Tierramystica: entrevista para website da Red Rivet Records
Por Sofia Bueno
Fonte: [email protected]
Postado em 10 de janeiro de 2012
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O selo japonês "Red Rivet Records" (http://redrivetrecords.web.fc2.com) está distribuindo o Tierramystica pela Ásia. A banda toda concedeu uma entrevista para Shiro Matsunaga falando sobre seu passado, presente e futuro do hepteto gaúcho.
Confira abaixo a entrevista traduzida.
Red Rivet Records: Primeiro de tudo, obrigado por aceitar a nossa entrevista. É uma oportunidade muito boa para conhecermos melhor a banda. Bem, apresentem-se, por favor e
fale-nos sobre cada instrumento musical, estilos musicais, influências, bandas preferidas, músicos e etc...
Alexandre Tellini: Bem, em primeiro lugar obrigado pela entrevista. É um prazer para nós ter nosso primeiro álbum distribuído no Japão pela Red Rivet Records.
Como você sabe nós somos do Brasil, um país muito grande, com muitas influências diferentes. Estamos no extremo sul, mais próximo ao Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai do que alguns outros lugares no Brasil. Então, a nossa influência musical acaba soando exóticas até mesmo para os brasileiros,
que de alguma forma nos torna únicos em um país onde há uma grande quantidade de bandas semelhantes musicalmente.
Rafael Martinelli: Os instrumentos de vento que usamos são típicos das civilizações indígenas que existentes aqui antes do descobrimento da América. Usamos o "toio" (um instrumento de sopro que opera em baixas freqüências), "zampogna" (de médio a agudos), "quena" (um tipo de flauta extremamente rústica, mas com um som único), "quenacho" (similar a quena, mas com freqüências ainda mais graves) e a "ocarina" (o mais antigo instrumento do mundo, de acordo com algumas pesquisas, soa semelhante a um apito bem agudo).
Fabiano Muller: Obviamente, a colonização espanhola, muito latente aqui no sul agregou novos elementos com a introdução de instrumentos de corda como o violão. O "charango" (feito de casca de tatu) é originário da Bolívia, e soa como uma guitarra muito aguda, tem 10 cordas e um tamanho pequeno.
E, finalmente, temos o "cajon" (semelhante a uma caixa de madeira) e o "bombo legüero", construído a partir de um cilindro de madeira com a pele de um boi. Batendo na
pele obtemos sons abafados e nas bordas de madeira obtemos sons estalados.
Red Rivet Records: Você poderia explicar todas as suas músicas do "A New Horizon"?
Alexandre Tellini: O "A New Horizon" basicamente fala sobre a conquista e dominação do Império Inca pelos invasores espanhóis. A primeira faixa "Nueva Castilla" cria uma atmosfera de "choque" entre as culturas através dos climas hispânicos e andinos, criando uma tensão para "Golden Courtyard" «Qorikancha»", que narra a tomada de Cuzco e a pilhagem de um dos principais templos incas, que é o templo do sol.
"Celebration to the Sun «Inti Raymi»" fala sobre a celebração o culto ao deus sol "Inti", como o nome sugere, descrevemos o diálogo de um sacerdote com uma pessoa a ser sacrificada e, em seguida citamos algumas outras entidades homenageadas durante este ritual.
Em "New Eldorado «Qapaq Nan»" usamos a lenda da famosa cidade "Eldorado" (que na verdade não passou de uma palavra mal interpretada pelos conquistadores espanhóis gananciosos) para fazer uma alusão à busca dos verdadeiros tesouros da vida, o verdadeiro valor e o equilíbrio espiritual, ainda citando "Qapaq Nan", que simboliza o caminho dos justos.
"Spiritual Song" é uma canção muito especial porque foi a primeira música a ser composta pelo Tierramystica, ela foi composta para uma entidade, e é por isso que tem tanto apelo espiritual e tanta força... É muito mais do que uma simples canção. Ele fala sobre um homem desencarnando e enquanto sua alma deixa o corpo ele começa a refletir sobre a vida que teve.
"Winds of Hope" é uma balada com um ritmo muito característico, ela fala sobre como às vezes parecemos sós e perdidos, mas que sempre teremos os amigos para ajudar-nos e redirecionar-nos a vida e nós que nunca podemos desistir dos nosso sonhos.
