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Calvary Death: "Que o Metal não seja apenas música..."

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 30 de maio de 2010

Ainda que nunca houvesse encerrado suas atividades, o mineiro Calvary Death demorou 15 longos anos para liberar seu segundo disco. Mas a demora compensou, pois o trio formado por Ruddy Souza (voz e baixo), Roberto Antunes (guitarra) e Marco Túlio (bateria) fez de "Serpent" uma gratificante aula de Death Metal, mas elaborado com uma brutalidade e harmonias tão surpreendentes que tornam sua música um tanto quanto singular.

O Whiplash! conversou com Ruddy, que se revelou um headbanger dono de uma respeitosa atitude para com a cena nacional. Nas linhas a seguir o leitor conhecerá um pouco da história deste pioneiro que é o Calvary Death, além de mais informações sobre seu novo disco, que está chegando ao mercado nacional via Cogumelo Records.

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Whiplash!: Saudações, pessoal! O Calvary Death é um veterano que começou suas atividades no distante ano de 1987. Era uma época em que o Heavy Metal made in Brazil estava começando a dar seus primeiros passos. Como foi o início de sua trajetória, quando ainda se denominavam Túmulo de Ferro?

Ruddy: Eu vinha da banda Hedam, que montei na minha cidade natal; Roberto e Vinício haviam deixado o Sepulcro aqui em Itaúna. Nos conhecemos e então fizemos o Túmulo de Ferro, juntamente com o batera Cesar. Tivemos um grande impulso na época, pois aqui em Itaúna a cena estava se fortalecendo. Aqui teve um show do Sarcófago, era um baile de formatura e foi uma loucura, pois os formandos, inclusive as mulheres, saíam com seus vestidos longos e brancos pegando fogo, pois no palco havia tochas e fogo para todo lado durante a apresentação. Daí só pôde ter show de Metal no local depois de 10 anos, mas sempre estamos fazendo eventos underground por aqui.

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Whiplash!: Em 1993 o Calvary Death saiu de sua cidade natal, Itaúna (MG) para tentar a sorte em São Paulo. Um passo considerável, mas que infelizmente não rendeu os devidos frutos. O que realmente não deu certo na capital paulista?

Ruddy: Quando fui para São Paulo, fui com muita garra, pois sabia das dificuldades da cidade grande. Da banda, foi comigo somente o guitarrista Vinicio, o qual não conseguiu ficar. Passei a ensaiar com o pessoal da banda Messing, o pessoal pegou as músicas rápido, mas o local ficava a umas três horas de Santo André, que é onde eu morava. Tive contato com algumas gravadoras, mas eu já era casado e tinha filhos que estavam em Minas. Foi ficando difícil e acabei voltando para Itaúna, onde moro, próximo a Belo Horizonte.

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Whiplash!: De qualquer forma, em 1994 vocês liberaram "Jesus, Intense Weeping", que teve uma aceitação que alcançou o mercado europeu. Qual a sensação de estrear em disco depois de tanta luta, inclusive sendo uma das primeiras bandas do interior de Minas Gerais a conseguir projeção nacional?

Ruddy: Quando cheguei a Minas eu percebi que, se tivesse a mesma convicção, poderia também achar quem pudesse lançar o que tinha em mãos. O movimento Metal na cidade da época crescia, e encontrei o Tarciso (guitarra), Rogério (baixo) e Mercio (bateria). Assinamos com o selo Cogumelo Records e lançamos o "Jesus, Intense Weeping" em LP, e com poucos dias de lançamento tivemos contato do selo europeu Osmose Records, que gostou e pediu que o fizéssemos em CD. Daí partimos para o estúdio e gravamos cinco faixas bônus e por lá foi relançado em CD. Tudo isto nos foi grandioso, principalmente para mim, que estava amargurado por encontrar muita dificuldade, e ali estava eu, agora relaxando de mais uma tarefa... E muitas outras viriam.

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Whiplash!: Como foi dito, "Jesus, Intense Weeping" teve ótima repercussão. Mas o que aconteceu depois disso? Seu próximo registro foi uma demo, que somente chegou ao público em 2001...

Ruddy: Então, quem se propõe a estar numa banda tem que ter garra, e não é isto que acontece com todos. Não são todos que falam a mesma língua durante a jornada, músicos acabam saindo e as composições se atrasam. E morar no interior se torna muito difícil para encontrar substitutos. O tempo passa rápido, por isto o atraso.

