Dirty Glory: entrevista ao blog Van do Halen
Por André Meiches Reichhardt
Fonte: Van do Halen
Postado em 15 de maio de 2012
Um projeto novo e ambicioso. Isso resume a situação atual do Dirty Glory, banda paulistana de Hard Rock formada por Jimmi Ryder (voz), Dee Axx (guitarra), Andy Reichhardt (guitarra), Vinni Vice (baixo) e Sas (bateria). Mesmo com um curto EP de 3 faixas, intitulado "It’s On!", o grupo está conquistando seu espaço de forma espantosamente rápida. Segue abaixo a entrevista que a Van do Halen conduziu com o vocalista Jimmi. Só não se esqueça de ouvir o som dos caras (antes, durante ou depois da leitura) no site: www.dirtyglory.com.
Van do Halen: Inicialmente, contem a história da banda – processo de formação, conquistas, lançamentos e tudo o mais.
Jimmi: Obrigado pelo convite e pelo espaço! A banda Dirty Glory começou comigo e com o guitarrista Dee Axx. Eu o conheci no colegial, e tocávamos em bandas rivais de punk rock e meio que nos odiávamos naquela época… (risos)
Alguns anos depois aprendemos a tocar nossos instrumentos (desculpem punk rockers… rs), e acabamos ficando amigos. Então resolvemos fazer o som que realmente crescemos ouvindo, que ia pro lado Aerosmith, Guns n’ Roses, Metallica, Kiss e etc. Logo recrutamos Vinni Vice e Andy Reichhardt, para baixo e guitarra respectivamente. Um mês depois de entrar na banda, o Vinni caiu de moto e quebrou dois dedos! Bem legal, pra quem estava iniciando as gravações do EP. O Sas (bateria) entrou logo após o lançamento do EP, no começo do ano, e nos conhecemos porque ele comprou a moto de um amigo meu, que o indicou. Procuramos um baterista por mais de 6 meses, e ele apareceu assim.
Van do Halen: Vocês lançaram recentemente o primeiro EP, "It’s On!". Como foi o processo de composição, gravação e produção do EP?
Jimmi: Compor é uma coisa engraçada ás vezes. Cada um tem um background e nem sempre os gostos batem, e ter que descartar algo que você julga ótimo é muito difícil. Música boa pra mim é aquela que te faz fechar o punho toda vez que vem o refrão. Acho que é por isso que gosto tanto de Hard Rock. Melodia é tudo, então busco sempre criar algo que faça as pessoas cantarem junto. Maaaaaas sempre existem os guitarristas que adoram riffs…
Com o Dirty Glory é sempre assim, eu chego com uma melodia, geralmente um refrão, alguém chega com um riff e as coisas rolam naturalmente. As letras são a última coisa que fazemos. Cantamos no "nanana", até que a vibe indique o tema da letra. Não acredito em transformar poemas em música.
A gravação foi feita no C4 Estúdio, e as músicas foram produzidas por nós mesmos, com co-produção de Luis Lopes, que também foi responsável pela gravação, mixagem e masterização do EP.
Van do Halen: O Dirty Glory gravou um EP logo com pouco tempo de existência. Desde sempre o projeto foi trabalhar em músicas próprias? A experiência de gravação de músicas próprias não foi um choque para uma banda tão nova?
Jimmi: Na verdade o projeto existe há dois anos, e se chamava Rock N’ Roll Army. Depois mudamos para Dirty Glory por motivos óbvios (risos).
Há dois anos, nós não falávamos inglês direito, então demorou um pouco até que pudéssemos de fato escrever alguma coisa. Mas a proposta sempre foi fazer músicas próprias. Todos nós já tínhamos certa experiência em estúdio, por termos gravado em outras bandas.
Decidimos não lançar absolutamente nada sobre o Dirty Glory, até que tivéssemos logomarca, website, comunicação visual, fotos promocionais e, obviamente, o EP pronto. Uma vez que tínhamos tudo isso em mãos, começamos a divulgar. Ninguém que não seja seu amigo quer ouvir sua demo mal feita, e ninguém vai lembrar de voltar para ver as fotos da sua banda no quintal da sua casa. Então decidimos esperar o momento (e o dinheiro) certo para lançar o Dirty Glory.
