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Mike Portnoy: músico fala detalhadamente de suas tatuagens

Por Felipe Mascarenhas
Fonte: Fórum do Dream Theater
Postado em 06 de maio de 2013

A entrevista e todas as fotos abaixo foram feitas por Amir Djawadi, e publicadas no fórum do Dream Theater.

Mike Portnoy - Mais Novidades

Basicamente, tudo será sobre as suas tatuagems. Qual foi a sua primeira?

A minha primeira foi o símbolo do DREAM THEATER Majesty. Eu a fiz em 1988, tinha, então, 21 anos. Então essa é a minha mais antiga e eu já vi centenas, talvez milhares, desse símbolo do Majesty no mundo inteiro. É gratificante saber que eu tive a primeira que alguém já teve. E a segunda foi a de Charlie Dominici – nosso antigo vocalista.

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Eu vi isso no DVD.

É, ele morava comigo naquela época. Nós dividíamos uma casa e um dia eu cheguei em casa com a nova tatuagem e ele gostou tanto que dois dias depois ele fez a dele.

E qual veio depois?

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A segunda? (Pensando por um instante) A essa altura eu não me lembro mais. Talvez esse bracelete no tornozelo? Meu irmão e eu fomos juntos fazer essa tatuagem. Isso foi em 1989, mais ou menos. Depois vieram essas notas musicais e tudo o que eu adicionei ao símbolo do Majesty. Eu não sei – talvez o ‘Images and Words’ – o sagrado coração – tenha vindo depois. Eu a fiz logo depois que terminamos o Images and Words em 1991. Antes do álbum sair. Depois disso, provavelmente, a tatuagem do Carpe Diem. Ah não, não (corrige-se) – a seguinte foi o meu nome em japonês. Eu a fiz na turnê do Awake, quando estávamos no Japão. Eu queria fazer alguma tatuagem no Japão, enquanto estivéssemos lá, então tatuei o meu nome.

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Você tem certeza de que é o seu nome?

Tenho (risos) – pode ser que ela signifique ‘americano idiota’. Não, é só Mike mesmo (pronuncia-se: Meiki).

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É o que eles sempre dizem, mas talvez esteja escrito ‘cuzão’ (risos).

É, ‘americano idiota’ (risos). Não, é apenas Mike, porque todos os japoneses me chamam assim agora, por causa da tatuagem.

OK.

Aí é que eu fiz a tatuagem do Carpe Diem – eu acho – depois da gravação do ‘Change of Seasons.’

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Bem, e qual a história por trás dessa?

Você pode ver que tem uma data. Na verdade, já está meio apagada, já que eu a tenho por tantos anos. 11.16.’84 (os americanos escrevem o mês primeiro) – essa foi a data em que minha mãe morreu – e o Change of Seasons e toda a parte de Carpe Diem do Change of Seasons foi escrita sobre toda essa experiência, porque no dia em que a minha mãe morreu... não (corrige-se), na tarde anterior ao seu falecimento o meu professor na escola estava dando uma aula sobre Carpe Diem, em inglês. Aprecie a sua vida e tudo que está nela, porque nunca se sabe quando você vai perdê-la.
Ele deu essa aula aquele dia e foi algo que mudou a minha vida.
Naquela noite eu voltei pra casa e antes de sair com os meus amigos eu dei um grande abraço e um beijo na minha mãe e disse o quanto a amava. Ela perguntou o motivo daquilo, e eu respondi que eu queria apenas que ela soubesse que eu a amava. E foi a última vez que eu a vi, porque ela morreu num acidente de avião naquela noite. Essa foi a lição mais importante que eu jamais aprendi.

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Imagino.

Se o professor não tivesse dado aquela aula aquele dia, eu teria apenas saído por aquela porta e nunca teria tido essa despedida com minha mãe. Então eu fiz essa tatuagem, pra que esteja sempre aqui, e eu nunca esqueci daquela aula.
Então é isso. E depois é esse negócio musical, que é uma pintura de John Lennon, porque eu sou um grande fã dos BEATLES.

