RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Kaledonia
Offspring

O EP que levou o nome Danzig para o mainstream

Resenha - Thrall-Demonsweatlive - Danzig

Por Fernando Claure
Postado em 22 de abril de 2024

Assim como a maioria de seus projetos, Glenn Danzig escolheu um tema um pouco diferente para o primeiro EP da sua banda Danzig. "Thrall-Demonsweatlive" foi lançado em 1993 e as bizarrices já começam pelo nome. Thrall significa um tipo de escravo nas terras da Escandinávia, durante a época dos Vikings. Demonsweatlive pode ser entendida como "Suor do demônio ao vivo". Apesar de todas essas curiosidades, de acordo com a Billboard e com o site bestsellingalbums.org, o EP foi o projeto mais bem-sucedido da banda.

O único outro EP que Danzig gravou foi "Sacrifice", disponibilizado originalmente em 1996 e posteriormente em 2000, sem a formação original com Eerie Von, Chuck Biscuits e John Christ. O EP possui três versões: a primeira com as músicas "Sacrifice", "Blackacidevil" e "Don’t Be Afraid"; a segunda versão é composta pela versão original de "Sacrifice" e mais cinco remixes; a terceira e última versão inclui todas as faixas da segunda versão e adiciona mais três: dois remixes de "Deepest" e um remix de "Serpentia".

Danzig - Mais Novidades

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

A capa do álbum foi feita pelo artista Simon Bisley, que chegou a trabalhar várias vezes com Glenn para a sua companhia de quadrinhos, Verotik. O encarte não possui nenhuma letra ou texto pertinente às faixas, apenas sete fotografias dos membros da banda durante uma apresentação ao vivo (provavelmente onde foi gravada a parte ‘Demonsweatlive’). As fotos são bem dinâmicas e possuem uma iluminação um tanto quanto dramática, sendo três dessas sete fotos do vocalista e líder do grupo, Glenn Danzig.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

"Thrall-Demonsweatlive" é dividido em duas partes. Thrall é composta por duas faixas novas e um cover de Trouble, de Elvis Presley (não confunda com a outra faixa diferente mas com nome similar, T-R-O-U-B-L-E). De acordo com o guitarrista do grupo, John Christ, para a Guitar World em 1993, as gravações para as faixas foram feitas em apenas um dia. A primeira das novidades, "It’s Coming Down", recebeu um videoclipe que acabou sendo censurado assim como outras produções visuais de Glenn Danzig no passado. A versão original conta com cenas de tortura sadomasoquista e bondage, o B em BDSM. Para estas imagens, o ator Bob Flanagan foi chamado, um homem com uma doença hereditária rara chamada Fibrose Cística, que afeta as glândulas exócrinas do corpo. Flanagan também apareceu em um videoclipe para a banda Nine Inch Nails e faleceu por complicações da doença em 1996, aos 43 anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

A faixa "It’s Coming Down" começa forte e pesada com Christ e Eerie Von. A letra segue o padrão macabro das outras músicas da banda, mas menos explícita. A mixagem é meio estranha, culminando em um caos auditivo quando chega no refrão, mas nada que torne a faixa inaudível. Uma boa música, mas não a par com o material dos álbuns anteriores. A segunda e última composição original para o EP, "The Violet Fire", já começa trepidante mas séria, até chegar em um refrão viciante. O baixo e o teclado no fundo criam uma atmosfera diabólica. Nesta música, a cantoria de Glenn Danzig é excepcional, mas acaba servindo de backup para o instrumental maciço e contagiante.

Já na terceira e última faixa de Thrall, "Trouble" é um cover da música de Elvis Presley. Com versos como "Eu sou mau, meu nome do meio é miséria", não tinha como essa não ter sido o primeiro cover de Elvis que Danzig fez (mais tarde, em 2020, Glenn viria a lançar o álbum de covers "Danzig sings Elvis"). Glenn adicionou elementos na música por conta própria, como a parte "My daddy was the demon Werewolf Jack" ("Meu pai era o demônio Jack Lobisomem") e alguns maneirismos de Elvis, mas que acabam ficando "Danzificados" até demais. O instrumental é mais encorpado, recriando o "blues metal" que a banda trouxe em faixas de álbuns anteriores. "Sempre tocamos essa música. Até o Samhain tocava. Eerie e eu tínhamos essa banda antes de Danzig e nós tocávamos ‘Trouble’ também. Tocamos durante o bis desde que começamos o Danzig e nossos fãs sempre pegaram no nosso pé para lançarmos", Danzig para a RIP Magazine em 1994.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