Van do Halen: Pude notar que vocês resgatam o melhor do Hard Rock oitentista com uma dose de peso característico do Punk Rock, mas nada que chegue a ser Sleaze. Gostaria de saber as influências da banda.
Jimmi: A primeira banda de rock que eu ouvi na vida foi Guns N’ Roses, e provavelmente é o que vai tocar no meu enterro (porque casar, eu não vou mesmo… risos). Eu gosto muito de Danger Danger e Kiss, acho que eles têm a fórmula perfeita dos hits. Mas já escutei muito punk rock, principalmente da década de 90. Os outros caras, sempre trazem uma pegada mais pesada, e crua, e acabamos misturando tudo. Como em qualquer outra banda.
Van do Halen: O clipe da música Mr. Jack ficou muito bem feito, parabéns! Como foi o processo de gravação do vídeo?
Jimmi: Muito obrigado! Fizemos o videoclipe com um produtor amigo do Sas, Michel Souza. Estávamos analisando algumas propostas, quando ele apareceu num ensaio e falou que havia escutado a música e que "queria fazer esse clipe de qualquer jeito!" (risos). Vimos o portfolio dele e não precisou muito mais que isso pra nos convencer…
O clipe tem dois momentos, a parte da balada foi filmada na Rua Augusta, em São Paulo, nos arredores do Inferno Club. Ali é onde rola boa parte da cena Hard Rock da cidade, hoje em dia. As cenas da banda tocando foram feitas num estacionamento, durante uma madrugada inteira. Tínhamos que filmar tudo antes de amanhecer, pois o forro do teto era aberto e o sol acabaria com tudo.
Van do Halen: Quais são os atuais planos do Dirty Glory?
Jimmi: Nós estamos trabalhando na agenda de shows. Em Junho, faremos algumas apresentações em São Paulo, com algumas bandas fodas, que divulgaremos em breve. Paralelamente, estamos escrevendo as músicas do nosso primeiro álbum, que deve sair no ano que vem, mas single virá antes do que você imagina… Pow, falei tudo! Vão me matar…
Van do Halen: Como vocês enxergam e utilizam a Internet enquanto ferramenta de divulgação do Dirty Glory? Há só vantagens ou vocês consideram alguma desvantagem nesse processo?
Jimmi: Bom, tudo que conseguimos até hoje foi através da internet. Desde a música que ouvimos hoje em dia e nos influencia, até as pessoas que temos conhecido e que têm nos ajudado imensamente a banda. Não vejo nenhuma desvantagem para uma banda independente. Aquilo é a nossa vitrine, e quanto mais gente observando, melhor!
Van do Halen: Muito se questiona a cena Rock nacional, inclusive as bandas que surgem e o espaço que a mídia dá para aquelas que realmente abraçam o Rock n’ Roll. O que vocês acham do cenário atual?
Jimmi: Aqui é aquela hora do bla bla bla de bandas covers desperdiçando seu talento ao invés de fazer música autoral. Vou pular esse tópico.
Não sei de onde tiraram o conceito de que banda brasileira só faz sucesso aqui se cantar português, sendo que ao mesmo tempo a esmagadora maioria das músicas mainstream tocadas, são em inglês. Que tipo de regra estúpida é essa?
Eu particularmente não acho que rock funciona em português e ponto final. Mas gosto é gosto. Porém, eu acho que a cena underground está mais forte do que nunca. Cada vez mais, as bandas estão surgindo com profissionalismo e um trabalho bem feito. A galera tem mais facilidade em acompanhar o que rola lá fora, e está se esforçando para alcançar o mesmo nível. No final das contas, pode ser isso que faltava para o público brasileiro começar a apoiar o próprio trabalho – qualidade equiparada.
Van do Halen: O espaço final é de vocês. Mandem um recado para os leitores da Van do Halen!
Jimmi: Obrigado a todo mundo que leu, e que tem nos dado a maior força do mundo… seja com comentários, seja com divulgação etc. Estamos muito contentes e pilhados pra continuar fazendo mais e mais! Nos vemos no rock!
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