"Wide Open Wings" fala sobre a crença do encontro entre Anga de Hanan (a águia dos povos da América do Norte) e Kuntur de Urin (o condor dos povos da América do Sul)o encontro essas duas aves marcará um reinício para a humanidade, onde todos se tornarão mais preocupados com a natureza e com o bom-estar dos semelhantes.
"Away From The Dream" foi baseado em uma obra literária chamada "A Verdade Sobre os Incas" e fala sobre a partida do povo inca de sua terra para outro lugar após a chegada de uma grande sombra seu império.
"The Final Rest" foi inspirado em um poema de adeus para o Inca Atahualpa (o último imperador legítimo) e também fala um pouco sobre como os conquistadores espanhóis acabaram sendo vítimas de si mesmos e como muitos de seus compatriotas traíam uns aos outros por punhados de terra e de ouro.
Red Rivet Records: O que mudou na visão musical da banda desde sua formação? Que evoluções vocês notaram ao longo da carreira do Tierramystica?
Ricardo Durán: Desde o início sempre tivemos uma concepção musical definida. Temos uma identidade musical única e ela é muito evidente para nós. Nós nunca iríamos iniciar um projeto profissional se fossemos apenas fazer um som comum, como tantas outras milhares de bandas que estão lá fora apenas copiando coisas que já existem.
Fabiano Müller: O que acontece conosco é que nossa evolução musical está dentro da nossa própria proposta. Adquirimos muita experiência durante a turnê de nosso CD promo "New Eldorado" em 2008 e 2009, e na turnê do "A New Horizon" em 2010 e 2011.
Red Rivet Records: Deixe-nos saber sobre suas carterísticas musicais. Especialmente o estilo musical diferenciado de vocês.
Luciano Thumé: Nossa principal característica é a fusão da música andina e folclórica da América do Sul com
nossas influências do rock e do heavy metal. Também gostamos de trabalhar com a criação de fortes atmosferas em nossas músicas. Nós sempre tentamos focar nossas letras e interpretar os sons com a finalidade de tornar o som em energia.
Gui Antonioli: Nós temos uma forma única para compor nossas linhas de flautas, riffs de guitarra e até mesmo as
divisões rítmicas.
Red Rivet Records: Fale-nos sobre os seus equipamentos (guitarras, amplificadores e etc).
Fabiano Muller: O Tierramystica tem o endorse da Walczak que nos fornece os violões, guitarras e contra-baixos. É uma marca brasileira de instrumentos da mais alta qualidade. O Duca Gomes utiliza uma bateria top de linha da Mapex. Já o Luciano fez todos os teclados do álbum e da turnê com um teclado Yamaha MM6, porém ele utiliza samplers de orquestra ao invés dos timbres do teclado.
Alexandre Tellin: Nós todos usamos sistemas sem fio no palco e os simuladores PODs XT 2 da Line 6. A partir de 2012 nós vamos usar os PODs HD 500, uma vez que eles nos permitem ficar livres de amplificadores que causam excesso de bagagem em vôos.
Rafael Martinelli: Eu também uso um pré-amplificador da Behringer que me permite não depender de transportar amplificadores. As flautas andinas são todos construídas pelo grande Ademar Farinha, que além de fabricá-las, participa das nossas turnês como músico convidado, tocando os toios, queñas
e zampognas.
Ricardo Duran: Os meus dois charangos são importados da Bolívia e eu também uso uma "craviola" importada.
Gui Antonioli: Eu vario o meu equipamento, estou na busca de um equipamento ideal. Eu costumo usar o Sennheiser sem-fio portátil EW 500-965 G3. Mas depende do show, às vezes eu utilizando um microfone Shure com fio (Beta 58).
Red Rivet Records: Como foi a repercussão do "A New Horizon" no Brasil? E como o público de outros países o recebeu?
Fabiano Muller: "A New Horizon" é o nosso primeiro álbum, foi lançado em setembro de 2010 e em de novembro do mesmo ano já estava esgotado. Em outubro, fomos convidados para abrirmos três shows com o Scorpions no Brasil, foi um grande momento e tivemos uma excelente recepção, o que nos permitiu fazer muitos fãs que não nos conheciam ainda. Ao todo foram 30 shows e hoje somos considerados uma das mais promissoras bandas do Brasil e contruímos um nome no cenário do rock brasileiro e o mais importante de tudo, temos nossa identidade.