A segunda parte do EP, Demonsweatlive consiste em versões ao vivo de faixas dos três primeiros álbuns: "Am I Demon" e "Mother" de "Danzig", "Snakes of Christ" de "Danzig II: Lucifuge" e "Sistinas" de "Danzig III: How The Gods Kill". As gravações são originárias de uma apresentação de 1992 no anfiteatro Irvine Meadows, na Califórnia. "Cara, todos os malucos apareceram, foi realmente fora de controle! [...] Tiveram bonés, tênis, garrafas, latas, camisetas e correntes por toda parte no palco", comentou John Christ sobre o show para a Guitar World em 1993.

As versões ao vivo são boas, a gravação inclui a voz do público enlouquecido e dá um gostinho da atmosfera do show em 1992 como se o ouvinte estivesse lá. Glenn canta meio picotado, mas a cada vez que ele berra é possível perceber que ele está entregando tudo e mais um pouco de sua voz. "Snakes of Christ" abre mais acelerada que o normal, mas retém todas as características da versão de estúdio. O instrumental em "Am I Demon" é acelerado e visceral, um dos melhores exemplos da qualidade dos instrumentais de Christ, Eerie e Biscuits. "Sistinas", por ser uma balada e um pouco mais relaxada, acaba ficando meio de lado entre as outras faixas de Demonsweatlive, mas contém a melhor performance de Glenn Danzig nos vocais. Porém, é perceptível que "Mother" é o evento principal, a música que todos na plateia estavam esperando. Com uma grande ovacionada assim que Christ toca o riff inicial e cantos de "Mother" e "Father" junto com Glenn, é uma versão ao vivo fantástica.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Algumas edições do EP contém uma versão remixada de "Mother". Essa versão, conhecida como "Mother ‘93", recebeu um videoclipe que acabou catapultando a banda para o mainstream e, consequentemente, imortalizando a música como a mais famosa do grupo. O ‘93 aparece por conta da posição da faixa nas versões que aparece, marcando a posição de número 93, porém, sequer existem 86 faixas entre "Mother" e "Mother ‘93". Não se sabe o porquê exatamente desta escolha, mas a teoria mais conhecida e aceita é por conta do tempo do silêncio entre a penúltima e última faixa do álbum, um total de 6 minutos e 66 segundos.

O EP foi muito bem produzido e é possível perceber a energia das faixas. O grande destaque acabou ficando para a faixa bônus "Mother ‘93", que trouxe a tona novamente o nome de Danzig para o mainstream, mesmo com álbuns fantásticos já lançados. Apesar de ser um tanto quanto curto e apresentar pouco material novo, o projeto acabou servindo como um lembrete para as obras anteriores "Lucifuge" e "How The Gods Kill" e uma entrada para o LP seguinte, "Danzig 4", também conhecido como "Danzig 4P". O EP traz um ar de novidade para os fãs, mas a sua curta duração e apenas duas faixas originais não são o suficiente para fazer valer a compra. 7.5/10

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Faixas:
It's Coming Down
The Violet Fire
Trouble
Snakes of Christ (ao vivo)
Am I Demon (ao vivo)
Sistinas (ao vivo)
Mother (ao vivo)
Mother '93 (remix)

Vocais, guitarra e teclado - Glenn Danzig
Guitarra - John Christ
Baixo - Eerie Von
Bateria - Chuck Biscuits
Produção - Glenn Danzig e Rick Rubin
Tempo: 31min 39seg
Selo: Def American

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Gustavo Godoi Alves | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Fernando Claure

Jornalista formado em 2023, cresci ouvindo Sabbath e Metallica com o meu irmão mais velho e hoje escuto de tudo e mais um pouco. No momento meu ato favorito é o Nine Inch Nails, mas é capaz que mude daqui a um tempo. Se pudesse pegar três ídolos pessoais, estes seriam Iggy Pop, Glenn Danzig e Trent Reznor.
Mais matérias de Fernando Claure.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS