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Nightwish: "downloads ilegais não nos atrapalham"

Por Mariana Lico
Fonte: Once There Was
Postado em 10 de fevereiro de 2008

O site Once There Was fez uma entrevista com o tecladista do NIGHTWISH, Tuomas Holopainen, em 5 de dezembro de 2007 em Umeå, Suécia, tendo como assuntos, dentre outros, a turnê americana e os downloads ilegais.

Once There Was: Apesar da Anette [Olzon, vocais] não estar aqui, vamos primeiro falar um pouco da turnê pelos EUA. Como foi?

Tuomas: "Foi muito melhor do que esperávamos e conseguimos fazer o que queríamos, que era aumentar um pouco a auto-estima da Anette. Dava pra ver que nas primeiras semanas ela estava um pouco assustada e reservada no palco, não muito convincente, o que era de se esperar, mas no final da turnê ela estava dançando no palco e comandou todos que estavam no show".

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Once There Was: Mas quando eu vi os primeiros shows eu já achava que ela estava indo bem...

Tuomas: "Sim, estava legal, mas você ainda podia ver que ela não estava agindo naturalmente. Mas definitivamente estava [agindo naturalmente] no final".

Once There Was: E como foi com a voz?

Tuomas: "Ela tinha seus dias ruins, mas normal, e sempre vai ser. Nós discutimos um pouquinho depois de um show em Portland onde basicamente dissemos à ela: 'Pare de reclamar e pare de ser tão perfeccionista!' Porque por mais que o perfeccionismo seja uma virtude, ele também envenena a atmosfera quando é exagerado. Aquele foi o momento crucial da turnê, eu acho. Nós dissemos para ela parar de querer que tudo desse certo toda hora, não é assim que acontece. Mas também nos divertimos muito, é claro. Tivemos alguns dias de folga e fomos para a Disneyland e para os estúdios da Universal em Orlando. E eu consegui ir com os meus pais, o que foi uma experiência única. A turnê inteira foi divertida. O começo nem tanto, por causa de doenças e tal. O engraçado foi que nós perguntávamos à Anette: 'Você sabe no que está se metendo?' e ela respondia: 'Sei, claro...', e depois de duas semanas nos EUA ela admitiu: 'É, eu não sabia...'. Foi engraçado".

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Once There Was: Outro assunto importante na indústria musical é que os downloads ilegais estão em todo lugar. Você acha que afeta vocês, em relação ao dinheiro ou de qualquer outra maneira? Isto sob o ponto de vista do artista que vende muito e do artista que não vende muito...

Tuomas: "Com relação à gente, acho que tem um impacto sim, mas é uma faca de dois gumes. Então acho que não atrapalha tanto assim. Eu gosto de pensar que nossos fãs são daqueles que gostam de ter o disco nas mãos, de ver o encarte... Mas é boa propaganda. Você não tem que ir comprar o CD pra saber se a banda é boa. É só baixar algumas músicas e já dá pra falar 'essa banda é legal'. E eu realmente acho que eles vão querer comprar o disco. Se tem 10.000 pessoas no mundo que não compram o disco, preferem baixar da internet, tudo bem, porque o fator comercial da internet compensa".

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Once There Was: Há algum outro problema na indústria musical que você acha importante e que está te afetando?

Tuomas: "Bom, eu acho que esse negócio de lançar CDs em diferentes versões está completamente descontrolado. Se tem alguém fazendo isso, então a outra pessoa vai querer contra-atacar, o que vai gerar mais um contra-ataque, e no final, eu nem sei quantas versões nossos CDs e singles têm. E é tudo pra vender mais discos e deixar os singles nas paradas por mais tempo, é só pra isso. É o jeito que a indústria trabalha hoje em dia. Eu acho horrível, mas não quero que a banda tenha nenhuma rixa com a gravadora, porque eles fazem o que têm que fazer. Acho que seria muito ingênuo falar: 'Não, só vai ter uma versão do disco', porque eles também querem o que é bom pra nós. Mas também entendo a frustração dos fãs. Outra coisa ruim é que as rádios - pelo menos as grandes - são muito rígidas em relação ao tempo das músicas. Já passou do ridículo. Depende do país, claro, mas no Reino Unido eles falaram que não iriam tocar 'Amaranth', nem uma vez".

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Sobre Mariana Lico

Mariana de Paula Lico, 19 anos, estudante de rádio e tv, conheceu o Whiplash por influência do namorado, que acessava (e ainda hoje acessa) o site diariamente. Após isso, a página se tornou seu guia para tudo o que mais importava em sua vida: o rock n' roll. Por conta de sua extrema facilidade com a língua inglesa, resolveu colaborar com o site traduzindo textos, e cada texto publicado é motivo de orgulho para essa jovem que não se cansa de dizer ao quatro ventos: "Meu texto foi publicado no Whiplash!!!".
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