JackDevil: entrevista com o baixista Renato "Speedwolf"
Por Marcos Koskinen
Fonte: Jackdevil Fans
Postado em 23 de julho de 2013
"Speedwolf" fala sobre as gravação do EP "FASTER THAN EVIL", sobre sua história como baixista e fala como o André é fera em arte gráfica, entre outras coisas. Confira a entrevista na íntegra, conduzida por Marcos Koskinen:
Marcos: Primeiramente eu queria dizer que é uma grande honra estar entrevistando você, eu sou um grande fã do seu trabalho e estou muito feliz pela oportunidade. Para começar conte-nos um pouco dos primórdios da banda, como começou toda essa loucura de Thrash Metal?
Renato: A Jackdevil começou comigo e com o Andrezão. Pouca gente sabe, mas nós começamos como um trio. Nesta época quem tocava bateria era Raul "Animal", um dos bateristas mais feeling/técnica que já tive o prazer de dividir palco, viajar, compor e tocar. Depois de aproximadamente 3 meses de ensaios decidimos chamar o Yuri Abelha pros vocais, um cara que eu sou amigo desde 1999. Com esta formação gravamos o EP Road to Hell, porém nunca o lançamos. Partimos pros primeiros shows e o Raul por motivos pessoais preferiu sair da banda. Em paralelo nós decidimos que o André deveria voltar a assumir os vocais. Abelha saiu da banda. O André então retorna com força total à frente da banda, melhor do que nunca!
Marcos: E como foi a entrada do guitarrista Ricardo Andrade e do baterista Filipe Stress?
Renato: Como continuação da resposta anterior: Encontramos o Ric meio que por acaso, o mesmo tinha apenas 17 anos e era fã de tudo aquilo que a gente escutava no começo da banda. Nem rolou teste, quando o conhecemos sabíamos que ele era dono da lacuna que existia na banda naquele momento. O Raul, mesmo passando por dificuldades ainda fez alguns shows nessa época para que a banda não parasse, hoje sou muito grato a este rapaz. Foi então que nós tivemos a ideia de chamar Chabinho pra banda. A realidade é que ele tocava muito mal. Mas não sei explicar, só sei que apostamos nele e demos todas as condições para que ele pudesse evoluir. Hoje quando vejo o Ric e Chambinho firmes na banda e recebendo os elogios do grande público como grandes instrumentistas que se tornaram, sinto a sensação de ter tomado as decisões corretas!
Marcos: A banda esta prestes a fechar contrato com uma gravadora, certo?, você poderia nós contar mais detalhes dessa grande novidade?
Renato: Não posso dar detalhes. O que posso dizer é que estamos sendo sondados por uma grande gravadora mundial, responsável pelo suporte a excelentes trabalhos dos grandes titãs do metal mundial.
Marcos: como foi ser escolhido pelos leitores do site Whiplash.net como a banda Revelação de 2012?
Renato: Cara, isso significou muito pra gente. Eu mesmo nunca vou me esquecer disso. Este reconhecimento chegou após muito trabalho realizado em 2011 e 2012. O curioso é que na época tínhamos apenas a demo Under The Satan Command! A votação foi pelo grande público e feita em dois turnos. Nossa banda ser escolhida demonstra essa a descentralização de produção de música autoral dos grandes centros culturais tradicionais do Brasil.
Marcos: Como foi a gravação do primeiro EP "Oficial" da banda e a produção do videoclipe?
Renato: Na verdade o Under The Satan Command é uma demo. Sua gravação foi em Dezembro de 2011. Gravamos todos os instrumentos de uma só vez e a mixagem final ficou por conta de nosso amigo Cid Campelo. A gravação do clipe também foi aos moldes de produções sem nenhum orçamento. Não tínhamos nenhum dinheiro! Porém acredito que as lentes conseguiram captar a atmosfera que nós almejávamos. Fizemos algumas imagens andando pelo Centro Histórico e captamos as imagens principais no Estúdio Acústica. Porém esta empreitada só foi possível através do apoio do Rogério Acústica, Vinícius Aquino e Diones Hendrix.
Marcos: e como foi a gravação o 2 EP "FASTER THAN EVIL"?
Renato: Já a gravação do Faster Than Evil, vou envolta em todo um trabalho de pré-produção por parte da banda e produção por Cid Campelo e Felipe Hyily. Desde o momento em que estávamos em processo de composição já sabíamos que este material seria capaz de representar muito bem a fase atual da banda. Tenho muito orgulho desse EP que em apenas 4 meses de lançamento já bate records de downloads em nossa página.
Marcos: Comente sobre a arte da capa do EP?
Renato: Foi integralmente feita pelo André Nadler. Pouca gente sabe, mas ele é fera em arte gráfica. Quando ele me mostrou a capa pronta eu disse: puta que pariu, meu irmão, é isso mesmo!
Marcos: Como surgiu a vontade de tocar baixo? Como foi o começo?
Renato: Na verdade eu não sei o por quê de tocar baixo, eu era uma criança e não sabia de nada, comecei aos 12 anos. Meu primeiro baixo custou 60 reais!
Marcos: Qual foi a primeira música que você tocou no baixo?
Renato: Meu tio me deu o Californication do RHCP, fiquei louco aqui e minha vida era tirar as músicas desse cd, tentando desvendar tabulaturas.
Marcos: Como você se sente podendo influenciar pessoas a tocar baixo?
Renato: Cara, eu sou um entusiasta do contra-baixo. Nada me deixa mais feliz do que ver um juvenil procurando aprender o instrumento. Nas minhas redes sociais muitas pessoas vêm me dizer, e começaram a aprender por minha causa, eu só posso ficar feliz e dizer que minha missão neste mundo está completa! (risos)
Marcos: Quais são as bandas que você mais gosta de ouvir?
Renato: Eu tenho escutado muito essas bandas da nova geração do metal (NWOHM), além dos clássicos como Black Sabbath, Rainbow, Deep Purple, Rush, Slayer, Sodom, etc. Esta semana escutei muito Municipal Waste e Suicidal Angels.
Marcos: Todo músico começa como fã, no seu caso qual foram suas principais Influências?
Renato: O Geezer Blutler sempre foi e sempre será o maior! Gosto pra caralho dos "alunos" dele como: Burton e Harris. Admiro muito o Geddy Lee não só pelo baixo, mas também pelo seu timbre vocal poderoso!
Marcos: como esta sua expectativa para a primeira turnê da banda pelo Brasil? a Faster Than Evil Tour.
Renato: Vamos com força total! Em breve sairão as datas e então poderemos falar mais!
Marcos: Atualmente, vocês estão gravando o próximo CD da banda?
Renato: Ainda não, isto está programado para ser feito no final de 2013, talvez a partir de Novembro ou Dezembro. No momento já temos várias ideias que estão começando a tomar forma.
Marcos: Como funciona o processo de composição da banda?
Renato: Alguém chega com alguma ideia pronta ou incompleta e a banda desenvolve, geralmente parte do Andrezão ou de mim, mas eventualmente todos de alguma forma participam também. O Ric vem evoluindo bastante neste quesito, passando a participar mais deste processo de composição.
Marcos: Qual a principal dificuldade encontrada para manter-se na ativa?
Renato: Na vida tudo é difícil, porém os desafios estão aí pra nos colocar a prova.
Marcos: O que vocês acham que precisa melhorar no rock nacional?
Renato: Em primeiro lugar acredito que algumas bandas devem encarar seu trabalho com mais seriedade, aprender como as coisas funcionam e deixar de falsas expectativas ou delírios causados pela falta de informação. Veja bem, não to falando de profissionalismo, o que quero dizer é que a gente encontra muito marinheiro de primeira viagem falando pelos cotovelos sem qualquer noção básica de respeito. Nós da Jackdevil sempre procuramos respeitar todos, principalmente quem chegou primeiro que a gente. Acredito que se as bandas se mostrarem mais compromissadas com seu próprio trabalho o público logo entenderá que nosso país não perde em nada para o que é produzido na Europa ou EUA.
Marcos: Qual o segredo da banda em fazer fãs por onde passa com seus shows?
Renato: O segredo é dedicação.
Marcos: Como vem sendo a evolução da banda, em termos de som, shows e crítica, desde a primeiro EP "Oficial" lançado, chamado "UNDER THE SATAN COMMAND" e o "FASTER THAN EVIL" deste ano?
Renato: Muitos observaram que houve uma evolução, nós mesmo da banda já sabíamos que não éramos mais os mesmos ao começar a trabalhar no último EP. Não nos preocupamos em soar como no primeiro material, somos uma banda nova e acredito que ainda estamos na fase de construção da nossa sonoridade. Ainda não temos um álbum cheio e na minha opinião as pessoas que gostam do nosso som é porque acreditam no potencial da banda, porém sou consciente que este ainda não foi desenvolvido por completo.
Marcos: Em poucas palavras, o que você pensa sobre essas bandas:
-TANATRON?
Renato: Pioneira na cena maranhense que agora volta com força total e está prestes a tocar com o Annihilator em São Paulo, mostrando que sua representação ultrapassou os limites do Estado do Maranhão.
-FURIA LOUCA?
Renato: Uma banda de um nível de profissionalismo altíssimo composta pelos artistas mais talentosos da cena maranhense. Representou a cena no MOA e demonstra que suas conquistas não pararam por aí. Em breve lançarão CD novo.
-CRANIUM CRUSHING?
Renato: Faz algum tempo que não vejo um show deles, tive oportunidade de conversar com o guitarrista Raphael que me informou que retornarão com os ensaios e voltarão aos circuitos de shows. Banda de grande nome na cena maranhense e com bastante destaque na cena underground nacional.
-FILHOS BÄSTARDOS?
Renato: Gosto muito da banda e dos integrantes. Já tomamos muita cerveja e curtimos muito metal juntos! Esta banda fez uma tour pelo RJ e de acordo com Tiago Ameba foi muito bem sucedida!
-BERÇO DE JUDAS?
Renato: Esta banda tem o melhor baixista da cena maranhense: Mairon Viana. Agora com vocalista novo estão concluindo a gravação de seu CD. Espero ansioso para escutar o trabalho concluído!
-GRAVE REAPER?
Renato: Banda com um trabalho excelente! Composta por guerreiros do metal underground! Letras em português e um Speed/Black Metal cortante e ríspido.
Marcos: Bom Renatão está chegando o final da nossa entrevista. Gostaria de agradecer mais uma vez pela oportunidade de entrevistá-lo e queria pedir que deixasse uma mensagem para os fãs da JackDevil que os acompanham aqui na Pagina JackDevil Fans, forte abraço, sucesso e até mais, valeu!. \mm/
Renato: Quem agradece sou eu, meu irmão. A quem acompanha a página queria dizer o quanto nós somos agradecidos. O público sempre nos apoiou e deu todo suporte ao trabalho da banda. Toda essa força nos ajuda a continuar!
Entrevista por: Marcos Koskinen
Edição: Marcos Koskinen
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