Sleepwaker Sun: Prog-Metal de primeira em terras cariocas
Por Rafael Carnovale
Postado em 02 de setembro de 2006
Luiz Gustavo Alvim é o mentor da banda carioca Sleepwalker Sun. Num projeto ousado, que contou com vários convidados como Alex Martinho e Marcus Vianna, a banda lança seu primeiro CD, através do selo Masquee Records (de propriedade do mesmo), num luxuoso "slipcase". Conversamos com Luiz para conhecermos mais a fundo a história e os detalhes desse bom projeto.
Fotos: Maria Ruch
Whiplash - Me lembro de que você começou a trabalhar nesse projeto em 2002. Você imaginava que ele fosse chegar ao ponto em que chegou?
Realmente por um momento parecia que nunca ia acabar (risos). Eu comecei a trabalhar nas músicas no final de 2002, eu acho. As gravações começaram no final de 2003 e duraram mais de 1 ano. Depois ainda veio mixagem, masterização, a prensagem ainda teve um erro e teve que ser refeita. Mas, deu tudo certo no final (risos).
Whiplash - Naquela época, várias participações especiais estavam sendo negociadas. Houve alguma que não pode ser concretizada? E como você avalia a performance de seus convidados?
Eu tinha pensado em alguns outros nomes quando gravava as demos, mas acabei convidando os que tocaram mesmo. Alguns foram surgindo durante a gravação, como o Fabio Guerrero, que chamei num estágio já bem avançado das gravações. A gente sentia que faltava alguma coisa em "Blindfold", e quando o Fabio colocou a voz dele, ficou perfeito!! Todos foram maravilhosos, sem querer puxar o saco (risos). O Marcus Viana inclusive foi o primeiro colocado numa pesquisa do site Rock Progressivo Brasil na categoria melhor músico de 2005 pela sua participação no Sleepwalker Sun.
Whiplash - De cara o CD impressiona pelo trabalho gráfico e o "slipcase" cuidadosamente elaborado. Essa é uma tendência da gravadora que vocês criaram para tal ou apenas um aperitivo para este CD?
O cuidado com a apresentação do CD certamente é uma característica da Masque Records, e provavelmente todos os lançamentos terão esse "slipcase" ou luva, como preferir. Em tempos de MP3, temos que dar valor a quem compra o CD, com o melhor material possível, para que o comprador não tenha a sensação de que gastou dinheiro "à toa".
Whiplash - "Blindfold" é uma música complexa e cheia de variações, além da bela participação de Marcus Vianna. Como se deu a composição deste tema tão intrincado?
Eu fiz a música antes das letras. Quando já tinha um esboço dela, pintou a idéia de escrever sobre o filme "De Olhos Bem Fechados", e para isso contei com a ajuda de meu amigo Flavio Machado. Depois das letras acabei acrescentando alguns climas, revendo outros momentos, e acho que cheguei num resultado bem bacana e coerente. A participação do Marcus nessa música é sensacional, ele gravou mais coisas até do que a gente tinha pensado, e eu aproveitei tudo, é claro.
Whiplash - Já "Bring’Em" tem influências do folk/metal do Jethro Tull e até mesmo do Skyclad. Como você analisa este fato, e que fases do Jetho mais lhe inspiraram?
Eu adoro o "Thick as a Brick". Eu nunca tinha pensado neles como influência tão direta, mas certamente todos os discos que nos marcam influenciam na hora de compor.
Whiplash - "Russian Roulette", apesar do nome, não tem nada de Accept, remetendo ao RUSH da época mais rock. São vários estilos que transitam neste trabalho. Qual é para você o fio condutor de todos eles que mantém a sonoridade do Sleepwalker Sun intacta?
Talvez seja o fato de as músicas terem amadurecido durante o processo de gravação. Não posso negar as influências, mas acho que elas se fundiram de uma forma bem bacana, resultando nessa sonoridade intacta que você cita. Rush tem que aparecer de alguma forma no trabalho, apesar de também não considerar uma influência tão forte na hora de compor, pois muitos que tocaram no CD fazem parte de bandas cover de Rush, como eu, Francisco, Rodrigo, Leandro, Alex e Fabio Guerrero.
Whiplash - Vocês optaram por um vocal feminino, a cargo de Giana Araújo. Como seu deu sua participação e podemos dizer que a banda tem uma formação fixa?
