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Nenhum de Nós - Entrevista publicada na Cyberfam.

Por Angela Joenck Pinto
Postado em 30 de julho de 1999

O grupo Nenhum de Nós lançou em Porto Alegre o seu último disco, Paz e Amor, em três shows lotados no Teatro da OSPA dos dias 25, 26 e 27 de junho. Antes do último show, Veco Marques, Thedy Corrêa e Sady Homrich (respectivamente guitarrista e vocalista, baixista e baterista da banda) responderam algumas perguntas sobre o novo disco e o trabalho do músico no Brasil.

Publicado na Cyberfam

Whiplash / Vocês tem tocado essas músicas do último desde dezembro do ano passado. Lançaram o disco em outros lugares e decidiram fazer um show final em Porto Alegre, já que só agora em junho o CD está oficialmente sendo distribuído?

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Veco / É difícil conseguir datas em teatros, datas legais. Nem sempre é fácil como a gente imaginava. Ligar para o teatro e dizer: "Ói, queremos fazer no dia tal". A gente está fazendo esse aquecimento pelo Brasil inteiro, do Paz e Amor. É claro que tocar em Porto Alegre é o ápice da turnê, mas a gente ainda vai seguir, pelo menos, até o final do ano. Terminando em Porto Alegre a gente já tem Santa Catarina, vamos pra Minas, fazer um show junto com o Capital Inicial. A gente teve em Curitiba e todo o interior do Rio Grande do Sul. Então não é uma coisa que a gente tenha premeditado a fazer, um show final aqui em Porto Alegre. É uma decorrência de datas.

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Thedy / Na minha maneira de ver, a responsabilidade de tocar em Porto Alegre é maior. Então nós estivemos experimentando diversas coisas, uma parte do arranjo, para ver se funcionava. O roteiro, por exemplo, para colocar aqui em Porto Alegre, entende? Vamos ensaiando na estrada para chegar aqui e fazer o melhor possível.

Whiplash / O disco Paz e Amor foi gravado no Brasil e mixado na Grã-Bretanha. Como foi a experiência de trabalhar lá?

Veco / Foi mixado em um estúdio onde já gravaram o Oasis, Robert Plant e Jimy Page. Já tem um histórico lá. O cara que trabalhou com a gente tem um histórico muito legal e tem um a experiência muito grande com o tipo de som que a gente ouve e gosta de fazer, que é o rock britânico, então é um cara que não precisa de duas palavras para entender o que a gente quer. Sons de guitarra, colocação de voz e bateria. Inclusive a música "Da Janela", que foi o primeiro single do disco Paz e Amor, palavras deles, se essa música fosse versionada para o inglês seria com certeza um estouro.

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Thedy / Pra mim foi fantástico. A música que o Nenhum de Nós faz tem muita raiz na música inglesa. A gente ADORA música inglesa, o rock inglês, tudo, em geral. Da música pop inglesa, não só rock, a música pop também é boa. E, pra gente colocar algumas idéias desse disco de maneira clara e bem resolvida, tecnicamente e tudo mais, a gente resolveu tentar fazer essa mixagem lá. Pra isso a gente contou com o apoio da gravadora, e o técnico de som que também foi uma espécie de co-produtor lá foi o Dave Charles, que é o produtor dos Charlatans. Então o que aconteceu, a cara do disco ficou super bem resolvida. O conceito de ser uma banda de música pop brasileira com uma influência inglesa, com rock, um pop rock eu diria. Os sons que a gente fez com as guitarras foram muito elogiados até pela Guitar Player brasileira. Eles disseram que era legal ouvir o disco de fones, por causa dos efeitos que a gente deu nas guitarras. E eu não vou dizer que a gente não conseguiria fazer isso no Brasil, talvez sim, mas ia levar mais tempo. Mas aquele é um lugar que eu realmente acho que faz diferença. A experiência que eles têm com rock. Desde antes dos Beatles os caras estão acostumados a gravar rock. Eles sabem o que estão fazendo. Aqui no Brasil tem técnicos muito bons, que fazem discos com sonoridades maravilhosas, mas ainda não é aquilo que a gente gostaria de chegar.

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Whiplash / E essa oportunidade surgiu como?

Sady / São as maravilhas da Internet.

Veco / A gente já estava querendo produzir o disco fora. Veio a calhar que foi nesse estúdio. Um clima todo bucólico que fez com que o disco soasse desse jeito.