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É, eu sei (vocês já perceberam que é mais um monólogo do que uma entrevista? Hahahah!)

E foi apenas uma das suas obras de arte, da qual eu gostei muito, então eu a tatuei. Agora eu já não consigo mais me lembrar da ordem das taguagens (risos).

Estou realmente surpreso, porque achei que você fosse bom em memorizar coisas.

É, eu tento. Então, depois vieram as pegadas dos meus filhos – estão nas minhas costas. Minha filha nasceu em maio de 97 e o meu filho em março de 99. Essas são as pegadas de quando eles tinham apenas dez minutos de vida. Nos Estados Unidos, pelo menos, assim que uma criança nasce, eles imediatamente tiram uma pegada (nota do tradutor: algo como uma ‘impressão digital’ de toda a planta do pé) .

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Também fizeram isso com o meu menino.

Então são essas as pegadas nas minhas costas. E claro, minha esposa não me deixaria tatuar as crianças – alguma coisa das crianças nas minhas costas – então eu tatuei a bola de ferro e a corrente, segurando o coração. É como se fosse o meu castigo, então essa tatuagem é pra minha esposa Marlene. Tem a data do nosso aniversário de casamento, que foi em Julho de 94. Então tem o aniversário dos meus filhos e o aniversário de casamento (n.t. em baixo de cada uma das tatuagens, as duas pegadas e o coração, as respectivas datas).

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Hummm, eu acho que essa foi a que veio depois, que é o polvo, o polvo baterista, que eu fiz durante a turnê do Octavarium. Sabe, tudo rodava em torno do oito, o número oito e o polvo e eu achei que se encaixava bem em mim, sendo um baterista, com braços e pernas voando pra todos os lados. Então é, basicamente, um polvo com o meu rosto.

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Foi idéia sua?

Foi. E o polvo tem a barbicha azul e tudo o mais.

Você tem um estúdio de tatuagem especial, onde você sempre vai, ou simplesmente...

São sempre lugares diferentes. Quer dizer, algumas delas – como as primeiras – foram todas feitas pelo mesmo cara. Mas a partir daí, como eu sempre estive em turnês...
Muitas vezes durante uma turnê eu ia a algum estúdio e, tipo... você sabe, como essa aqui, do polvo. Eu estava na turnê com o Gigantour, estávamos em Atlanta e eu e o baixista do MEGADETH (n.t. na época, James MacDonough) nos tatuamos juntos. Esse cara veio pro show...

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Mas não leva muito tempo... pra algo tão grande?

Leva, essa levou cerca de quatro horas. O contorno e o sombreamento foi feito antes do show, umas duas horas antes. Aí tivemos que parar, eu tive que tocar, e ele terminou de colorir a tatuagem depois. E doeu muito, porque, você sabe – nas primeiras duas horas foi tudo bem, mas então veio a hora de tocar no show, e foi o tempo suficiente pra começar a ficar dolorido. Sabe, porque eu tava tocando...

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... e suando...

É, e tudo o mais. E aí, depois do show, quando tive que terminar a tuatuagem, e ainda colorir, essa foi provavelmente a tatuagem mais dolorosa que eu fiz.
E tiveram outras tatuagens que eu fiz em turnês como essa. Eu fiz essa daqui (aponta pra uma tatuagem na mão) em Nova Jersei, na Gigantour também.

E o que significa?

Esse é o símbolo do Alcoólicos Anônimos... e hoje eu estou limpo e sóbrio por mais de sete anos, mas eu fiz essa quando alcancei a marca dos cinco anos. Já faz sete anos e meio que eu não bebo nem uso drogas, e quando eu atingi a marca de cinco anos eu achei que fosse uma boa idéia colocar alguma coisa aqui (aponta novamente para a tatuagem) pra que eu sempre... sabe... sempre que fosse pegar uma bebida, me lembrasse do quão importante a sobriedade é.

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Respeito!! Muito bom!!

