The Giant Void: o fino do Heavy/Prog nacional
Resenha - Abyssal - Giant Void
Por Alexandre Veronesi
Postado em 25 de janeiro de 2024
Depois do lançamento de "Thought Insertion", um dos grandes destaques do ano de 2021, o THE GIANT VOID tinha em seus ombros o peso e a responsabilidade em confeccionar um novo álbum que estivesse à altura da excepcional estreia. A banda, formada na cidade de Sorocaba/SP em meio à pandemia da Covid-19, e composta por Hugo Rafael (voz), Felipe Colenci (cordas e teclas), e o renomado baterista alemão Michael Ehré (Gamma Ray, Primal Fear e The Unity, ex-Metalium e Firewind), disponibilizou, em Outubro de 2023, o seu aguardado segundo full-length, batizado simplesmente de "Abyssal".
Com doze faixas, que distribuem-se ao longo de 66 minutos, o disco abre com a porrada "Dirty Sinner", direta e brutal, já despejando de cara o seu pesado cartão de visitas. "Ashen Empires Pt 2 - NWO" se inicia de forma amena, mas não tarda a descambar em um Heavy Metal vigoroso, com interessantes quebras de andamento, e uma performance vocal de cair o queixo. A cadenciada "The Key" apresenta algumas das melhores linhas de guitarra do play, enquanto "Monster Within" surpreende pelo refrão marcante e a cozinha rítmica precisa, com bateria e baixo em exemplar e impecável sincronia. Já "The Black Pit" carrega um sutil tom dramático em seu desenrolar - especialmente por conta das passagens lentas - ao contrário de "Mars", que muito embora possua toques progressivos, é bem mais linear que a sua predecessora, além de ostentar um belo refrão.
Alcançando a segunda metade do repertório, temos o tema Hard Rock da bolacha, a ótima "Inner Truth", seguida pelo épico metálico "War Heroes", com os seus mais de 8 minutos, abordando a pouco lembrada participação do Brasil na segunda guerra mundial - e que ganhou um ótimo videoclipe animado. "Chosen One" e "Dimensions Collide", não obstante mantenham a régua em alto nível, tampouco adicionam novos elementos ao que já fora apresentado anteriormente; por outro lado, "Ashen Empires Pt 1 - Rising Empire" é mais uma pérola e grata surpresa: com tons de marcha imperial ao começo, a música desenvolve uma cadência de extremo bom gosto até perto de seu desfecho, quando transmuta organicamente - e de forma assertiva - para algo mais rápido e quase catártico. Finalizando com chave de ouro, "Human Downfall", que é provavelmente a faixa mais densa e progressiva do disco, recheada de variações e andamentos verdadeiramente empolgantes, fazendo com que o ouvinte anseie por mais, mesmo após 1 longa hora de audição.
A qualidade e o frescor trazidos pelo THE GIANT VOID não são meras obras do acaso, visto que o duo protagonista do projeto é verdadeiramente diferenciado. A começar pelo multi-instrumentista Felipe Colenci, que mesmo tendo a guitarra como seu carro-chefe, executa baixos e teclados com igual desenvoltura e boa criatividade, trabalhando sempre a favor das composições, sem aqueles floreios desnecessários tão presentes no gênero; já Hugo Rafael, que obteve certo destaque a nível nacional como calouro dos programas Raul Gil (2011) e The Voice Brasil (2021), além de ser o atual vocalista do popular grupo Sambô, é um cantor simplesmente assombroso, e não apenas no quesito técnica, mas também em termos de variações, potência, nuances e "feeling", tudo isso posto com equilíbrio e coesão. Sobre Michael Ehré, acredito que o impressionante currículo do músico fale por si só, então me reservo a dizer somente que o baterista entrega tudo o que era esperado e além - assim como fez no álbum anterior - abrilhantando ainda mais essa preciosa obra, que mesmo tendo chegado próxima ao apagar das luzes de 2023, figura com tranquilidade entre os melhores lançamentos do ano passado.
The Giant Void - Abyssal
Data de lançamento: 25/10/2023
Gravadora: independente
Tracklist:
01 - Dirty Sinner
02 - Ashen Empires Pt 2 - NWO
03 - The Key
04 - Monster Within
05 - The Black Pit
06 - Mars
07 - Inner Truth
08 - War Heroes
09 - Chosen One
10 - Dimensions Collide
11 - Ashen Empires Pt 1 - Rising Empire
12 - Human Downfall
Formação:
Hugo Rafael - vocal
Felipe Colenci - guitarra, baixo e teclado
Michael Ehré - bateria
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