Thedy / A gente sugeriu isso para a gravadora e eles acharam legal e pediram para a gente sugerir um nome. A gente teve muita sorte, porque a gente queria bem nesse lugar, com esse cara. E eles podiam bem na época que a gente podia. Então fechou todas. Foi nesse estúdio que o Oasis gravou What's the Story Morning Glory (primeiro CD da banda). Este estúdio é uma fazenda e cada estúdio tem uma casa. Então a gente ficou hospedado lá. Eu estava dormindo na cama que o Noel Gallagher dormia. E quem cuida da fazenda e das coisas é uma família, o Kynsley e a família dele, uma coisa super caseira. Um super conforto. Não luxo, conforto.

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Whiplash / Vocês disseram que estavam procurando uma sonoridade parecida com o som inglês que escutam. O que vocês tem escutado ultimamente?

Thedy / Eu continuo ainda...(risos)...ouvindo as coisas inglesas. Mas tem coisas brasileiras que eu gosto, como o Jota Quest, o Pato Fu, é uma música pop que não é pop, continuo gostando das outras coisas. Zeca Baleiro é uma coisa nova e legal. Tem muitas coisas boas, mas as bandas inglesas são do coração.Aquela coisa da tradição dos Beatles que a gente fala, das boas bandas inglesas. Teve uma época que não tinha, mas agora elas voltaram, e a gente adora. Eu pelo menos adoro. E as coisas pop, por exemplo, o Robbie Williams, que é pop, mas se tu vais ouvir o disco dele, o cara é muito bom e tem influências de John Lennon, mais que dos Beatles. Para mim o melhor disco até agora é o do Suede. Eu adoro aquelas musicas.

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Veco / Eternamente Beatles, mas a gente gosta muito de Oasis. A gente também gosta de Charlatans, a maioria da banda gosta de Suede. Eu não gosto muito, mas a sonoridade da banda é boa, eu não gosto muito é da voz do cara. Mas esse híbrido que a gente faz e não encontra no rock americano. Americano é uma coisa que a gente distingue a léguas. O inglês tem mistura de violões, o próprio acordeão, então, o ninho era ali mesmo. A gente foi no lugar certo.

Whiplash / Vocês trocaram de gravadora (da Velas para a Paradoxx). Qual foi a mudança mais significativa?

Thedy / Por enquanto nenhuma. O Brasil piorou tanto que a gente não consegue ter uma idéia exata do que é a Paradoxx. O que a gente vê é uma gravadora em pedaços, tentando se recuperar dessa situação em que o Brasil colocou todas as gravadoras. Só as maiores conseguem se sustentar, com artistas que vendem muito, com o dinheiro que vem de fora. E gravadoras nacionais pequenas estão se quebrando. É o caso da Paradoxx.

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Veco / Melhorou um pouco, mas não é o que a gente deseja. Em uma gravadora de primeiro escalão, tu tens mais condições para que o lançamento seja mais completo em termos de Brasil. Saber que ele está em Manaus e em Viamão. Claro que lidando com gravadoras pequenas a gente tem a possibilidade de falar com o dono da gravadora mais rapidamente. É legal, mas a gente continua trabalhando MUITO as nossas próprias custas. Isso atravanca um pouco a banda, porque quisera a gente só subir no palco e tocar e no máximo fazer uma divulgar o trabalho nas grandes capitais do Brasil. A gente ainda tem que pegar o carro e levar o disco. Mas isso vai mudar.

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Sady / A distribuição melhorou um pouco, mas a divulgação piorou.

Whiplash / Agora com o axé e pagode, é preciso continuar quebrando barreiras para ter o trabalho no centro do país, ou já existe um nicho de público para rock mais significativo?

Thedy / É difícil, claro. Não é tanto do axé e pagode. É quebrando barreiras do jabá. De pagar pra tocar. O momento é de mudança. Vou te dar um exemplo. A Jovem Pan, que é uma rádio via satélite, uma das maiores do Brasil, ela simplesmente tirou o axé e pagode da programação. O que é primeiro lugar lá? É Offspring, tem o Raimundos, tem o Jota Quest. Isso é o que está tocando nessa rádio. Isso é um indicativo muito forte de que tem alguma coisa acontecendo. A volta do Ultraje a Rigor fazendo sucesso. Esses indicativos pra mim são prova de que, primeiro: aquela ditadura ao qual os jovens são submetidos e que a mídia impôs, pagode e axé durante o verão, deixou as pessoas fartas. Eu acho que não dá mais. E muito de uma rapaziada que ouvia aquela música e dizia: Puxa, isso não tem NADA a ver comigo. E o rock, e as bandas pop tem mais a ver com esses jovens e abraçaram essa causa. Apesar que eu acho que tem muitas bandas que trabalham longe disso, que é o caso do Nenhum de Nós, trabalham o ano inteiro longe dessa concorrência e desse mercado cruel e perverso, que a música as vezes se transforma. E a gente trabalha longe disso e consegue manter a cabeça erguida.