Essa (aponta para o punho), eu fiz na Australia, essa munhequeira, eu e o baterista de STEVE VAI (n.t. na época, Jeremy Colson), fomos juntos fazer uma tatuagem, quando estávamos lá com a turnê do G3. Eu achei que a água e tudo o mais era legal, porque é o tipo da coisa que caracteriza a Austrália, estar lá em baixo.

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Mas essa aqui... essa outra é mais antiga, não?

É, me esqueci dessa. Essa eu fiz durante a turnê do Falling Into Infinity.

Eu me lembro disso.

Chegou um momento em que eu estava meio que tentando tatuar alguma coisa pra cada álbum do DREAM THEATER e eu não consegui, realmente, manter o ritmo. Essa é do When Dream and Days Unite (e começa a apontar as diferentes tatuagens já mencionadas acima), essa é do Images and Words, essa é do A Change of Seasons, essa é do Falling Into Infinity...

... Octavarium...

... isso... Octavarium, e a partir daí eu não continuei, não exatamente. Na verdade, essa é a minha tatuagem mais recente. Essa eu fiz na última turnê norte-americana do DREAM THEATER, nesse último verão. Fiz em Cleveland. Meu antigo técnico de bateria, José, estava no show, porque ele mora lá, e ele conhecia um tatuador, então ele fez com que esse cara viesse me tatuar, e é na verdade a capa do álbum do KING CRIMSON "Lark’s Tongues in Aspic". Mas essa não é a a razão principal pela qual eu fiz essa tatuagem, eu achei que essa um desenho muito bacana. E eu também achei que o sol e a lua combinassem bem com a...

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...água...

... e tudo o mais. E essa (aponta) é também uma das minhas mais recentes. Esse é um desenho que o meu filho Max fez. Ele adora desenhar monstros e dragões, tem um livro inteiro cheio de monstros e eu pensei, um dia desses, que realmente queria tatuar um deles. Então ele desenhou esse dragão especificamente para a tatuagem, assinou e colocou a sua idade, que era 8 anos, e basicamente esse é o dragão que ele desenhou... e então a minha filha também queria que eu tatuasse alguma coisa dela. Então eu dei a ela esse pequeno espaço em volta do símbolo do DREAM THEATER. Eu a deixei desenhar algumas coisas e ela desenhou notas musicais com corações e algumas estrelas, assinou e colocou sua idade, 10. E depois ela colocou DLG, que significa ‘menininha do papai’ (n.t. em inglês, Daddy’s Little Girl)... então meus dois filhos, basicamente, desenharam em mim.

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Imagino que vai ser muito bacana, sabe, daqui a vinte anos, quando eles tiverem os filhos deles, eu vou poder mostrar aos meus netos... seu papai e sua mamãe desenharam isso, quando tinham oito e dez anos de idade.
O que mais... aí tem minha perna aqui, que é basicamente um tributo aos meus cinco maiores heróis, que são os BEATLES, sabe, essas são imagens de Yellow Submarine, como a luva voadora e o submarino amarelo e o bumbo do Sgt. Peppers. Tudo isso é dos BEATLES, e logo aqui é o meu tributo ao LED ZEPPELIN. Tudo isso é do Led Zeppelin IV, o símbolo de John Bonham e do "Swan Song", e isso é tudo do LED ZEPPELIN. Essa (aponta para a tatuagem) é para o THE WHO. O plano de fundo é do Tommy, e tem o símbolo do THE WHO, saindo da caixa de bateria de Keith Moon.

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Tudo isso foi feito como uma peça só?

Não, acho que foram umas quatro sessões diferentes.

Digo, a idéia foi ter tudo isso como uma tatuagem só...

... uma colagem. É, uma colagem como as minhas maiores influencias e heróis musicais. É, e foram várias sessões até que tudo ficasse pronto. E aqui atrás eu tenho o PINK FLOYD, com o muro (n.t. wall, em inglês, como no lendário álbum da banda), os martelos e o avião voando e – em cima de tudo isso – Frank Zappa

Sim, claro.

É o bigode dele. Dizem que você veste as suas influências nas suas mangas, então esse é um exemplo perfeito. Estou vestindo as minhas influências na minha perna. E (pensando por um momento), acho que é isso. Até a próxima – mas é claro que eu continuo fazendo mais...
Uma das próximas que eu quero fazer é uma foto dos meus dois cachorros... quero fazer essa no futuro... veremos. Mas por enquanto é isso – é tudo o que eu tenho.

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Muito bom.

Mais alguma pergunta?

Sim! Como veio a idéia de fazer uma tatuagem? Sei que é uma grande coisa no mundo do rock, mas também existe muita gente sem nenhuma tatuagem.

Eu acho que com o passar dos anos isso se tornou muito mais aceitável. Digo, quando eu comecei a me tatuar, no final da década de 80, ou começo dos anos 90, nem todo mundo tinha tatuagem. Se você assistir a vídeos de bandas dessas épocas, como o METALLICA, ANTHRAX, SLAYER e todas as bandas em torno delas, nenhuma tinha tatuagens. E agora? Agora todas tem. Parece que nos últimos dez anos isso se tornou muito mais... aceito. Nos Estados Unidos existem esses reality shows como ‘Miami Ink’ e ‘LA Ink’, e isso se tornou muito mais aceito.
Pessoas andam por aí com os braços completamente tomados por tatuagens e... sabe... eles nem pensam duas vezes sobre isso.

Então você nem pensa sobre os aspectos das quais as pessoas comentam, como quando você estiver velho, com pelancas, e as tatuagens desbotando...

Quando eu fiz as minhas primeiras tatuagens, eu me preocupava com isso, me preocupava com – você sabe – principalmente porque o DREAM THEATER não fazia sucesso suficiente pra que eu pagasse minhas contas, então eu pensava...

... como trabalhar nun banco (risos)...

... é, eu não sabia o que iria fazer pra pagar minhas contas naquele começo de carreira, era um pouco assustador. Mas eu acho que agora, como eu disse antes, isso é muito mais aceito, você vê pessoas tocando em bandas e que são cobertas de tatuagens (tenho que admitir, que ainda não vi isso – AD), mas especialmente, pelo que eu faço, sabe, quando eu volto pra casa, as pessoas meio que esperam que eu goste dessas coisas. Eu tenho uma barbicha azul e sou coberto de tatuagens.
Eu vou para as reuniões de pais e mestres na escola dos meus filhos e eles meio que esperam isso de mim, por causa do meu trabalho.

E aí vem pessoas te entrevistar sobre isso.

É, eu acho isso bacana.

É, é legal. Eu ainda fico pensando sobre fazer uma tatuagem, mas acho que minha esposa não ficaria muito feliz com isso.

É, minha esposa... eu levei muito pra convencê-la até que finalmente ela fez uma. Quando eu tatuei o meu polvo durante a Gigantour, o tatuador estava lá no camarim, eu a convenci, e ela acabou fazendo uma tatuagem no tornozelo. Ela disse que doeu muito. Vê, eu aguento a dor, não me incomoda muito, mas ela reagiu como um bebê, nao aguentou muito, foi muito doloroso.

Qual é a idade que você acha ideal pra decidir sobre ter uma tatuagem? Digo, se você pensar sobre o seu filho ou a sua filha.

Bem, nos Estados Unidos, eu acho que você não pode fazer uma tatuagem até que complete dezoito anos. Você tem que ter dezoito anos ou mais. Eu não veria problema algum se meus filhos tivessem dezoito anos e quisessem fazer uma tatuagem. Eles cresceram com isso, entende, eles desenharam tatuagens minhas, desenharam em mim. Então.. deixa eu te mostrar isso, é muito engraçado (ele abre o seu computador, que está sobre a mesa, e me mostra um vídeo de quando sua filha Melody desenhou a tatuagem do seu braço).

