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Scorpions: "Nós estamos aproveitando e os fãs também!"

Por Vinícius Castelli
Fonte: Pilha na Vitrola
Postado em 18 de setembro de 2010

Após turnês memoráveis, shows eletrizantes e discos de tirar o fôlego, o lendário grupo alemão Scorpions vem ao Brasil para dizer adeus. Como os músicos já haviam anunciado, esta será a última turnê da banda.

Com o ótimo e recém-lançado álbum Sting in the Tail na mão, o quinteto se apresentará em São Paulo, no Credicard Hall. Os shows acontecem nos dias 18 e 19, às 22h e 20h respectivamente. Só há ingressos disponíveis para a primeira apresentação, nos setores pista premium (R$ 500) e pista (R$ 250).

Em entrevista exclusiva, Rudolf Schenker, guitarrista e fundador do grupo, diz estar feliz com a turnê e com o resultado de Sting in the Tail. "Começamos a turnê em março em Moscou, passamos pela Europa, Estados Unidos e Canadá, e agora estamos aqui, na América do Sul", conta o guitarrista.

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Com a maioria dos concertos com ingressos esgotados, Rudolf conta que esta turnê está mais emocionante. "Toda turnê é diferente, você sempre está com disco novo, mas nesta, além de termos um disco novo, é também a turnê de despedida. Está sendo uma grande festa ao redor do mundo, nós estamos aproveitando e os fãs também", diz o músico.

Sobre a decisão de encerrar a carreira do Scorpions, Rudolf conta que a ideia surgiu através do manager da banda, enquanto escutavam as músicas do novo disco. Ele disse que o disco é fantástico e que este seria um ótimo momento para encerrar a carreira em grande estilo. "Achamos que ele estivesse brincando, mas depois, pensando bem, estou com 62 anos, e essa turnê vai durar dois anos e meio. Até eu fazer outro disco, terei 66 anos pelo menos. Hoje podemos pular, correr e fazer um ótimo show. E você nunca sabe se em três ou quatro anos poderá fazer as mesmas coisas. Então, é melhor encerrar em grande forma, as pessoas querem o Scorpions assim," afirma.

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Quando questionado sobre os planos para depois da turnê, Rudolf brinca: "Você consegue me dizer o que fará daqui a três ou quatro anos? Não, eu respondo. "Então, mesma coisa comigo. No momento, nós tocamos e curtimos a turnê, diz.

Por se tratar de despedida, os fãs estão mais emotivos desta vez. Rudolf acredita que o público sempre achou que a banda nunca fosse parar, e às vezes deixavam de ver um show com a certeza de que poderiam assistir em uma próxima excursão. "As pessoas estavam pensando que tocaríamos para sempre, mas não seremos jovens para sempre", brinca o alemão.

Olhando para trás, não há como negar a importância da bela história que o Scorpions escreveu e vem escrevendo no rock. Rudolf conta que não há do que se arrepender nessa trajetória. "Eu acho que o que ainda faz estarmos aqui e sermos reconhecidos, é porque cometemos alguns erros, e você pode usar esses erros para fazer melhor. Acho que fomos bem durante nosso caminho", afirma.

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São vários os momentos inesquecíveis na memória do guitarrista, e alguns deles, estão na ponta da língua. "Rock in Rio (1985) foi realmente muito especial para nós. Tocar lá e ficar por sete dias no Rio, com tantas bandas diferentes como AC/DC, Queen e Rod Stewart foi fantástico", revela Rudolf.

Outro grande momento para o guitarrista, foi quando a banda foi convidada a visitar o Kremlin – sede do governo russo. "Em dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev nos convidou a visitar o Kremlin. Ficamos conversando com ele por cerca de 45 minutos" relembra.

O guitarrista conta empolgado que deve chegar ao mercado uma nova edição do clássico show World Wide Live, gravado em 1984, durante a turnê de Love at First Sting. Segundo Rudolf, a banda tem muito material extra guardado que não foi usado na época, e agora poderá sair nessa nova edição. O músico cita ainda seus álbuns preferidos do Scorpions. "Eu tenho três. Não, eu tenho quatro: Lovedrive, Blackout, Love at First Sting e Sting in the Tail".

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Para os shows, Rudolf promete o que o Scorpions tem de melhor: "Muita energia, muitos hits e músicas do novo álbum. Tudo está indo bem, no palco estamos arrebentando e os fãs aproveitando", revela. Então, já que é para se despedir, que seja assim, em grande estilo, como sempre foi.