Luciano Thumé: Em 2010, figuramos entre as bandas mais votadas pelos fãs de rock/heavy metal competindo com artistas com mais de 10 ou 20 anos de trabalho, considerando o fato de que Tierramystica foi iniciado há apenas 4 anos foi algo fantástico.
Gui Antonioli: A distribuição através da Red Rivet Records nos permitirá ter o álbum em grande quantidade fora do Brasil e nós acreditamos fortemente em nossa música. E graças a internet sabemos que temos fãs ao redor do mundo todo. Tivemos excelentes críticas nos Estados Unidos, França e Suíça. Nós temos muitos fãs no Peru, México, Chile e em El Salvador há muito tempo ficamos sabendo que atingimos o top 10 em uma grande estação de rádio FM de lá.
Red Rivet Records: Como está a cena metal local? Vocês estão cooperando com outras bandas de metal por lá?
Alexandre Tellini: A cena no Brasil é um tanto quanto caótica, todo mundo finge estar unido e agir em favor da cena mas na verdade tudo é muito superficial. O resultado é um cenário cada vez mais fraco. Como os artistas também não estão procurando renovar ou de apresentar projetos criativos ou novas idéias as coisas acabam se tornando enfadonhas em demasia, o resultado disso é um público totalmente desinteressado e de saco cheio do mais-do-mesmo.
Por outro lado temos grandes amigos que podemos confiar e que sabemos que lutam e buscam novas soluções como o Hangar. Podemos citar algumas bandas de qualidade também como a Venus Attack, Spartacus, Datavenia, Anaxes, Save our Souls, entre outros...
Red Rivet Records: Conte-nos sobre a programação da banda de 2012.
Fabiano Muller: Estamos trabalhando em um DVD ao vivo e documentário do último show da "A New Horizon Tour", que contará com o show de encerramento da turnê, entrevistas,
bastidores, materiais gravados durante os shows revelando um pouco mais de Tierramystica aos nossos fãs. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2012. Nós faremos uma turnê promocional desse DVD e ao mesmo tempo estamos trabalhando em músicas para o nosso segundo álbum de estúdio, que nós também pretendemos lançar em 2012.
Gui Antonioli: Vai ser um ano de intenso trabalho, nós também estamos ansiosos para a turnê na América-Latina. E talvez na Ásia, quem sabe?
Red Rivet Records: Como será o álbum seguinte? Vocês tem alguma idéia de como será o próximo álbum?
Alexandre Tellini: Sim, as pessoas nos perguntam sobre quando ele estará pronto e como ele vai soar. O Tierramystica tem uma proposta de sempre inovar porém ao mesmo tempo sabemos que temos a nossa identidade e a nossa missão de difundir a cultura latina no mundo, mas nós também sabemos que não se deve fazer um álbum exatamente igual ao anterior, sem apresentar nada de novo.
Fabiano Muller: Reinventar a si mesmo sem perder o foco musical é o grande desafio de um artista. Nós contaremos dessa vez com uma produção mais completa para o álbum e nós já temos algumas músicas prontas. Temos plena confiança de que vamos fazer um álbum do mesmo nível do "A New Horizon" em termos de qualidade de composição, mas agora sabemos que estamos mais experientes e nos conhecemos melhor como músicos. Ele vai ser nosso trabalho afirmação entre os grandes nomes do rock/heavy metal.
Red Rivet Records: Deixem uma mensagem para seus fãs:
Gui Antonioli: Somos o Tierramystica. Somos latino-americanos, somos orgulhosos de nossas origens e da nossa cultura. Nunca se esqueça de onde você vem, nem quem você é.
Estamos também trabalhando duro e dia após dia em nosso primeiro DVD e em nosso segundo álbum para lançá-los em breve.
Alexandre Tellini: O Tierramystica veio para ficar e nós vamos ficar maiores ainda e mais conhecidos. Estamos aguardando os contatos para shows no [email protected]. Os nossos fãs podem contactar-nos através da [email protected].
Fabiano Muller: Um viva à cultura e à verdadeira música que vem do fundo das nossas almas.
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