Incrível, como eles cresceram. Eu me lembro das fotos no fundo da casa de shows em Rotterdam (eu tinha tirado algumas fotos no dia do show para o fã-clube em Rotterdam vários anos atrás, quando eles ainda eram pequenos, e eram carregados no colo).

(Falando sobre o vídeo) Obviamente meus filhos já me acompanharam em vários estúdios de tatuagem comigo. (Comentando) Aqui ela está desenhando o coração em mim...
Eu tenho a impressão de que eles vão acabar querendo fazer tatuagens neles.
(Nesse ponto a conversa fica um pouco mais privada – como já nos conhecemos há muitos anos – e falamos sobre meu filho pequeno, que tinha apenas dois meses de idade na época da entrevista – AD).

Então (voltando ao assunto) você vai a alguma convenção de tatuagens?

Não, eu gosto de ler revistas de tatuagens, ver tatuadores diferentes, mas nunca fui a nenhuma convenção.

Eu não sei como esse foco veio à tona, tipo, nosso site tem uma seção sobre tatuagens. E é muito bem lida, milhares de pessoas leem as histórias. Elas já falaram sobre o SLAYER e outras bandas, falaram com o Tom Araya e tudo.

Eu acho que existia uma seção no nosso site com todas as diferentes tatuagens do DREAM THEATER (ainda existe Mike – eu mesmo chequei – AD). Já vi tantas tatuagens do DREAM THEATER. E muitos deles tem o símbolo de cabeça pra baixo, mas nunca tive coragem de dizer.

É, muitas pessoas se interessam por tatuagem e você é uma lenda viva, com todas essas, e acho que muitas pessoas devem se perguntar sobre a história por trás de todas elas, então pensei, porque não perguntar ao próprio Mike?

Hoje em dia, toda banda tem pelo menos um ou dois caras que tem tatuagens. Antigamente eram somente pessoas como OZZY OSBOURNE, HENRY ROLLINGS, Flea do RED HOT CHILI PEPPERS... nem todo mundo tinha tatuagem naquela época.

É, isso mudou muito. Tipo, até pessoas em hospitais tem tatuagem. Uma vez eu fui pro festival Wacken Open Air e conheci esse cara, que tava me mostrando uma tatuagem na sua perna e falando sobre o seu trabalho, que era uma alto cargo como neurocirurgião. Então, ser um médico não vai de encontro a ser Metal, só porque você não tem cabelo comprido e tudo o mais. Então talvez um dia eu faça a minha tatuagem.

É, faça uma pro seu filho. Esse era um dos meus maiores medos, quando eu comecei – humm, vou ter que viver com isso pra sempre. Tem que ser alguma coisa incrivelmente importante, que eu vou ter que querer ter comigo pro resto da minha vida. Por isso que digo pra você fazer algo por seus filhos. Seus filhos vão estar com você pra sempre, isso nunca vai mudar.
Mas mesmo assim... sabe, como algumas pessoas reagiram quando eu fiz o símbolo do DREAM THEATER... tipo, ah e se a banda acabar? Bem, veja Charlie (n.t. Dominici). Charlie foi demitido da banda não muito depois de ter feito a tatuagem, mas do jeito que ele encara, e eu concordo, é que isso foi parte da vida dele e mesmo se for algo que você já não tenha quando completar 70 anos, pelo menos é uma lembrança de alguma coisa que foi parte da sua vida. É vai ser algo que vai estar sempre com você.

E eu imagino que tenha alguma importância, já que você escolheu isso. No momento em que você escolheu, você tinha uma idéia por trás. Você não colocaria, tipo, Walmart, ou sei lá, no seu braço, só porque...

Como eu disse antes, como aqui. Quando eu olho pra essa tatuagem, eu sempre vou me lembrar da minha viagem pra Australia... o baterista de Steve Vai... indo juntos... sabe, e vai ter um significado especial.

É como um álbum de fotos. Você pode se virar e se olhar no espelho e dizer...

...exatamente... ... essa é a minha vida!!

E você ainda tem muito espaço sobrando pra tatuagens.

