápice, pois queremos chegar muito mais longe! Entretanto, posso afirmar que ele é o trabalho mais forte do LAC até então, e estamos muito satisfeitos com o resultado final do disco. O processo de composição começa com o Caio compondo riffs e pequenas estruturas. Após isso, nos reunimos em nosso estúdio e vamos lapidando, reformulando e construindo estruturas maiores. Todos se envolvem com todas as etapas do processo de composição das músicas. Por exemplo, eu desenvolvi e gravei, durante a pré-produção do disco, os vocais limpos da música The Candelária Massacre, tendo em mente que o vocalista Guilherme Sevens (Painside) faria uma participação nessa música. A ideia de inserir essa passagem limpa surgiu para criar uma maior dinâmica com os vocais do Jonathan e se encaixou perfeitamente no contexto da letra. Resumindo: Independente dos instrumentos e suas respectivas "funções", todos tem liberdade de expor e contribuir com suas ideias durante o processo de composição.

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É interessante notar o equilíbrio que permeia em "The Core Of Disruption". Afinal há técnica apurada sem exagero ou exibicionismo e uma produção cristalina, mas nada que tire o peso do trabalho. Vocês se policiaram para que o álbum saísse dessa forma?

Victor: Nós não queremos ser os mais rápidos, nem os mais técnicos. Nosso principal objetivo é compor grandes músicas, mantendo sempre a identidade do LAC. Cada nota, riff e melodia tem que ter um motivo para estar ali. Se abrirmos espaço para exibicionismo, pomos tudo a perder. Não nos policiamos para manter esse padrão, mas ele é consequência dos nossos objetivos.

Vocês incorporaram bem de leve elementos de percussão em algumas viradas de bateria. Como surgiu essa ideia? Não deu medo do radical público do Death Metal pegar no pé devido a isso?

Victor: Já que estávamos abordando em nossas letras a realidade violenta da nossa cidade natal, eu trouxe essa ideia de colocar alguns elementos percussivos característicos do Rio de Janeiro. Assim, letra, arte e harmonia estariam em sintonia para passar a mensagem que queríamos. A inserção desses elementos foi natural, pois fazem parte da minha formação: Quando era mais jovem, participei da Orquestra de Bateristas do Rio de Janeiro, e tocávamos muitos ritmos brasileiros/cariocas nas apresentações. Infelizmente, não temos como agradar a todos. Sabíamos que enfrentaríamos alguma resistência, mas nossa música tem que nos agradar, em primeiro lugar. Pensar diferente disso seria nos auto boicotar.

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Ainda há uma interessante variação no ritmo das músicas que não deixa nada soar repetitivo.

Victor: Nossas referências não são somente de Death Metal. É claro que somos fãs de Morbid Angel, Cannibal Corpse, Krisiun, mas temos também muito de Black Sabbath, Iron Maiden e muitas outras bandas em nossa música. Acredito que essa variação se deve a isso: nossa diversidade de gostos inconscientemente se reflete na música do LAC.

Eregion (Unearthly), Felipe Chehuan e Max Moraes (Confronto), além de Guilherme Sevens (Painside) contribuem no álbum. Fale-nos um pouco sobre como surgiu a ideia dessas participações?

Victor: A voz do Eregion se contrastou bem com o gutural do Jonathan, o Chehuan cantou em português na faixa O Ódio e o Caos, Guilherme cantou uma passagem limpa em The Candelária Massacre e o Max contribuiu com alguns efeitos e passagens na faixa L.A.C.. Essas participações não poderiam ter sido melhores, pois todos puderam acrescentar seus talentos às nossas músicas. Além disso, todos são nossos amigos e entenderam bem a proposta do álbum, já que também sobrevivem no submundo do Rio de Janeiro.

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A temática do álbum aborda a violência carioca certo? Fale-nos um pouco sobre como surgiu essa ideia e o desenvolvimento das letras?

Victor: Nos trabalhos anteriores, demos uma abordagem mais abrangente às nossas letras, criticando as religiões e falando sobre violência, de um modo geral. Enquanto estávamos compondo o novo álbum, percebemos que não precisávamos ir longe para encontrar a inspiração necessária para escrever nossas letras. O Rio de Janeiro é uma cidade violenta, permeada por abuso policial, tráfico de drogas, milícias, chacinas, pobreza, corrupção em todas as esferas... Essa é a nossa realidade, e é disso que se trata o"The Core Of Disruption".

Aliás, daria um bom vídeo clipe esse tema, vocês tem algo engatilhado do tipo?

Victor: Estamos gravando um vídeo clipe para a faixa Third World Slavery. Soltamos essa semana um "making of" da primeira parte das filmagens. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas posso adiantar que o resultado final está ficando brutal!

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Sei que o álbum acabou de ser lançado, mas já deu pra sentir um retorno do público? Como a mídia especializada o tem recebido? Chegaram a lançá-lo no exterior?

Victor: O álbum foi lançado no Brasil e está sendo distribuído para a América do Norte, incluindo EUA e Canadá. Sendo bem sincero, eu ainda não vi nenhuma crítica negativa para o álbum. O disco tem sido unanimidade pela mídia especializada e está havendo uma grande procura por ele. Não podíamos desejar um resultado melhor.

Muito obrigado, parabéns pelo trabalho. Podem deixar uma mensagem.

Victor: Eu que agradeço pela força! Espero que todos ouçam o álbum "The Core Of Disruption" para conhecer a nova cara do LAC, que está mais brutal do que nunca, e procurem ver a banda ao vivo. Faremos duas novas turnês europeias para promover o álbum, mas estamos planejando também uma mini tour pelo nordeste e tocaremos em alguns festivais, como o "Avalanche Metal Fest", em São José do Rio Preto, ainda este ano. Para saber mais sobre datas, novidades, merchandise, ou mandar uma mensagem para a banda, acessem:

http://www.laceratedandcarbonized.com

http://www.facebook.com/pages/Lacerated-And-Carbonized/169403519762376?fref=ts

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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