A Giana é uma grande cantora, além de uma grande amiga, e foi uma escolha natural, uma vez que ela era a vocalista da minha banda anterior, a Revealing Web. É curioso que algumas pessoas que comparam o Sleepwalker a outras bandas com vocal feminino, talvez pensem que é uma influência dessas bandas mais novas, mas levando em conta o tempo do Revealing Web, já faço música assim há cerca de 10 anos. Os culpados pelo vocal feminino são a Annie Haslam e o Renaissance (risos).
Quanto à formação, fizemos alguns acústicos e agora começamos os shows "completos" e tocamos com Giana (vocal), Leandro Leg (guitarra), Francisco Falcon (baixo), Rodrigo Martinho (bateria), além de mim. Pretendo que seja uma formação fixa, por enquanto é, mas como todos têm tantas atividades, musicais ou não, não dá pra garantir que vá permanecer assim por tanto tempo.
Whiplash - O selo Masque foi criado para o lançamento do CD. Existem planos para outras bandas? Como está sendo para vocês administrar a distribuição do seu próprio trabalho?
Na verdade são coisas que corriam paralelas. Já pretendia lançar o selo juntamente com meu sócio Gustavo Paiva e, quando comecei a trabalhar no CD, pareceu uma oportunidade perfeita, de juntar os trabalhos. Desde a gravação do Sleepwalker já temos uma outra banda assinada, a Diapasão, que faz um progressivo instrumental mais ou menos na linha ELP, e que deve sair nos próximos meses. Acabamos de lançar o novo do Scars Souls, "Highbreed", o terceiro CD deles e nosso CD nº 2. Outro trabalho que está certo para os próximos meses é o relançamento do primeiro CD da Tempus Fugit, o clássico do prog nacional "Tales from a Forgotten World", remasterizado, com faixas bônus e com o famoso "slipcase" (risos).
Whiplash - Vocês concordam que este CD não é de audição fácil, precisando ser assimilado aos poucos? Se sim, consideram que isto foi intencional? Existe algum conceito por trás das letras, fotos e encarte?
É, concordo que o progressivo não é de fácil assimilação, em geral. Quem gostar do estilo, mas não for tão conhecedor, pode ter que ir assimilando aos poucos, sim. Mas o fã de progressivo eu acho que já espera essa sonoridade. Não diria que foi intencional fazer um disco assim, mas foi natural, uma vez que são essas as minhas influências. Não existe um conceito que una todas as letras, mas em relação ao encarte, passamos para o designer a idéia do nome da banda, assim como alguns elementos presentes na letra. Deu certo, o trabalho do designer Gustavo Sazes está sendo muito elogiado.
Whiplash - Aliás, expliquem a razão de usarem o título Sleepwalker Sun.
É o título de uma música do CD, baseado num poema de Gustavo Paiva. A letra na verdade fala de devaneios e delírios, e achamos que poderia casar bem com a sonoridade do álbum. Pra mim, mais do que o significado do nome, é mais importante a sugestão de uma coisa etérea, indefinida.
Whiplash - A banda tem feito alguns mini-shows no formato acústico, com boa resposta. A idéia de uma apresentação mais intimista é interessante. Há mais shows programados nesta forma?
É uma forma mais fácil de divulgar o CD e mostrar nossas músicas, pois a estrutura para shows de rock no Rio é péssima, e em se tratando de progressivo, então...
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Whiplash - E apresentações como banda... como vocês pensam em lidar com isso?
Já começamos a nos apresentar com aquela formação que citei. Apesar dos diversos compromissos dos integrantes, tem funcionado bem.
Whiplash - Como tem sido a resposta do público brasileiro ao CD? E respostas do exterior?
Todos que escutam gostam e elogiam bastante. A dificuldade maior é atingir o Brasil inteiro, até pela extensão do nosso território. Nas lojas aqui no Rio normalmente quem escuta leva o CD. No exterior a aceitação é melhor ainda, já temos contato com selos e lojas de vários países, como EUA, Japão, Chile, Argentina, Alemanha, Finlândia, Suécia, Israel, Canadá, entre outros, todos vendendo bem nosso CD.
Whiplash - Obrigado pela entrevista e sorte na divulgação do CD. O espaço é de vocês.
Muito obrigado pelo espaço no Whiplash!, que sempre dá uma força para o rock produzido aqui no Brasil. Estamos muito felizes com o resultado de crítica e público e certamente gravaremos um segundo álbum. Vamos tentar emendar uma seqüência de shows aqui no Rio pra divulgar nosso som, acústicos ou não, e esperamos em breve tocar por todo o Brasil. Um abraço
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