É, e eu adoraria – como já disse – ter meus cachorros na minha perna, ou coisa assim. Mas eu quero que seja feito por essa garota, uma retratista muito famosa em Los Angeles – então da próxima vez que eu estiver em Los Angeles, eu vou ver se consigo me encontrar com ela. E tem um outro tatuador famoso, quem eu queria que fizesse alguma coisa no meu braço. Vamos ver.

É surpreendente. Eu gosto de olhar para elas. Eu não me interessaria muito nisso, em ter meu corpo todo pintado, mas talvez uma tatuagem com o símbolo do DREAM THEATER, ou o do QUEENSRYCHE também. Esses são eternos. E o DREAM THEATER é uma grande parte da minha vida, então eu posso, como você diz...

Bem.. quando eu fiz essa em Cleveland durante o verão com o meu antigo técnico de bateria José, que estava lá no show e, na verdade, eu paguei a tatuagem dele, e, de verdade, ele tatuou o símbolo do DREAM THEATER no braço, e ele nem trabalhava mais pra mim. Mas estando no DREAM THEATER por doze anos, isso foi uma grande parte da sua vida, então ele queria fazer essa tatuagem apenas pra simbolizar uma parte da sua vida, apesar de não estar mais com a gente.

Mas eu também vejo gente – pelo menos, pelo que eu vejo em fotos – como o baixista do METALLICA, que não tem tatuagens.

Eu acho que nenhum deles, com exceção de James Hetfield... ah não, Kirk tem algumas também.

É, ele tem...

...sua barriga...

... e no seu braço, eu acho.

Mas James, ele fez muitas ao longo dos últimos dez anos.

Eu acho que se você tiver dinheiro pra fazer uma tatuagem da forma correta, é bom. Mas algumas pessoas tem tatuagens como, sei lá, parece que fizeram em si mesmas, muito ruins... mas as coloridas, se forem de boa qualidade, é uma coisa bacana. Aquela de James (Hetfield, vocalista do METALLICA) com as chamas, ou sei lá o que, no seu braço, eu gosto dessas.
O que mais podemos falar sobre tatuagens, que todo mundo deveria saber?

Não sei!?

Será que temos tempo pra outras duas ou três perguntas? (Uma vez que você tem uma oportunidade de falar com um cara como Mike Portnoy num ambiente relaxado, você tem que aproveitar a oportunidade).

Claro.

Eu fiquei realmente impresionado com o DVD que você fez "sozinho" – o set de 3 DVDs (chamado "In Constant Motion", muito impressionante, vale a pena assistir). Eu escrevi um longo artigo sobre isso pro fã clube The Mirror, mas ainda não vi o resultado. Eu acho que a revista (a revista impressa do fã clube) ainda não saiu?

Eu não tenho certeza. Mas acho que estarão aqui hoje a noite.

É porque eu sou um baterista também, e achei que deveria escrever alguma coisa sobre esse set, então falei com Michael (Bitter – do fã-clube The Mirror) e ele disse que sim, que eu deveria ir em frente. E ele queria que viesse em diferentes edições da revista.

E mesmo que ele não estivesse interessado, talvez a versão inglesa da revista. Eles também estão sempre a procura de contribuições. Chama-se Voices UK – a versão inglesa. Estão sempre interessados.

É, de qualquer modo, vou fazer em inglês primeiro, antes de traduzir pra alemão.
Então, muito obrigado pelo seu tempo e pelo interesse em dar essa entrevista, espero que tenha um ótimo show hojw a noite. Vou te manter informado sobre o uso dessa entrevista nos meios de comunicação. Até a próxima.

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Sobre Felipe Mascarenhas

Nascido em Salvador, na Bahia, é amante da música, frequentador de shows e nas horas vagas, traduz matérias e entrevistas para o Whiplash.Net. Ouve tudo aquilo que lhe agrada, mas desde que ouviu Metallica pela primeira vez, em 2001, bandas de rock e heavy metal nunca mais saíram das suas playlists.
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