Whiplash!: Considerando que seu segundo álbum, "Serpent", está chegando ao mercado agora, como você define a evolução do Calvary Death como banda? Existem diferenças entre este novo disco e seu antecessor?

Ruddy: Seguimos com o mesmo propósito, mas acaba tendo uma diferença, pois se passaram 15 anos. Existe uma evolução, conhecimentos de estúdio, instrumentos que acabam deixando a música mais rica e definida... O "Serpent" é cru, pesado e brutal; o antecessor é brutal e mais sujo, chegando mais ao Black. Vejo os dois álbuns dentro do propósito da Calvary Death.

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Whiplash!: "Serpent", "World Of Nobody" e "Could Be The Human Race In Fall" são algumas das excelentes canções que fazem parte do repertório do novo álbum. Vocês são amigos de longa data... Como rola o processo de composição?

Ruddy: Somos amigos há longos anos. O Tarciso fez grande parte das músicas do primeiro álbum e também fez no disco novo, "Serpent", mas não tocou nele. Estamos sempre em contato e fazemos músicas, juntos ou individualmente.

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Whiplash!: A versão nacional de "Serpent" está chegando ao mercado nacional através da Cogumelo Records. Mas como rolou a transação com o selo norte-americano Relapse Records? Em função disso, há chances de tocarem no exterior?

Ruddy: Então, este contato foi feito pela Cogumelo, que é nosso selo brasileiro. Lá fora tem a Relapse, que também o distribui e tem sido muito bom, pois já estamos tendo respostas positivas do CD. Os brasileiros que adquirem lá, pelo selo Relapse, passam a se comunicar conosco. Então é muito prazeroso ter resposta de seu trabalho também fora de seu país, nos dando a oportunidade até de tocar por lá.

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Whiplash!: Falando em shows, em abril vocês tiveram a oportunidade de tocar com o Marduk, banda com muitas histórias e fãs fiéis. Como foi essa experiência? E a reação do público à música do Calvary Death?

Ruddy: É a segunda vez que estamos tocando com Marduk, pois em 2006 tocamos com a banda em Brasília (DF). Sempre é bom poder estar tocando com bandas maiores, pois é uma experiência tocar com melhor equipamento, a casa sempre é com melhor estrutura e, logicamente, tem um público maior e sempre acontece algo mais especial.

Whiplash!: Vocês ajudaram na construção do underground nacional. O que podem dizer sobre a atual cena da música extrema? Muita coisa mudou desde os anos 80, e parece haver certo conflito entre gerações, em especial no que diz respeito à atitude do público e até mesmo das bandas envolvidas.

Ruddy: Quando se fala de época e atitude com alguém que também acompanhou o crescimento da cena Metal... Hoje falta muito a real atitude de ser Metal. Queremos ver uma cena mais unida, pois o público brasileiro ainda é carente de ídolos, só se lota uma casa de show quando tem banda gringa. É preciso olhar mais para a cena brasileira, que nunca deveu em qualidade às bandas de qualquer parte do mundo. Sei que tem o pessoal que sempre defendeu o underground e sempre esteve firme, mas é preciso de mais produtores que apostem na cena nacional, com ambas as partes trabalhando sério, pois o Metal é uma Arte sincera!

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Whiplash!: O Calvary Death ultrapassou sua segunda década com um excelente disco. Quais são os planos para o fututo?

Ruddy: Nosso propósito é manter a banda sempre na ativa, pois, apesar de ter apenas dois álbuns, temos o conhecimento do Metal e o vivemos. Queremos sempre estar compondo e gravando nossas músicas e mostrando aos nossos fãs, que são a nossa grande resposta.

Whiplash!: Ok, pessoal! O Whiplash! agradece pela entrevista. Qualquer coisa que vocês queiram adicionar, vão em frente!

Ruddy: Um grande abraço ao mundo Metal e à cena nacional, que sempre nos dá resposta a cada trabalho realizado. Que o Metal não seja apenas música, mas uma forma de vida para todos. Obrigado pela entrevista e que mais realizações venham a acontecer a todos nós!!!!!!!

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Contato:
http://www.calvarydeath.co.cc
http://www.myspace.com/calvarydeathbr

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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