Como surgiu a ideia de fazer uma turnê de despedida?

Estávamos escutando o álbum (novo) antes de mixá-lo, vendo o que poderíamos colocar ou tirar do disco. E nosso manager disse "Rapazes, eu acho que este álbum está fantástico. Será um ótimo momento para vocês encerrarem a carreira. Achamos que ele estava brincando, mas depois, pensando bem, hoje estou com 62 anos. A turnê vai durar 2 anos e meio. Até produzirmos outro álbum, estaremos com 66, 67. Hoje podemos pular, correr, podemos fazer um ótimo show. E você nunca sabe se em 3 ou 4 anos, poderá fazer as mesmas coisas ou não. Não queremos morrer em frente aos nossos fãs. É melhor encerrar a carreira em grande forma. As pessoas querem ver o Scorpions assim.

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O que você fará após essa turnê? Quais os planos?

Você pode me dizer o que fará em 3 ou 4 anos? Não. Viu, é a mesma coisa conosco. No momento, nós tocamos, aproveitamos, estamos felizes com o novo álbum e com a turnê. Estamos apenas no começo da turnê. Nós podemos voltar aos EUA no próximo ano, temos muitos fãs que não puderam ver os shows. Podemos tocar no Rock in Rio também. No momento nós estamos fazendo América do Sul. Depois vamos pra Istambul, Grécia, Europa. Ano que vem vamos pra Ásia, Rússia e EUA.

Vocês estão escrevendo uma bela história na música. Com ótimos discos e shows memoráveis. Olhando para trás, há algo que você se arrepende de ter feito ou de não ter feito?

Eu acho que o que nos faz ainda estar aqui e ser conhecidos, é porque cometemos alguns erros e você não pode fazer tudo certo. Então o erro é parte de você, e você pode usar esses erros para fazer melhor. Eu acho que tudo foi bem durante o caminho.

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Nos anos 1990 ficamos um pouco fora do mercado nos Estados Unidos e Europa, quando o grunge apareceu. Mas por outro lado, começamos a tocar na Ásia nos anos 1980. E enquanto o grunge se fixou na Europa e Estados Unidos, nós estávamos tocando na Ásia. Nós nunca sofremos. Claro que fizemos alguns álbuns que não eram muito o DNA do Scorpions, mas voltamos ao DNA do Scorpions. Tocamos com a Orquestra Filarmônica de Berlim, fizemos um grande trabalho com eles. Fizemos o Acoustica e gostamos de fazê-lo. E depois, Unbreakeble, Humanity Hour 1. E acho que Sting of the Tail é exatamente o Scorpions dos anos 1980, mas com novas músicas.

Quais são suas principais influências musicais?

No começo, é claro, rock and roll. Em especial Little Richard, a aquele pessoal todo. Depois, Rolling Stones e Yardbirds. Mais tarde, Black Sabbath e Led Zeppelin. Depois começamos a fazer nossas próprias coisas e criar nosso próprio estilo. E viramos o Scorpions.

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E agora vocês são a influência.

Exatamente, e é ótimo. Fomos para Los Angeles colocar nossas mãos no cimento, no Hollywood Rock Walk. Estamos ao lado do Led Zeppelin e John Lennon. E é fantástico, especialmente quando você não espera isso. Nós abrimos as portas para outras bandas da Alemanha. Em 1977 me disseram que tinha que ir para os EUA, estávamos ficando grandes por lá. Quando encontrei Eddie Van Halen e David Lee Roth, eles nos disseram, "Hey, vocês nos inspiraram a fazer música".

Vocês estão tocando alguma música que não costumam tocar?

Há alguns anos, nós fizemos uma pesquisa na internet perguntando aos fãs o que eles gostariam de ouvir. Na maioria eles querem ouvir hits. Rock You Like a Hurricane, Big City Nights, Still Loving You e Wind of Change. Nós tocamos por volta de duas horas e queremos dar as melhores canções ao público.

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Se você tivesse que escolher um disco do Scorpions como seu favorito, qual seria?

Essa é difícil. Eu tenho três. Não, eu tenho quatro! Lovedrive, Blackout, Love at First Sting e Sting in the Tail. Eu acho que Sting in the Tail é mais pesado, se parece mais com os discos dos anos 1980. Foi isso que quisemos com nossos produtores. Fazer um álbum que fosse o melhor dos melhores.

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