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Veco / É, dá pra ver que a esmagadora mídia ela é dessas músicas de oportunidade, que são essas músicas sertanejas, esses axés da vida. Mas é uma coisa passageira. Tá demorando pra passar, mas vai passar. A peneira já passou e as porcarias foram embora e só ficou o que tem mais a ver com esse trabalho. Mas também, prestando atenção, eu não consigo distinguir o que é um axé e um pagode, porque eles cantam exatamente a mesma música. Uma música romântica e sem fundamento. Mas eu acho que tem um público roqueiro que é órfão, de música e shows. Tanto que eu acho que o boom do rock está voltando. Dá para sentir "nas ondas do rádio" que o rock está voltando com força. Capital está voltando, o Ultraje, o Engenheiros, o Nenhum está indo para lá agora, Jota Quest está estourando, Pato Fu está estourando. O movimento está indo muito bem. Pode ir melhor se as gravadoras pararem de investir tanto dinheiro em porcaria e "bunda music". Não que o rock tenha que ser a tônica, mas poderia Ter uma fatia maior, como nos anos 80.

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Whiplash / O Nenhum de Nós foi muito injustiçado nos anos 80, quando surgiu, pelo sucesso relativamente rápido que conquistou. O pessoal que ralava aqui em Porto Alegre ficou um pouco chateado e falava muito mal da banda. A coisa melhorou ou o Nenhum de nós continua sendo injustiçado.

Thedy / Olha, pelos artistas locais, eu diria que muito pelo contrário. Já se deram conta que o Nenhum de Nós é uma banda séria, que tá aí para trabalhar e veio para ficar. Seguiu uma carreira aparte desse apelo da grande mídia faz, a tal ponto que a gente tem uma relação muito boa com as novas bandas, os novos artista que estão surgindo, esse movimento novo do rock gaúcho, a gente tem uma relação muito legal com eles e eles nos respeitam bastante. A mídia na medida do possível nos respeita. Porque tem gente que tem preconceito, mas daí não é preconceito com o Nenhum de Nós, é com a música em geral. Mas na medida do possível a gente é respeitado. E eu diria que o que a gente mais vê e ouve é que o Nenhum de Nós é a maior banda gaúcha, essa é uma coisa que nos enche de orgulho porque a gente lutou muito, e uma das coisas que a gente lutou é não ter saído do Rio Grande do Sul. Então não adianta dizer que é uma banda do RS e sair do Rio Grande do Sul. Ficar falando de Porto Alegre, com as coisas que aqui em Porto Alegre não acontecem. Muitos artistas saíram daqui para se aproximar da grande mídia mas se afastaram dessa. E a gente pagou esse preço. Mas é um preço que vale a pena. Por isso que eu acho que é merecido quando as pessoas dizem que a gente é a maior banda do Rio Grande do Sul

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Whiplash / Então as previsões são boas para 99?

Veco / Com certeza. O Tonho (empresário) já disse a gente não vai parar de trabalhar tão cedo. Vamos virar o ano 2000 trabalhando direto. Fazendo shows.

Thedy / Pra mim é continuar vivo. Eu espero continuar vivo, do jeito que a coisa vai, se até o final do ano a banda ainda estiver trabalhando eu vou achar o máximo. Porque a situação econômica está tão ruim, que ela está ameaçando de extinção não só os artistas da música brasileira, como do cinema, como micro empresas, como grandes empresas.

Whiplash / Justamente. Quanto a idéia de distribuir o CD junto com o ingresso do show. Ela é ótima, porque todo mundo sai ganhando. A banda tem o trabalho divulgado e o público fica feliz porque ganha um CD. De quem foi a idéia?

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Sady / É meio ditatorial. Não é muito democrático. Imagina a família que já tem um CD, vai todo mundo da família. Ganham um monte de CDs!! Já tem para distribuir nos aniversários dos amigos (risos)!!!

Thedy / A idéia foi do nosso empresário, o Tonho. E a gente achou fantástico pelo seguinte. Hoje a gente faz um show dizendo o seguinte: a gente está lançando o nosso CD, que eu sei que todo mundo que tá sentado aqui tem. E compraram o ingresso e ganharam o CD antecipadamente. Ou seja, levaram pra casa e ouviram, o que faz com que a gente possa tocar todas as músicas se a gente quiser, porque todo mundo conhece. É uma situação super legal, que a gente batalhou para conseguir fazer. E aí é que eu digo que o Nenhum de Nós é aquele "santo de casa que faz milagres". Esse é um dos milagres.

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