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Lacerated and Carbonized: alquimia Grindcore/Death Metal

Por Marcos Garcia
Postado em 19 de fevereiro de 2011

Uma banda que tem chamado bastante a atenção do público do Metal extremo brasileiro é, sem sombra de dúvidas, o quarteto carioca LACERATED AND CARBONIZED, que apresenta tudo que um fã de sonoridades mais brutais pode querer: vocais absurdamente insanos, guitarras rascantes, baixo técnico e presente, e uma bateria absurdamente pesada e técnica. Uma banda de estilo bem particular em uma época em que muitos não se preocupam em ser originais.

Aproveitando o lançamento nacional do primeiro CD da banda, ‘Homicidal Rapture’, fomos entrevistar a banda para o Whiplash! e ter a oportunidade de ser um dos primeiros a conversar com esta ótima revelação no Metal nacional.

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Antes de tudo, contem um pouco da história da banda para os nossos leitores, e aproveitando, expliquem de onde veio o nome LACERATED AND CARBONIZED. E quais foram as bandas que inspiraram vocês?

Victor Mendonça: A banda foi formada no final de 2006 por Jonathan Cruz (vocal), Caio Mendonça (guitarra), Victor Mendonça (bateria) e Paulo Doc (baixo). Quanto ao nome, buscávamos algo que remetesse imediatamente ao som que praticávamos. ‘Lacerated And Carbonized’ foi uma das primeiras idéias que surgiram e todos concordaram que era bem representativo. Assim, nos fixamos com ele. As influências são muitas e vêm de todos os lados, mas acho que posso destacar o KRISIUN, ABORTED e DYING FETUS como as referências mais próximas ao nosso som.

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No ano seguinte gravamos nossa Demo, intitulada 'Chainsaw Deflesher', que foi muito bem recebida no underground e nos levou a tocar Brasil afora, ao lado de nomes consagrados do Metal Extremo como SEPULTURA, MAYHEM, TORTURE SQUAD, CONFRONTO, CLAUSTROFOBIA e UNEARTHLY.

Em 2010, lançamos o Websingle ‘Darkened Spite’, uma prévia do nosso Full-Lenght que estava em vias de sair. E agora em 2011 estamos lançando nosso álbum de estréia, 'Homicidal Rapture', pela Mutilation Records e que também saiu no Peru pelo selo Undermetal Records.

Vocês já estão na ativa desde 2006 e nesse tempo, a banda angariou para si um público forte e fiel, que estava à espera do CD. O que aconteceu para o disco, prometido para ano passado, ter demorado um pouco além do previsto?

Paulo Doc: As negociações com as gravadoras já são por si só complexas, porque queríamos algo que fosse realmente vantajoso para a banda. Queríamos ter certeza de que haveria um bom trabalho de promoção e distribuição para o ‘Homicidal Rapture’. Ocorre que tivemos diversos problemas de ordem contratual com o selo que, a princípio havíamos acertado, o que atrasou bastante o lançamento. Demorou até que tudo fosse resolvido e felizmente acertamos com a Mutilation Records, uma companhia de muito prestígio no metal nacional e que vem nos dando todo o suporte necessário.

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Falando do ‘Homicidal Rapture’ em si, apesar de lançado há pouco no Brasil, como tem andado a recepção do público ao CD, tanto aqui como fora, já que ele já saiu em outros países da América do Sul?

Paulo Doc: Na verdade, como o álbum foi lançado no Peru algum tempo antes de ter saído aqui, temos um feedback maior vindo lá de fora. A tour sul-americana que fizemos catalisou o interesse pela banda, o que tem gerado uma repercussão surpreendente. O ‘Homicidal Rapture’ tem recebido resenhas bem positivas e muita gente destes lugares tem nos enviado mensagens massivas de apoio.

Victor Mendonça: Aqui no Brasil, o álbum acabou de ser lançado. As primeiras resenhas foram ótimas. Contudo, creio que apenas com o tempo teremos uma perspectiva melhor do sentimento geral em torno do ‘Homicidal Rapture’.

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O CD mostra uma produção de alto nível, tanto no aspecto sonoro quanto na parte gráfica, feitas por Felipe Eregion, do UNEARTHLY. Como foi trabalhar com ele, e vocês estão plenamente satisfeitos com todos os aspectos que envolveram gravação, produção, e até mesmo no aspecto musical em si?

Victor Mendonça: Foi ótimo trabalhar com Eregion. Somos amigos há bastante tempo, já sabíamos de sua competência. Ainda, o fato de ele conhecer a fundo nosso trabalho definitivamente facilitou todo o processo de produção.

O resultado foi satisfatório na medida em que o álbum vem nos abrindo muitas portas. Como ele foi gravado há algum tempo, mas só saiu agora pelos motivos já expostos, hoje em dia somos uma banda mais madura e experiente devido à vivência que angariamos com os anos de estrada. Então posso dizer que apesar de felizes com o álbum, esse crescimento vai se refletir nos próximos trabalhos, sem sombra de dúvidas.

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Um ponto bastante interessante da música da banda em si é o fato que, contrariando o pensamento popular, debaixo de tanta brutalidade e velocidade, existe uma técnica bem refinada, inclusive de alguns elementos externos ao Metal Extremo. Como isso surge na música de vocês?

Paulo Doc: Isso vem do background que temos dentro da música em geral. A sonoridade do LAC é resultado da bagagem dos quatro integrantes, então o reflexo das nossas influências acaba sendo inerente às composições. Seguimos uma determinada linha, mas sem a preocupação de repetir fórmulas ou roteiros. Acho que esse é o caminho para que uma banda tenha identidade própria e traga elementos relevantes à cena.

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Falando sobre a tour pela América do Sul que vocês fizeram no segundo semestre do ano passado. Como foi, por onde passaram e como foi a recepção do público de fora?

Paulo Doc: A ‘Homicidal South American Tour’ foi feita em suporte ao lançamento do álbum, que estava saindo no Peru pela Undermetal Records. Fizemos cerca de vinte shows entre Bolívia, Peru, Chile, Equador e Colômbia. A resposta não poderia ter sido melhor. Pudemos ver o quanto o Metal brasileiro é referência no continente. Em todos os lugares o público é insano, muito caloroso e possui uma maneira muito intensa de demonstrar que está curtindo o show. Para se ter uma idéia, vendemos todo nosso merchandising antes do fim da tour e tocamos com excelentes bandas locais, além de participar de festivais junto ao MONSTROSITY que também estava passando pelos países latinos na mesma época.

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Victor Mendonça: Em breve lançaremos um videoclipe para a faixa ‘Triune Filth’ em nosso canal oficial no Youtube. Será uma compilação dos melhores momentos de shows e de backstage, um tributo que vamos prestar ao público sul-americano, que já está marcado na história da banda.

As letras da banda, apesar da descrição que encontramos por aí de ‘splatter’, pelos títulos das músicas, parecem tratar de temas mais profundos. Isso é fato? Poderia nos explicar o que desejam transmitir com elas, e onde se inspiram para escrevê-las?

Paulo Doc: Dizer que nossas letras são ‘splatter’ é, no mínimo, generalista demais. Algumas realmente trazem esses elementos típicos do Death Metal, mas não estamos limitados a isso. Creio que a tônica da nossa mensagem passa pela quebra de paradigmas irracionais e intolerantes que regem a modernidade. Acho que a crítica, muito embora inserida no contexto de uma construção estética, é bastante evidente. São temas que fazem parte da nossa própria visão de mundo, logo é natural que estejam presentes no nosso trabalho.

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E os shows? Há planos para novas tours pelo Brasil e outros países da América Latina? E no eixo Estados Unidos-Europa-Japão, já existe alguma proposta?

Victor Mendonça: Ainda no primeiro semestre deste ano devemos concluir nossa passagem pela América do Sul, incluindo os países que não visitamos na primeira parte da tour. Já recebemos propostas para realizar datas na Argentina e Uruguai, e vamos tentar encaixar o Paraguai e outras cidades do Chile no cronograma. Já no segundo semestre realizaremos uma tour européia para divulgar o ‘Homicidal Rapture’ no velho continente.

Paulo Doc: O maior problema para se realizar uma tour pelo Brasil é que os shows só acontecem nos finais de semana. Isso impossibilita muita coisa, uma vez que há muitos ‘days-off’. Porém, devemos encaixar algumas datas na região Sul nessa tour latina, e estamos planejando também passar pelo Nordeste após a européia. Acho fundamental consolidar nosso trabalho aqui no nosso país.

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Agora, falando do futuro: apesar do ‘Homicidal Rapture’ ter chegado às lojas a bem pouco tempo, já há planos para algo novo em matéria de CD, ou mesmo planos para algo como um CD ao vivo ou DVD? É fato que a energia da banda ao vivo é algo assustador...

Paulo Doc: Ainda em 2011 gravaremos um novo álbum. Voltamos no gás depois da última turnê e, entre a série de shows que fizemos aqui no Brasil, compusemos muito material. Estamos lapidando as músicas e o cronograma prevê o lançamento deste novo trabalho para o início de 2012. As músicas estão brutais e com certeza vão espelhar a evolução que experimentamos desde então.

Victor Mendonça: Quem acompanha o LAC e já assistiu algum show sabe que damos nosso melhor ao vivo. Toda noite tentamos fazer nosso melhor show, retribuir o apoio de cada pessoa presente. Seria muito bom poder proporcionar aos fãs um material, CD ou DVD, que transmitisse essa energia. Entretanto, estamos focados na divulgação do ‘Homicidal Rapture’ e nos preparando para as próximas turnês, e ainda estamos estudando o melhor momento para lançar um material desse tipo. É algo no qual pensamos, sem dúvida, mas ainda é cedo, pois a banda está relativamente em seu início e ainda temos muita lenha pra queimar.

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Agradecemos pela atenção de vocês, e o espaço agora é todos de vocês, para dar sua mensagem aos leitores do Whiplash!

Victor Mendonça: Obrigado a você Marcos e ao Whiplash!. Agradecemos a todos que apóiam nosso trabalho. Fiquem atentos em www.myspace.com/laceratedandcarbonized, bem como ao nosso Twitter, Facebook, Orkut e demais meios sociais para as novidades que virão ainda em 2011.

Paulo Doc: Esperamos ver todos na estrada, que é o lugar natural do LACERATED AND CARBONIZED. Um forte abraço a todos que apóiam a nós e ao undeground nacional em geral.

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Sobre Marcos Garcia

Marcos Garcia é Mestrando em Geofísica na área de Clima Espacial, Bacharel e Licenciado em Física, professor, escritor e apreciador de todas as subdivisões de Metal, tendo sempre carinho pelas bandas mais jovens e desconhecidas do público, e acredita no Underground como forma de cultura e educação alternativas. Ainda possui seu próprio blog, o Metal Samsara, e encara a vida pela máxima de Buda "esqueça o passado, não pense no futuro, concentre-se apenas no presente".
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